Crystal
- Crystal!?- Oi, pai! - meu pai me aborda assim que passo pela porta.
- Como você está? Esteve chorando? - questiona preocupado.
- Foi só uma conversa com a minha mãe.
- Você conversou com ela sobre o que aconteceu? - se aproxima de mim, e põe as mãos em meus ombros e olhando atentamente.
- Não detalhadamente. Eu não estava bem pra falar tão abertamente disso de novo. - eu o abraço.
- Tudo bem, querida. Mas sabe que ela ficará furiosa de você não ter contado logo pra ela. - ele me abraça de volta.
- Eu sei, mas ela vai entender. Não consigo ficar remexendo nessa história o tempo todo.
- Certo. Se precisar de suporte quando for falar com ela, eu estarei ao seu lado. Sempre!
- Obrigada, pai! - ele deixa um beijo casto na minha cabeça. - Porém, ela vai querer te matar quando souber que você sabia disso, e não contou a ela.
- Eu já estou acostumado a ser um alvo constante da sua mãe. - sorri, e eu me deixo levar por suas palavras, e sorrio também.
- E a Izzy, saiu do quarto pra comer alguma coisa? - me afasto do abraço dele, e vou até o sofá, deixando minha bolsa lá.
- Não. Dadá levou algo para ela comer, mas não sei se ela comeu.
- Entendo.
- O que houve com ela, Crystal? Não me diga que aconteceu algo semelhante a você, com ela. - ele me encara com as sombrancelha franzida.
- Não pai. Não nesse sentido. Mas talvez seja tão ruim quanto.
- Crystal, tô ficando preocupado. - ele se aproxima de mim, pega em minha mão, e me leva até o outro sofá, me fazendo sentar de frente a ele. - Me conta, o que está acontecendo?
- Ah, pai, a Izzy tem uma relação complicada com os pai dela. - digo um tanto evasiva.
Eu não sei se deveria falar de assuntos particulares da Izzy, para o meu pai. Não sei se seria certo.
Mas depois dela ter chegado aqui daquela forma, ele não vai ficar tranquilo enquanto não souber o que está acontecendo.
- Complicado como? - insiste.
- Bom...de dois anos pra cá, o pai da Izzy tem se mostrando um tanto quanto... impaciente.
- O que isso quer dizer?
- A Izzy sempre foi uma menina levada, você sabe. E como os negócios do pai dela deu uma decaída, aí vieram as alterações dele dentro de casa. Ele passou a ser rude com ela, até que chegou o dia em que ele passou do limite, e a agrediu.
- A agrediu? Como foi isso?
- Ela nunca nos conta os detalhes, mas desde então, às vezes ela parece com marcas roxas pelo corpo.
- Minha nossa! - ele levanta e começa a andar de um lado para o outro. - Como ele pode fazer esse tipo de coisa com a própria filha?
- Eu não sei pai. Mas teve uma vez que estávamos lá na casa dela, estudando para uma prova, e ele chegou bastante irritado, então ela nos mandou embora, e no dia seguinte, tinha marcas roxas nas costas.
- Esse homem é um covarde! - sua voz se altera.
- Pai! - tento acalma-lo.
- E porque ela não o denuncia?
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Match! Amor e Redenção
RomansaO amor, por muitas vezes, pode se assemelhar a uma árvore seca, que por muitos anos não dá flores ou frutos. Mas de uma primavera à outra, tudo pode mudar. Megan se sentia como essa árvore, e não pensava mais em amor de uma forma ardente, ou avass...