A Boazuda

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Oiii. 😌😌

O SAC mês fez voltar por uma boa causa. Hahahaha Então, cumprindo minha parte do acordo, tá aí a att de vocês. Até qualquer dia.

Boa leitura. 😘

TT: @umamabs

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POV GIZELLY

O meu celular vibrou na cabeceira da cama... Um e-mail.

De: Rafaella Kalimann

Para: Gizelly Bicalho

Sobre as fotos, eu que agradeço pelo trabalho árduo, eu gosto de desafios.

Sobre o resgate, foi um prazer ter você em meu colo. Mesmo que por breves cinco segundos.

Em caso de emergência, pode ligar 9***7-1593.

R. K.

Respirei fundo quando li o conteúdo do e-mail, prendendo todo o ar em meus pulmões e soltando devagar logo em seguida. Salvei o número. Eu havia tentado dormir depois de fugir do bar e deixar uma Marcela brava para trás por ter saído sem explicar o que tinha acontecido, mas a cena não saía da minha cabeça, primeiro estar presa em um cubículo me deixou tão aflita que eu não conseguia parar de chorar lá dentro, depois caí quando colocava o seu plano em prática, minhas costas em contato com aquele chão sujo me deixavam sem ar, mas por último eu ainda sentia suas mãos apertando as minhas quando me fez levantar e ficar em seu colo. Cada pedaço do meu corpo que havia tido algum contato com ela tremia ao lembrar.

De: Gizelly

Para: Rafa

Espero não precisar de outro resgate. Pelo menos não desse tipo.

G. B.

Digitei e enviei a mensagem, dessa vez foi enviada para o número que eu havia acabado de salvar. Ela não demorou a me responder.

De: Rafaella Kalimann

Para: Gizelly Bicalho

Eu espero que sim, não desse tipo. Em todo caso, foi um prazer te rever.

R. K.

Levantei, com o celular em minhas mãos, mesmo que eu quisesse, não conseguiria responder agora, eu não saberia responder aquele flerte escancarado, fui até o escritório, sentei e abri meu notebook, talvez se eu terminasse o capítulo que Marcela interrompeu, eu conseguisse dormir depois.

... (Continuação do Capítulo 1: A história com que eu cresci)

- E quem que é?

- Quem que é?

- Isso, quem que você quer convencer? Porque você acabou de deixar claro que não sou eu. - Eu continuei questionando.

- Isso ainda não importa para você.

- Maria Cristina Borges quem é? Você disse esse nome quando te trouxeram e repetiu enquanto estava medicada. Maria Cristina Borges. Quem é? - Ela pigarreou e pareceu incomodada. - Sua mãe? Sua esposa?

- Não, não é nada meu. Nem conheço, não pessoalmente.

- Mas é ela quem você quer convencer, não é? E como você pretende convencer uma pessoa sem conhecê-la? Como pretende convencê-la de qu...

- De que sou uma viajante no tempo? - Ela me interrompeu, concluindo a minha frase. - Eu não pretendo que ela acredite em mim. Isso só ia servir para que ela se distanciasse e eu não posso permitir que ela se distancie.

- Então você fez uma viagem no tempo para contatar uma pessoa, é isso? Er... deixa eu ver, deixa eu adivinhar. Você e ela vão ter um romance e você tem que protegê-la, não é isso? - Talvez eu tenha sido um pouco cínica devido a minha incredulidade.

- Não me trate como uma idiota, doutora. Esse filme é um clássico. Eu lembro dele. Não, antes fosse isso. Eu preciso convencê-la de que não faça uma coisa. Devo evitar que ela faça algo.

- Que ela faça o quê? – Continuei questionando.

- Eu preciso evitar que ela pegue um avião.

- Porque?

- É complicado de explicar.

- Tenta. - A encorajei a continuar.

... (Continua)

POV Marcela

Tirei meus sapatos assim que abri a porta, tudo estava silencioso demais e eu tinha duas teorias, ou a Gi estava dormindo, ou estava escrevendo. A segunda opção não fazia sentido, era cedo demais. Mas quando cheguei em seu quarto e vi a cama semi desarrumada, mas nenhum vestígio de Gizelly, comecei a me preocupar. Eu havia estranhado o jeito que ela saiu do bar na noite passada, era mais esquisito ainda ela não ter aceitado quando eu me ofereci pra vim deixar ela em casa. Eu estava com o celular na mão, pronta pra ligar pra polícia quando abri a porta do escritório e ela estava lá, com a cabeça encostada em seus braços, que estavam cruzados em cima do notebook.

- Gi. - Falei baixo quando me aproximei e coloquei minha mão sobre o seu ombro. Eu não queria assustá-la. Mas ela se mexeu, virou a cabeça pro outro e continuou dormindo. - Gizelly. - Tentei mais uma vez, balançando seu ombro de leve. Nada. - Gizelly Bicalho. Acorda, você vai ficar com torcicolo dormindo desse jeito. - Fui firme e aumentei o volume da minha voz. Ela saltou e levantou assustada, fazendo a cadeira cair com o impulso que deu ao se levantar.

- Marcela, eu juro que vou mudar o meu testamento. Se eu morrer do coração, você não vai receber nada. NADA. O que você tá fazendo aqui essa hora? Porque não ficou no bar? - Ela estava muito brava e eu estava rindo, o que só aumentou a irritação dela. - Do que você está rindo, galega azeda?

- Que horas você começou a escrever? Dormiu a noite toda aí nessa cadeira? - Perguntei com um meio sorriso e só depois disso ela pareceu entender que o sol já estava claro e entrava pelas frestas da cortina.

- Eu acho que estava muito cansada. - Ela passou a mão pelo rosto e olhou em direção ao celular, eu segui seu olhar.
- O que foi? Você tá esperando alguém ligar? - Ela me olhou culpada, como uma menina que tinha feito algo errado. Eu pensei em pegar o celular, mas ela foi mais rápida e fez antes de mim.

- Não estou esperando nada. – Ela respondeu emburrada. - Você vai ficar pro café? Se for, vamos logo. Eu vou tomar um banho enquanto você faz o café, porque eu tô morrendo de fome. - Ela mudou de assunto.

- Eu adoraria sim fazer um café pra você, muito obrigada, projeto de pinscher. - Ela me mostrou a língua e saiu em direção ao quarto, eu a segui. - Você não imagina quem apareceu no bar ontem depois que você saiu.

- Quem? - Ela perguntou sem demonstrar nenhum interesse.

- A boazuda. - Ela levantou a sobrancelha. - A Rafa Boazuda Kalimann. - Depois de ouvir o nome ela colocou a cabeça pra fora do banheiro com a escova de dentes na boca, nada usual. - O que?

- Vocês conversaram? - Ela perguntou com a boca cheia de creme dental. O que diabos estava acontecendo ali?

- Não muito, parece que ela tinha algum rolo com a bartender, a mulher não parava de encarar e o Gui foi chamar ela pouco tempo depois de ter sentado lá com a gente.

- Entendi. - Ela voltou a cabeça pra dentro do banheiro e em seguida voltou. - Vai fazer nosso café. Por favor. Eu vou tomar um banho e organizar meu quarto e logo vou pra cozinha.

Desarrumar - GiRafaOnde histórias criam vida. Descubra agora