LXVIII

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Megan

Entrei no quarto devagar e em silêncio. Henry dormia tranquilamente no berço. Acho que ele está ficando grande demais para continuar dormindo no berço. Terei de trocar o móvel por uma cama muito em breve.

Me aproximei devagar e o cobri com a coberta. Acho que ele estava tendo um sono agitado, já que não é comum ele se descobrir durante o sono.

Assim que me curvo e deixo um beijo em seu cabelo, a Crystal aparece na porta.

— Oi, querida! — sussurrei quando ela deu um passo adentro do cômodo.

— Ah, cheguei muito tarde. Queria vê-lo acordado. — ela murmurou triste.

— Hoje ele pegou no sono mais cedo do que costume. — justifico.

— Tudo bem. — ela suspira melancólica. — Eu venho vê-lo amanhã. — se vira para sair.

— Crystal, será que podemos conversar?

Ela não parece interessada naquela conversa, mas preciso que ela entenda algumas coisas. Não podemos ficar desse jeito para o resto da vida.

— Está bem. — ela sai do quarto e eu a acompanho.

Na cozinha preparei um chá para nós duas. É bom acalmar os ânimos antes de qualquer coisa. Tenho coisas a lhe falar, mas sei que ela também vai me confrontar em algumas outras e expressar sua opinião acerca de tudo.

Coloquei a caneca de chá na mesa, à sua frente. Ela pegou e envolveu nas mãos, antes de dar um gole.

— O chá está ótimo, do que jeito que eu gosto. Obrigada.

Sei que a Crystal gosta do chá mais forte e bem doce. Do jeito que o Anthony costuma tomar. Eu prefiro ele com menos açúcar.

— Crystal, precisamos parar de nos comportar como se fossemos estranhas. — início a conversa.

— Eu não sei se isso seria o certo. Eu praticamente não te conheço. Pelo menos não imaginava que você fosse o tipo de pessoa que esconde segredos tão importantes. — não era o tipo de coisa que eu gostaria de ouvir dela, mas eu mereço essas palavras, sei que a decepcionei, porém, ainda estou confortável, já que ela não foi nem um pouco ríspida ou grossa. Apenas expressou seus sentimentos.

— Eu sei que nada justifica eu ter avgido de tal forma, mas a cada novo acontecimento, eu me sentia menos corajosa em contar toda a verdade.

— Se tivesse nos dito a verdade, desde que descobriu a gravidez, tudo seria diferente, mãe.

— Eu sei. — encarei o chá na caneca. — Mas não posso dizer que minhas emoções estavam sob controle naquela época.

— Eu entendo que pode ser difícil manter tudo sob controle quando a vida nos surpreende com algo assim, mas fazer o certo tem que vir em primeiro lugar. Também fique abismada quando soube da sua gravidez, te apoiei em tudo o que pude, sei que não foi fácil lidar com meu pai quando tudo veio a tona, mas ele estava perdido ao saber que estava grávida. Agora eu entendi muita coisa e algumas atitudes dele.

— Vocês conversaram sobre isso? — me senti ansiosa com essa possibilidade.

— Nós conversamos um pouco hoje de manhã, no café. — ela encostou na cadeira e me olhou com cumplicidade. — Ele me disse como se sentiu depois que de envolveram na casa da praia. Me falou também que pensou que você estava grávida do Peter, já que não sabia do rompimento de vocês.

Eu não disse nada. Não entendia porque, mas me senti envergonhada por falar de sentimentos que eu queria tanto que não houvesse ficado mais fortes depois daquele fim de semana.

Match! Amor e RedençãoOnde histórias criam vida. Descubra agora