Capítulo 22

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JIN    

  Desde que comecei a dar aulas para Namjoon, tenho negligenciado meus amigos, mas, agora que ele fez a segunda chamada, meu tempo livre voltou a ser só meu. Assim, na noite seguinte à festa de Koo Junhoe, encontro o pessoal de sempre no café da faculdade, animado em revê-los. E fica óbvio que também sentiram minha falta.

“Jin-hyung!” Jungkook pula da cadeira e me puxa para um abraço apertado. E quando digo apertado, quero dizer que quase sou engolida por esse abraço, porque Kookie um fofo e ama abraços mas não sabe o quanto é forte. Sempre o provoco dizendo que é igualzinho ao um bebê manhoso mutante com super força que, portanto, deveria ser da linha de defesa do time de futebol americano, mas Kookie não tem estrutura atlética. 

Estuda música como eu, e, pode acreditar, o cara canta muito.

Jimin é o próximo a me cumprimentar, e, como de costume, um comentário sabichão salta de sua boca espertinha. “Foi abduzida por alienígenas?”, pergunta ao me abraçar com tanta força que mal consigo respirar. “Espero que a resposta seja sim e que eles tenham enfiado uma sonda na sua bunda por dez horas seguidas. É o que você merece por me ignorar por mais de uma semana.”

Rio do vívido retrato que ele acabou de fazer.

 “Eu sei. Não valho nada. Mas tive uma maratona de aulas esta semana que me manteve ocupada.”

“Ah, todo mundo sabe quem tem te mantido ocupada”, interrompe Mark, em sua cadeira ao lado de Kookie. “Kim Namjoon, Jin? Sério?”

Contenho um suspiro. “Quem contou? Ken?”

Mark Tuan revira os olhos da forma mais dramática. Acho que é uma coisa de alunos do teatro — eles aparentemente não conseguem dizer uma palavra ou fazer um gesto sem exagerar. “Claro que contou. Ao contrário de você, Ken não guarda segredos da gente.”

“Ah, nem vem. Só andei ocupado com as aulas e os ensaios. E o que quer que KEn tenha dito sobre ele, não é verdade.” Tiro o casaco de inverno e coloco sobre a cadeira vazia ao lado de Jimin. 

“Estou ajudando Namjoon a passar em ética. E só.”

O namorado de Mark, Bambam, sacode as sobrancelhas para mim por cima da caneca de café. “Você sabe que isso faz de você o inimigo agora, né?”

“Ah, espera aí”, protesto. “Isso é maldade.”

“Olha quem fala! O traidor”, brinca Jimin. “Como você se atreve a socializar com um troglodita? Como?”

Sei pelas expressões animadas que é tudo piada. Pelo menos até Namjoon me mandar uma mensagem.

Meu telefone apita, e sorrio no segundo em que o tiro da bolsa.

Namjoon: Vc tinha q ter vindo à festa pós-jogo. Uma garota acabou d esvaziar uma jarra d cerveja na cabeça d Taemin.

Deixo escapar uma risada e respondo depressa, porque preciso saber mais detalhes.

Eu: AIMEUDEUS. Pq? (aposto q foi merecido).

Ele: Acho q esqueceu d dizer a ela q era uma relação aberta.

Eu: Claro. Homens.

Ele: Homens… termine a frase… Homens são maravilhosos? Obrigado, coração. Aceito o prêmio em nome de todos nós.

Eu: Prêmio de maior babaca? É, vc é o porta-voz perfeito.

Ele: Ahhhhh. Tô magoado. N sou um babaca 

O AcordoOnde histórias criam vida. Descubra agora