Capítulo 3.

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NAMJOON

Depois do grupo de estudos, entro na sala de estar e encontro meus colegas de república caindo de bêbados. A mesinha de centro está lotada de latas de cerveja, além de uma garrafa de Jack Daniel’s quase vazia que com certeza é do Jackson, porque ele é do tipo que acha que “cerveja é para os fracos”. Palavras dele, não minhas.

Jackson Wang e Min Yoon-gi estão jogando uma partida disputada de Ice Pro, os olhos fixos na tela plana enquanto apertam furiosamente os controles. Ao notar minha presença na porta, Jackson se volta por um instante na minha direção, e essa distração por uma fração de segundo lhe cobra o preço.

“Mandou bem, garoto!”, comemora Yon, à medida que seu jogador de defesa acerta um passe contra o goleiro de Jackson, fazendo o placar acender.

“Ah, que merda!” Jackson pausa o jogo e me lança um olhar furioso. “Porra, Nam! Acabei de levar um drible por sua causa.”

Não respondo, porque eu estou distraído — pelo amasso seminu acontecendo no canto da sala. Lee Tae-min se deu bem de novo. Descalço e sem camisa, está esparramado na poltrona com uma loura só de sutiã preto de renda e shortinho, montada em cima dele e se esfregando contra sua virilha.

Seus olhos me fitam por cima do ombro da menina, e Taemin sorri em minha direção. “Kim! Onde você estava, cara?”, pergunta, com a voz arrastada.

E, antes que eu possa responder ao seu questionamento embriagado, volta a beijar a loura.

Por alguma razão, Taemin gosta de dar amassos em todos os lugares, menos no próprio quarto. É sério. É só dar as costas, e ele está se atracando com alguém. No balcão da cozinha, no sofá da sala, na mesa de jantar — o cara já se deu bem em todos os cantos da república que nós quatro dividimos. Ele pega todas e não está nem aí.

Até aí, eu também não tenho do que reclamar. Não sou nenhum monge; Jackson e Yoongi muito menos. O que posso fazer? Jogadores de hóquei têm um apetite voraz. Quando não estamos no gelo, em geral estamos com uma gata ou duas. Ou três, se seu nome for Taemin e estiver na festa de Réveillon do ano passado.

“Faz uma hora que estou te mandando mensagem, cara”, me avisa Jackson.

Ele curva os enormes ombros para a frente e pega a garrafa de uísque da mesa de centro. Jackson é um brutamontes da linha de defesa, um dos melhores com quem já joguei, e o melhor amigo que já tive. Ele é estrangeiro.. chinês. Assim como eu sou coreano. Por fim, Yoongi e Taemin também são coreanos. 

“Sério, onde você se meteu?”, resmunga Jackson.

“Grupo de estudos.” Pego uma Bud Light da mesa e abro a latinha. “Que história é essa de surpresa?”

Sei o quão bêbado Jack está pela ortografia das suas mensagens. E, esta noite, ele deve estar muito louco, porque tive que dar uma de Sherlock para decodificar o que queria dizer. 

Suprz era “surpresa”. E cdvcp eu demorei um pouco mais para entender, mas acho que era “cadê você, porra”. Em se tratando de Wang, quem pode adivinhar?

De seu canto no sofá, ele abre um sorriso tão grande que me espanto de sua mandíbula não se romper. Em seguida, aponta para o teto e diz: “Vai lá em cima dar uma olhada”.

Aperto os olhos. “Por quê? Quem está lá?”

Jackson prende o riso. “Se eu contar, não vai ser surpresa.”

“Por que estou com a sensação de que você está aprontando alguma coisa?”

“Nossa”, dispara Yoongi. “Você tem sérios problemas de confiança, Nam.”

O AcordoOnde histórias criam vida. Descubra agora