Capítulo 31

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JIN

“Parado aí!”, exclama uma voz estridente, assim que me apresso em direção ao meu quarto. 

“Aonde você pensa que vai, mocinho?”

Faço meia-volta, atônito ao encontrar Ken deitado no sofá da área comum, equilibrando um de seus copos de suco nojento no joelho. Na pressa, não tinha notado sua presença.

“O que você tá fazendo em casa?”, pergunto, surpreso. 

“Pensei que tivesse aula de economia às quartas.”

“Foi cancelada. O professor pegou ebola.”

Solto um arquejo. “Caramba! Jura?”

Ele ri. “Bom, não. Quero dizer, talvez. Mandou um e-mail dizendo que tá com uma doença…”, ele desenha aspas no ar, “só que não disse que doença era. Mas gosto de imaginar que seja algo ruim. Porque aí ele não vai poder dar aula até o final do semestre, e automaticamente todo mundo vai tirar dez.”

“Você é do mal”, informo. “E um dia essa macumba vai se voltar contra você. Sério, não adianta vir rastejando pra mim quando pegar ebola. De qualquer forma, tenho que ir. Só passei para deixar minhas coisas antes de ir pro ensaio.”

“De jeito nenhum, Jin-hyung. Você vai sentar sua bunda bonita aí no sofá, porque precisamos ter uma conversinha.”

“Mas realmente não posso me atrasar pro ensaio.”

“Quantas vezes Nayeon se atrasou?”, indaga ele.

Tem razão.

Com um suspiro, ando até o sofá e me deixo cair.

“Certo. O que foi? Direto ao ponto.”

“Direto ao ponto? Tudo bem. Que tal assim: o que, neste mundão de meu Deus, está acontecendo entre você e Namjoon?”

Minha boca se fecha. Droga. Fui pego. Quer dizer, eu tinha mandado uma mensagem para ela ontem à noite, dizendo “Na casa do Namjoon — vou chegar tarde”, mas Ken passa a maior parte do tempo em sua própria bolha em torno de Kangjoon que achei que não fosse tocar no assunto.

“Não tem nada acontecendo”, respondo.

Rá, por “nada”, leia-se: “Fui até a casa dele, e nós dois ficamos nus, e nos masturbamos na frente um do outro, e aí eu gozei, e ele também, e foi a melhor sensação do mundo”.

Ken enxerga direitinho através da minha fraca tentativa de mentir. “Vou perguntar isso uma vez, e vai ser a única.Kim Seok-jin, você está namorando Kim Namjoon?”

“Não.”

Ken estreita os olhos. 

“Certo. Vou perguntar uma segunda vez. Você está namorando…”

“Não estou.” Suspiro. “Mas a gente tá se divertindo.”

Ele fica boquiaberto. Um segundo se passa, depois outro, e, em seguida, seus olhos de lentes azuis se acendem, vitoriosos. “Rá! Sabia que você tava a fim dele! Ai, meu Deus! Segura o meu suco… Acho que preciso fazer uma dancinha feliz! Você sabe fazer a dança do homem correndo? Me ensina?”

Rio. “Ai, Deus, não precisa fazer uma dancinha feliz. Não é nada demais, tá legal? Provavelmente vai esfriar logo.”

Quando sair com Junmyeon.

Droga… É a primeira vez desde o aniversário de Taemin que Junmyeon passa pela minha cabeça. Fiquei totalmente concentrado em Namjoon, no jeito como me excita, as coisas que quero fazer com ele. Mas, agora que me lembro do encontro chegando, sinto uma pontada de culpa.

O AcordoOnde histórias criam vida. Descubra agora