General

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Oiii. Bom dia. 😍

Sim, pra quem já leu por causa da ação do SAC, eu mudei o nome do capítulo, talvez fique menos ansioso assim, não sei. Mas engraçado, com certeza.

Boa leitura, meus amores. Volto logo, prometo.

TT: @umamabs
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POV Gizelly

“Quando você se olha no espelho, o que você vê? É essa pessoa que você quer ser?”

- É essa pessoa que você quer ser, Gizelly? - Eu sussurrei para o meu reflexo no espelho, pensando que só eu iria ouvir, mas a resposta de Marcela veio por trás de mim.

- Você está gata, mas não é como se não desse pra ver o pavor estampado em seus olhos. Não é essa pessoa que você quer ser, Gizelly. - Ela falou com um sorriso no canto dos lábios. - Você não quer ser alguém com medo de viver e ser feliz, eu sei disso e você também sabe.

Eu virei e encostei na pia do banheiro, ela estava sentada na minha cama, com as pernas cruzadas e as mãos apoiando o peso do seu corpo. - Vai pra casa, eu vou ficar bem, ela vai chegar a qualquer momento. - Falei o mais suave que pude, tentando disfarçar o quanto eu estava nervosa. - O que pode dá errado? Eu fiz uma comida gostosa, estarei no lugar mais confortável da minha casa e... - Eu vacilei e respirei fundo, tentando acalmar o peito que tomava ciência sobre o que estava acontecendo. - E estarei acompanhada de uma mulher que eu mal conheço, mas que mesmo assim é a mulher mais bonita que eu já vi na vida. - Falei rápido de uma vez só. Marcela alargou ainda mais o sorriso que havia se formado aos poucos em seu rosto enquanto eu falava.

- Abre um vinho, é bom pra relaxar. Toma enquanto termina de fazer a comida, eu sei que você deixou pra concluir quando ela chegasse. - Ela deixou um sorriso malicioso. - Oferece uma taça pra ela, ou pede pra ela tomar no seu corpo. - A coisa mais próxima que tinha das minhas mãos era uma toalha de rosto, e eu joguei na direção dela, acertando bem em seu rosto. Sorri satisfeita quando ela tirou a toalha do rosto e levantou da cama com ela em mãos e foi até o meu lado, me entregando para que eu colocasse de volta no lugar. - Isso é falta de sexo, aproveite a noite, pra melhorar esse seu humor de cão. - Ela me deu um beijo rápido e estalado da bochecha. - Estou indo. Boa sorte, bichinho. - Saiu correndo com medo de que eu pudesse a alcançar com a toalha mais uma vez.

Continuei me olhando no espelho por alguns segundos, conferi a maquiagem e tentei tirar a insegurança das minhas expressões. - Estou em casa, vai dá tudo certo. - Pensei alto.

...

POV Rafaella

- Qual foi o furacão que passou pelo seu quarto? Que vendaval foi esse? - Manu falou depois que eu fui abrir a porta para que ela entrasse e corri de volta para o quarto, não queria me atrasar, mas eu não tinha conseguido ao menos escolher uma roupa.

- Existe um furacão Rafaella? A não ser que exista, nenhum passou por aqui. Eu sou a responsável pelo caos. Não tem uma roupa descente para eu usar. - O desespero que estava embutido na minha voz chegava a ser palpável. Manu se aproximou da cama, onde praticamente todas as minhas roupas estavam espalhadas e deu uma breve avaliada.

- Você não pode ir de biquini, a não ser que queira matar a general do coração. - Ela levantou um biquini que tinha ido parar no meio das roupas completamente ao acaso.

- É claro que eu não vou de biquini, Maria Manoela. Eu não sei como foi parar aí. - Falei colocando os dedos em minhas têmporas e massageando, pedindo por paciência, para não surtar a qualquer momento.

- Talvez esse. - Ela levantou uma ombreira com um vestido em mãos. - A não ser que você queira ir com jeans, camiseta e uma jaqueta, que pode até fazer seu estilo fotógrafa despojada, mas não é adequado para o momento. - Ela pensou alto enquanto continuava a avaliar o vestido sem olhar para mim. - Então, acho que esse é melhor. - Me fez segurar o vestido quando o jogou em mim. - Corre, você não quer se atrasar, não quer mesmo.

Revirei os olhos mais uma vez. A Gizelly que eu havia encontrado na praia era uma pessoa diferente da que havia me recriminado por um pequeno atraso. A segurança que ela demonstrava quando queria algo sobre o trabalho, era totalmente diferente do que ela me mostrou ao me convidar. - Algo me diz que não é a mesma situação. Mas sim, eu não quero me atrasar. - Respirei fundo, eu estava nervosa, nunca pensei que ficaria nervosa assim por ir encontrar uma mulher.

- Por quê acha que não é a mesma situação? - Manu abriu espaço entre as roupas e sentou na minha cama. Ela me olhava de um jeito divertido, não tenho certeza, mas acho que ela estava se divertindo com meu nervosismo.

- Porque ela pareceu insegura quando me chamou para o jantar. - Falei quando terminei de colocar o vestido que Manu havia escolhido pra mim. - Como estou?

- Rafaella, não sei o que você tem na cabeça, mas essa pergunta chega a ser uma ofensa para qualquer ser humano existente na terra. Você está linda, radiante. Como sempre fica. - Ela falou de uma vez só e eu dei um sorriso pequeno. Eu tinha uma boa auto estima, sabia que era bonita e gostava de ouvir elogios e os de Manoela eram recorrentes. Ela sabia como inflar meu ego e eu gostava disso. Era uma boa amiga, a verdade era essa. - Ela parece ser uma pessoa introspectiva, fazendo uma análise rápida, tirando os momentos que eram sobre trabalho, ela parece ser extremamente tímida.

- Tinha algo a mais. - Falei baixo quando virei para o espelho, meio que só pra mim, mas ela ouviu. Chequei a minha aparência mais uma vez.

- Algo a mais? Como assim? - Ela me olhou através do espelho.

- Eu não sei. Mas talvez eu descubra com o tempo. - De nada adiantava o meu ego inflado nesse momento, de nada adiantava a consciência da mulher que eu era, eu estava nervosa e insegura. E quando os olhos de Manu encontraram os meus, ela percebeu.

- Você está linda, não era só um elogio barato. E vai ser um bom encontro. Fica tranquila. - Ela sorriu de um jeito reconfortante para mim e eu não tive outra opção a não ser retribuir o sorriso.

Desarrumar - GiRafaOnde histórias criam vida. Descubra agora