Capítulo 18

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NAMJOON

Tomo o cuidado de estar em casa — e sozinho —, quando Jin aparece na quinta à noite. Estou mais alegre do que envergonhado por ela ter me flagrado com Jiniyoung ontem, e, bom, pelo menos não foi na hora dos finalmentes. O rosto de Jin teria ficado cem vezes mais vermelho se tivesse ouvido os gritos de Young.

Para falar a verdade, uma parte de mim se pergunta se Jinyoung estava fingindo aqueles gemidos de ator pornô. Não tenho a pretensão de ser um garanhão na cama, mas sou muito atencioso e nunca recebi reclamações. Na noite passada, no entanto, foi a primeira vez que senti como se o garoto estivesse atuando. Tinha algo de incrivelmente… insatisfatório na coisa toda. 

Não sei se estava fingindo ou só exagerando, mas, de qualquer forma, não estou muito ansioso para repetir a cena.

Jin bate à minha porta. Não uma, mas pelo menos dez vezes. E mais duas, mesmo depois de o mandar entrar.

A porta se abre, e Jin tropeça para dentro, cobrindo bem os olhos com as palmas das mãos. 

“Posso olhar?”, pergunta, em voz alta.

Com os olhos ainda fechados, estica os braços para a frente, como um cego tateando o caminho em meio à escuridão.

“Você é um piadista, hein?”, digo, com um suspiro.

Suas pálpebras se abrem, e ele me lança um olhar ríspido.

 “Só quero ser cuidadoso”, responde, em tom arrogante.

 “Deus me livre de invadir mais uma das suas festinhas.”

“Não se preocupe, ainda não tínhamos chegado na parte do sexo. Se quer saber, ainda estávamos nas preliminares. Segunda e terceira base, para ser mais exato.”

“Eca. Informação demais.”

“Você que perguntou.”

“Perguntei nada.” Ele senta de pernas cruzadas sobre a cama e puxa o fichário da bolsa. “Certo, chega de jogar conversa fora. Vamos reler sua redação corrigida e esboçar mais algumas, para praticar.”

Entrego o texto corrigido, então me reclino contra os travesseiros, enquanto Jin lê. Ao terminar, olha para mim, e posso dizer que está impressionado.

“Muito bom”, admite.

E não é que experimento uma explosão de orgulho? Trabalhei pesado nessa redação sobre o nazismo, e o elogio de Jin não só me agrada, como confirma que estou melhorando nesse negócio de me colocar no lugar de outra pessoa.

“Na verdade, está muito bom mesmo”, acrescenta, relendo a conclusão.

Solto um arquejo fingido. “Nossa. Isso foi um elogio?”

“Não. Retiro o que disse. Está uma merda.”

“Tarde demais.” Abano o dedo para ele. “Você me acha inteligente.”

Ele solta um suspiro pesado. “Você é inteligente quando se aplica.” E faz uma pausa. “Tá legal, acho que isso deve ser uma coisa meio horrível de dizer, mas sempre achei que a faculdade fosse mais fácil para atletas. Academicamente, quero dizer. Você sabe, eles distribuem dez porque vocês são muito importantes.”

“Quem me dera. Alguns professores da Trinity nem leem os trabalhos de alguns caras que eu conheço, só dão dez e entregam de volta. Mas os da Yonsei nos fazem dar duro. Bando de idiotas.”

“Como você está se saindo nas outras matérias?”

“Dez em tudo, e um seis safado em história da Espanha, mas isso vai mudar quando entregar o trabalho final.” Sorrio. “Acho que não sou o atleta burrão que você achou que eu fosse, hein?”

O AcordoOnde histórias criam vida. Descubra agora