XLIX

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Antony


Quando a Crystal saiu da sala, a Izzy ia atrás dela, mas eu a puxei pelo braço.

- Izzy, deixa ela...

- Não, Antony! Você não tem ideia do quanto a amizade dela significa pra mim.

- E você acha mesmo que ela está em condições de te ouvir? Ou até mesmo você, de conseguir se explicar?

- Eu preciso tentar!

- Izzy...!

- Me solta Antony.

- Acho melhor...

- Por favor, Antony.

Seus olhos eram de uma súplica, que meu coração ficou apertado, e eu só consegui fazer o que ela me pedia.
Ela correu para o quarto da Crystal, e eu fiquei ali, perdido em um emaranhado de pensamentos e sentimentos, sem saber como agir.

- Que merda! - passo freneticamente as mãos pelo cabelo.

Sem ter opções, eu fui para o meu quarto, tomei um banho, e esperei até que a Izzy saísse do quarto da Crystal. Coisa que demorou mais do que eu achei que demoraria.
No início, a conversa parecia intensa, e as vozes soavam exaltadas, mas depois de algum tempo, elas pareceram se acalmar mais. O que me deixou menos tenso.

Saí do meu quarto, e o silêncio era vigente no corredor. Fui até a sala, preparei uma dose de whisky e fui para a varanda. Com os pensamentos a mil, tinha certeza absoluta que precisaria de mais do que uma dose.
Fiquei algum tempo ali, acompanhado da luz da lua, e da garrafa de bebida, que por sinal estava no final. Decidi ir até meu quarto, e vestir uma camisa, pois já sentia a brisa da noite resfriando meu corpo.

No corredor, antes de entrar no meu quarto, notei a porta do quarto da Izzy entreaberta. Fui até lá, e dei duas batidas de leve, adentrando o cômodo.

- Izzy...?

Ela estava na cama, e olhava fixamente para a outra extremidade do cômodo. Estava em meio a pensamentos.

- Oi Antony. - se senta na cama.

- Posso?

- Claro!

Entro no quarto, e deixo a porta do mesmo jeito que estava. Me aproximo da cama.

- Como você está?

Isso poderia ser uma pergunta retórica, já que sei bem que ela não está bem, mas estou preocupado com ela, e queria saber exatamente o que ela estava sentindo.

- Eu...- ela para no meio da resposta, e encara os próprios dedos inquietos sobre a cama. - Me sinto perdida.

Eu me aproximo mais, dando a volta na cama,  sentando a sua frente, e puxando-a para um abraço.

- Ah Izzy...

Eu a aperto no meu abraço,  e sinto os espasmos do seu corpo quando ela começa a chorar.

- Agora você entende? - me encara com os olhos presos em lágrimas. - Entende porquê eu precisava de tempo para contar pra ela?

- Claro! Por isso respeitei sua decisão. Sabia que pra você muita coisa estaria em jogo.

Ela me abraça forte, e eu não digo mais nada, apenas permito que ela descarregue todos aqueles sentimentos em forma de lágrimas.

Depois que algum tempo ali, apenas abraçados, e ela com a cabeça sobre meu peito, percebi que ela adormeceu. Eu saí calmamente da sua cama, apaguei as luzes, deixando penas um abajur aceso, e fui para o meu quarto.

Match! Amor e RedençãoOnde histórias criam vida. Descubra agora