Chasing Colors - Para Colorir o Brasil

12 2 0
                                    

Quem eu iria procurar? Com a mente bagunça eu deveria buscar um amigo ou familiar, mas como eu estava com uma força celestial me guiando, eu precisava usar os poderes dela para saber quais pessoas eram confiáveis, por dentro...
Não sabia como a parte celeste em mim me guiaria, mas então em um dos dias no final de setembro eu comecei a interpretar significados nas cores que as pessoas usavam e nas cores dos carros também, geralmente as cores eram: branco, azul, preto, vermelho, amarelo, rosa, verde, roxo e a que eu mais gostava o preto surrado que parecia cinza, ou peças de roupa ou carros prata, ou cinza mesmo.
Essas cores significavam: branco era loucura ou alienação, azul era bondade, ou era algo sobre um menino, que no caso era eu e meu passado, preto era morte, ou a certeza de morrer, cor da anarquia também, vermelho era o mal, no sentido de ir contra o senso comum, ser revolucionário, amarelo era sobre a força celeste que me guiava, rosa era o lado feminino das coisas, falava sobre o amor sentimental também e a minha poesia que fiz, verde era a esperança de algo, roxo era o equilíbrio entre o bem e o mal, e cinza era a necessidade de lutar...
Mas o modo que eu interpretava essas cores era peculiar, as combinações e etc... Eu gostei muito também de uma música que ouvi chamada Chasing Colors do Marshmello com a Noah Cyrus, e ela foi para uma playlist especial, agora voltemos as combinações de cores...
Por exemplo, geralmente eu ignorava as cores dos sapatos, e se uma pessoa simples, pobre, usasse uma camiseta branca e uma calça azul, significaria que ela desejava que o rapaz revolucionário, que circulou no submundo da internet mas ninguém sabia o rosto, iria querer que ele, eu no caso, aceitasse as coisas, o senso comum, o fascismo, o que para mim seria me alienar, enlouquecer, seria "branco" e depois eu me tornaria "azul" que seria um menino bom. Já se uma pessoa de elite, muito rica usasse branco e azul, significaria a mesma coisa, mas ela já teria contato com a elite, e poderia avisá-la que me viu, quando e onde, e eu precisaria tomar cuidado, pois uma vez a elite desconfiando que me achou me caçariam e torturariam, psicologicamente, por isso eu criei uma playlist no YouTube com artistas: Vivendo do ócio, vespas mandarinas, Nirvana, declan McKenna, MGMT, twenty one pilots e cage the elephant para eu ouvir e lembrar de quem eu era no futuro, foram os últimos artistas que escutei bastante, e me tocavam, ou para mim, aparentava-se. Já se a pessoa usasse vermelho e preto significava que ela era do meu time, "mal" até "morrer" revolucionária, aliada e amiga, pois vermelho era a cor do comunismo, e junto com essas pessoas vestidas de preto e vermelho e outras cores amigáveis; lutariamos por um novo sistema político para a ascenção da prole e tomada dos meios de produção para os que trabalham pesado neles, oposto ao Bolsonaro.
Roxo era uma cor boa, significava equilíbrio, mas usar uma peça vermelha e outra azul significava indecisão e isso não era bom, não vou mais descrever misturas, você verá na prática, nas narrativas a seguir.

Eu passava pelo meu bairro para ficar na rua por aí, fazendo uma revolução, mostrando aos revolucionários que eles não estavam sozinhos, era um começo, geralmente eu saia usando "preto" e "cinza", queria dizer "vou morrer", "lutando", pois as cores tinham muito de profecias também, encontrei um casal a esposa era alienada e usava branco e azul, mas o rapaz usava vermelho e cinza, que significava lutar de maneira má, para o senso comum, provavelmente eles se divorciaram logo, cheguei nele com o look do vou morrer lutando e pedi um cigarro a ele, que estava fumando, ele falou de modo simpático um "claro" e me deu um, eu comentei "a gente nunca sabe quando vai ser o último né?" Ele ficou inquieto e eu me afastei, só pensando que ele se preparia para a luta, antes disso eu passei pelo meu vizinho e ele tinha umas estátuas da branca de neve e os sete anões que vestiam roupas em sua maioria amarelas e azuis, eu interpretei, "a força celestial que guia a revolução é boa" e concordei, eu não gostava de azul, pq a palavra "bom" foi meio que reeinvidicada pelos fascistas e pelo senso comum, mas, eu entendi que meu vizinho era mais velho e apoiava a revolução da maneira dele, mas eu não confiava em jovens usando azul, no outro dia passei nesse mesmo vizinho para ver as estátuas e não estavam lá, talvez ele percebeu as cores e foi pintar por que era contra a revolução, como eu fui ingênuo...
Quando eu vi a postagem que a Klu Kluz Klan dominaria o Brasil em 2019 eu fugi de casa, não em direção a cidade, mas para o oposto, a parte mais afastada do meu bairro, e eu pulei um muro, da casa do Sr. Efraim ele me conhecia desde criança e provavelmente estaria lá com a neta maior de idade Ketlen, eu torci para que fossem contra o fascismo e me abrigassem, o muro era pequeno mas tinha umas grades acima, que subi com dificuldade, os cachorros não latiram, se assustaram e bati na porta para chamar discretamente o Sr. que me recebeu e chorou, dizendo, "Tome um banho você está arranhado... Depois deite-se vou pegar uma toalha e shorts pra você... Eu sei o que você está passando!" Ele usava preto e cinza, e se ele sabia o que eu estava passando podia significar que algum filho dele lutou pela democracia no passado, talvez na ditadura que teve no Brasil até 1981, isso me inspirou. Depois que me higienizei deitei com uma samba canção azul, e uma camiseta cinza, "lute bondosamente" ele era mais velho, então entendi o recado, depois apareceu a Ketlen para ver como eu estava, ela usava rosa e cinza, significava "menina" "lutando" ou que ela admirava a minha poesia que fiz e a sensibilidade do meu lado feminino que ela percebeu, acho que todos os homens tem esse lado. Eu cochilei, pois precisava descansar para lutar mais depois...
E depois que acordei me pediram para entrar num carro cinza deles, provavelmente um veículo para "a luta" e me levaram até em casa, conversaram com meus pais e antes eu fiz um pedido "Se perguntarem vocês não me viram, né?" Eles assentiram, fiquei aliviado e aquele dia fiquei em casa, no outro dia seria dia de eleição, primeiro turno, 2018, eu fiquei em casa continuando a fazer a playlist de músicas sobre mim, até agora só tinha os artistas que citei antes, mas encontrei uma música chamada Dinossauros do Dingo Bels, e lembrei que quando eu era criança eu gostava de desenhar dinossauros, lembrei de quando eu ouvia muito Charlie Brown Jr com 13 anos, e adicionei as músicas Meu Mundo Novo, Eu Protesto e Confisco a playlist, dormi com certa dificuldade ao final do dia, pelas paranóias sobre perseguição, tudo era muito plausível e real, no início do ano também eu ouvia muito Lil Peep, após sua morte, e lembrei disso depois da metade do ano e esse dia antes da eleição também e adicionei os Álbuns, Crybaby, Come over here when you're sober" e Hellboy, muito boas, mas não curti a nova após sua morte que colocaram o Xxxtentacion cantando com ele, os dois nunca colaborariam juntos, em vida.
Dia da eleição, acordei cedo e meio atordoado, ao abrir os olhos os fantasmas já iam se apossando aos poucos da minha realidade, era terrível viver assim mas eu lutava, por mim, pelo mundo, pelas pessoas, indo votar eu percebi que apenas pouco mais de um terço das pessoas usavam cores revolucionárias, e estremeci, entrei com medo de rolar confusão ou um confronto e votei rapidamente no Ciro Gomes, pois imaginei que graças ao antipetismo ele ganharia, e ele era de centro-esquerda, isso já seria um começo para a revolução, sai da escola Nila Pontes e percebi uma garoa, comecei a correr e uns 200 metros na frente eu parei, um casal ria de mim um pouco atrás, aconteceu que a garoa era muito leve, e isso me fez pensar "será que estou enxergando as coisas de modo alterado", e respondi a mim mesmo, "provavelmente não, na chuva eu exagerei, mas o mundo está realmente caótico e próximo de uma guerra civil..."
Eu comecei a caminhar de noite até a escola Nila Pontes, onde o Silvano meu amigo do ensino fundamental em Pirapora, usava um uniforme todo preto, que era "certeza de morrer" o que achei muito nobre, ele me mostrava músicas, e ele começou as poucos a parecer meu inimigo secretamente, mas eu não o confrontei nessa fase com os meus achismos, mas uma noite que eu estava de preto e rosa "morrer com feminilidade, sensivelmente, pelo próximo, como quem já escreveu um poema de paixão"
Ele me mostrou duas músicas nessa noite que pareciam afrontas diretas a mim, a primeira foi uma dos anos 80 ou 90 que tinha no coro a palavra "evil", e era um rock fluído, como a vida, e nele falava sobre um cara que era mal, a beirar a loucura, eu ouvi e estremeci, depois ele mostrou um clipe do Muse em que ele se apaixonava e perseguia uma prostituta, isso me fez pensar se eu estava apaixonado demais, e seria capaz de seguir a pessoa que gostei, pensei "Jamais, quero que seja alguém feliz, não importa o caminho que seguir", passei a mão no olho disfarçando uma lágrima, em breve viriam mais eu precisava ir para casa, mesmo não achando seguro lá, me despedi rapidamente do Silvano e fui embora, eu tirei uma blusa preta com um desenhos de cobras e cruzes e vesti agora eu estava de preto e preto, certeza de morrer e uns desenhos pagões, sento um pouco numa rua sem saída, meio escondido, até parar de chorar depois continuo na caminhada até em casa mas encontro uma senhora de verde e preto, "a esperança é a morte" e ele me pergunta o seguinte:
- Licença ô rapaz, você pode me ajudar?
- Por que eu? - Devolvo, ela parece amiga pelas cores mas eu estava angustiado no momento.
- É que você parece do meio...
Eu volto minha atenção total para a conversa após ela falar essa frase, e começo a devanear pensando na palavra "meio" de que meios eu era? de grupos e opiniões e eu era LGBTQIA+, comunista, artista, mas ela devia estar se referindo a sua religião, pois minha blusa estampava símbolos pagões, então ela era satanista ou de uma religião mais antiga talvez alguma afro-brasileira nessa época eu não entendia muito bem, talvez ela mesma não entendesse a própria religião, pois me abordou apenas pelos símbolos pagões, ela me chamou para a realidade acrescentando mais a conversa:
- Eu procuro um terreiro... Você conhece algum?
- Não sei, me vê um cigarro dos seus?- Peço, pois ela estava fumando, ela me dá um e vai embora, já um pouco melhor ando um pouco e dou uma risada sem saber o porquê do meu encontro com a aliada, aquela altura, eu já cambiava rapidamente as emoções baseando-me em percepções pequenas e simples de como eu enxergava a realidade...
Eu aleatoriamente não estava fugindo para muito longe aquela semana de início de outubro mas um dia desse eu peguei carona no ônibus e voltando por Parnaíba vi o Baque, ele estava de preto e branco com uns desenhos cinzas, deveria estar impulsionando a revolução por lá também, mas "preto" com "branco" significava que a força celestial ia me levar a loucura ou a morte, Baque era muito inteligente e provavelmente ele descobriu algo sobre a elite e os métodos de tortura que usariam contra mim, eu decidi que iria procura-lo antes de outubro acabar para ver o que ele me diria, mas eu jamais imaginaria em que estado eu estaria no dia do segundo turno, antes disso outras coisas aconteceram, e vou narra-las nos próximos capítulos, uma guerra acontecia dentro da minha mente entre trevas e luz, como no álbum do Twenty One Pilots, Blurryface, que me fez pensar que os Estados Unidos seria um bom lugar para eu me azilar caso fosse necessário, pois eles da banda, os MGMT também, Cage e Nirvana eram de lá, afinal explodia uma guerra civil na minha mente para eu poder usar a força celestial que me encontrou para os meus propósitos não os dela, como na música Ode to sleep, também do duo Twenty, e logo a guerra civil começaria também, no mundo real...

O Rapaz em 6 Carros e O Urso PardoOnde histórias criam vida. Descubra agora