Novo livro

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Bom dia, bebês.

Era aqui que tavam pedindo att?
Pois toma. 🤭

Boa leitura.
Da estrelinha e comenta, por favorzinho.

TT: @umamabs

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Nota da autora: Qualquer menção a respeito do livro novo livro de Gizelly, é uma transcrição e livre adaptação do podcast Paciente 63.

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POV GIZELLY

- Eu acho que nós podíamos afastar um pouco esse sofá e fazer umas fotos com a Marcela deitada. - Rafaella sugeriu logo quando terminamos de fazer as fotos de Marcela sentada no banquinho.

- Nem pense em mexer nesse sofá. - Eu me apressei em deixar claro que ela não podia mudar o móvel de lugar. Eu já tinha pego o banco do outro lado do cômodo e colocado a favor da luz, era o máximo que eu poderia fazer.

- A gente coloca de volta no lugar quando acabar, vai ser rápido. - Ela insistiu.

- Não!!! - Eu fui ríspida. Marcela só segurou o riso ao meu lado e interveio.

- Rafa, não insiste. Ela não vai deixar você mexer em nada, só ela pode fazer isso aqui.

- Vocês não vão conseguir colocar de volta no lugar exato. - Eu já estava sem paciência.

- Tudo bem, então, eu acho que já podemos encerrar. - Rafaella também pareceu estar um pouco irritada.

- Precisamos fazer as fotos de Gizelly. - Marcela lembrou e eu quase cedi ao impulso de te dar um beliscão.

- Eu jurava que você tinha esquecido disso. - Falei emburrada, sem conter a irritação.

- Mas ela com essa cara emburrada não tem como, Marcela. - Rafaella também estava irritada e não se dirigiu a mim quando precisou reclamar sobre o meu comportamento. - Como vocês vão vender o livro com a autora fazendo cara feia na contracapa? - Ela arqueou uma sobrancelha e deixou um sorriso que não mostrava os dentes se formar em seus lábios.

Mas se eu tinha algum humor por estar fazendo a Ma fazer algo que eu queria, havia perdido no instante em fui lembrada que precisaria fotografar também. Não que eu não estivesse arrumada o suficiente, era suficiente para mim. Mas eu me sentia exposta quando precisava me mostrar de alguma maneira e ter alguém com uma câmera eternizando minhas expressões não era a melhor das sensações.

POV RAFAELLA

- Rafa, vem cá. - Manu me chamou enquanto Gizelly se entendia com Marcela. - Você não está aqui pra opinar sobre a personalidade dela.

- Manu, eu só quero fazer meu trabalho e ir embora desse lugar inexpressivo. A mulher é a personificação da chatice. - Revirei meus olhos e Manu riu. - Ela até tava menos chata quando chegamos, mas agora tá insuportável.

- Eu acho que ela só é uma pessoa introspectiva e não gosta de ter seu espaço invadido, além de extremamente organizada e talvez por isso não goste de outras pessoas colocando a mão em tudo. Mas veja, o que elas têm dá certo, deixa a Marcela resolver com ela se vamos ou não fazer as fotos.

- Ok. - Cruzei meus braços na altura do meu peito e esperei observando a conversa das duas.

- Gigica, me fala o que tem na sua cabecinha, qual a ideia pro próximo livro? - Marcela nos olhou com um sorriso no canto dos lábios. - Lembrando que nada do que for falado sobre o processo criativo dela pode sair dessa sala, tudo bem? - Fizemos sinal positivo e ela me fez um sinal para que eu ficasse a postos com minha câmera. - Vamos lá, Gi. Me conte.

- Eu não sei ainda, está muito cru. - Ela pareceu relaxar um pouco quando o assunto passou a ser sobre suas ideias. Eu fiz um clique discreto, sem o flash da câmera, eu tinha entendido a dinâmica que Marcela havia montado ali. - Eu pensei em um mundo pós pandemia, não sei exatamente se seria um romance ou uma ficção científica.

- O que você gosta mais de escrever? - Marcela perguntou, a interrompendo. Um sorriso largo se formou em seu rosto, mais um clique.

- Eu adoro o romance, mas também gosto muito de conhecer coisas novas quando estou criando meus personagens, pesquisar sobre suas profissões, analisar cada detalhe do que eu poderei usar para construir uma base sobre eles. - O sorriso dela parecia crescer a cada palavra e se existia alguma tensão naquela sala, ela tinha sido dissipada no momento em que ela começou a falar sobre seu livro.

Elas estavam sentadas no sofá, Gizelly e Marcela, com uma distância razoável entre as duas. Pareciam duas irmãs fofocando sobre os acontecimentos de uma adolescência cheia de imprevistos. E enquanto elas conversavam eu fazia as fotos, uma atrás da outra, mas mesmo assim continuava a fazer discretamente, eu sabia que ela notava cada clique, pois seus olhos encontravam os meus em alguns momentos. Mas nesses momentos Marcela chamava sua atenção, para que não perdesse o foco.

- Sabe o que eu estava pensando, Ma? - Marcela só a incentivou com a cabeça. - Que eu poderia escrever sobre uma relação médico e paciente, nesse contexto pós pandêmico. Seria um romance, mas eu gostaria de deixar as pessoas um pouco confusas sobre tudo primeiro. O que você acha? - Ela demonstrou insegurança sobre suas ideias.

- Eu acho genial. - Deixei escapar em um tom baixo e ela olhou diretamente para a câmera quando eu a disparei mais uma vez. O sorriso deixou seus lábios por alguns segundos, mas em seguida retornou, ela se encolheu um pouco com o elogio.

- Mas é genial mesmo. - Marcela segurou sua mão e com um sorriso reconfortante falou olhando em seus olhos. - Você é genial no que faz, bichinho. Precisa começar a aceitar isso, tenho certeza que vai te ajudar bastante. E eu tenho certeza que essa nova ideia será um sucesso. - Ela sorriu pequeno, ainda envergonhada. E essa faceta eu não tinha conseguido observar ainda nela até aquele momento. Todos os outros eram impossíveis de não ver, ela era mandona, controladora, autoritária, sistemática e pelo que eu tinha reparado, gostava de implicar comigo e com qualquer ação que envolvesse a maneira despojada que eu trabalhava, além de parecer independente e dona de si. Mas naquele momento ela só parecia alguém inseguro com suas ideias e que precisava de incentivo para colocar pra fora.

- O que você acha, Rafa? - Manu chamou minha atenção. Minha distração em meus pensamentos sobre a maneira que Gizelly se comportava me deixou por fora da conversa entre elas.

- O que eu acho sobre o que? - Perguntei confusa.

- Sobre já termos fotos suficientes. - Manu falou com um sorriso cínico em seu rosto.

- Ah, sim, claro. - Eu fiquei sem graça por ter sido pega de surpresa na minha distração. - Acho que já temos material suficiente. Assim que tudo estiver pronto, nós entramos em contato. Mandamos pra editora ou direto pra você? - Me dirigi a Marcela, mas quem me respondeu foi Gizelly.

- Manda pra mim. Eu quero ver tudo antes de mandar para a editora. - Gizelly tinha reassumido o papel autoritário. Ela levantou e foi até um dos cômodos, quando voltou tinha um pedaço de papel em mãos que entregou a Manu. - Esse é meu número e email pessoal, quando as fotos ficarem prontas, entrem em contato comigo. - Ela havia suavizado mais uma vez e Marcela parecia surpresa com a ação. - Obrigada.

Desarrumar - GiRafaOnde histórias criam vida. Descubra agora