Capítulo 7

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JIN

Ken mantém a palavra. Faz vinte minutos que chegamos à festa, e ele não desgrudou de mim, apesar de o namorado estar implorando para dançar desde que pusemos o pé aqui.

Estou me sentindo um idiota.

“Tá bom, isso é ridículo. Vai dançar com Kangjoon de uma vez.” 

Tenho de gritar mais alto que a música — que, por incrível que pareça, até que é decente. Estava esperando umas batidas de boate de quinta categoria ou um hip-hop vulgar, mas quem quer que esteja cuidando do som parece ter alguma afinidade com rock indie e punk inglês.

“Nem pensar!”, Ken grita de volta. “Vou ficar aqui, curtindo o som com você.”

Claro, porque ficar de tocaia junto da parede feito um maníaco e me observar agarrado à garrafa de água mineral que trouxe do alojamento é muito melhor do que dançar com o namorado.

A sala está lotada de gente. Garotos e garotas de fraternidade aos montes, mas há muito mais variedade do que o normal nesse tipo de evento. Vejo alguns alunos de teatro em volta da mesa de sinuca. Meninas do hóquei de grama conversando junto à lareira. Um grupo de rapazes que tenho certeza que são do primeiro ano perto do bar. Os móveis foram todos empurrados contra as paredes forradas de painéis de madeira para dar espaço para a pista de dança no centro da sala. Para onde quer que olhe, vejo gente dançando, rindo e falando besteira.

E a pobre Ken está grudado em mim feito velcro, incapaz de aproveitar um segundo da festa a que ele queria vir.

“Anda”, insisto. “É sério. Você não vê Joon desde que as provas começaram. Merece um pouco de tempo livre com seu homem.”

Ele hesita.

“Vou ficar bem. Jungkook e Jimin estão bem aqui… Vou conversar com eles um pouco.”

“Tem certeza?”

“Claro. Vim aqui para socializar, lembra?” 

Sorrindo, dou um tapinha em sua bunda. “Sai pra lá, vai.”

Ele sorri de volta e começa a se afastar, em seguida pega o iPhone e acena para mim. “Manda um S.O.S. se precisar de alguma coisa”, grita. “E nem pense em ir embora sem me avisar!”

A música encobre minha resposta, mas ele me vê acenando antes de se virar. Observo seu cabelo louro acizentado movendo-se entre a multidão, e ele logo está ao lado de Joon, que, feliz, o leva para o meio da multidão na pista.

Viu só? Também posso ser uma bom amiga.

Só que agora estou sozinho, e os dois meninos a quem planejava me juntar estão falando com outros dois garotos bem bonitinhos. Não quero interromper o festival do flerte, então procuro em meio à aglomeração algum conhecido — até Nayeon seria um alento para meus olhos cansados neste momento —, mas não vejo ninguém familiar. 

Contendo um suspiro, me encolho em meu cantinho e passo alguns minutos observando as pessoas.

Depois de vários rostos desconhecidos olharem na minha direção com interesse descarado, me recrimino por ter deixado Ken escolher minha roupa para a festa. A roupa está longe de ser indecente, apenas o normal, uma camisa com corte aberto em cima no joelho e calça jeans, mas marca demais o corpo mais do que eu gostaria, sentia que a roupa quase fazia parte da pele.

 Não discuti, porque queria chamar a atenção de Junmyeon, mas, em minha aflição por despontar no radar dele, não pensei nos outros radares todos em que poderia aparecer, e essa atenção toda me deixa nervosa.

O AcordoOnde histórias criam vida. Descubra agora