Capítulo 24

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NAMJOON

O Malone’s, que já não é um bar muito grande, está absolutamente tomado de jogadores de hóquei. O lugar é tão pequeno que é impossível encontrar lugar para sentar.

Nesta noite, mal dá para respirar, que dirá ficar em pé confortavelmente.

O time inteiro veio para a festa de Taemin, e, por acaso, segunda-feira é dia de karaokê, portanto o ambiente apertado está barulhento à beça e empanturrado de corpos. O lado bom é que nenhum de nós precisou mostrar as identidades falsas na porta.

De repente, percebo que, em poucos meses, ela não vai mais ter utilidade. Quando completar vinte e um anos, em janeiro, vou ganhar mais do que só status de adulto perante a lei — finalmente, vou ter acesso à herança que meus avós me deixaram, o que significa que vou estar a um passo de me libertar do meu velho.

Jin chega uns vinte minutos depois de mim e dos caras. Não o busquei porque o ensaio atrasou, e ele insistiu que não tinha problema em pegar um táxi. Também insistiu em passar no alojamento primeiro para tomar um banho e trocar de roupa, e, ao pousar os olhos nele, apoio a decisão do fundo do coração. Está absolutamente lindo de calça jeans preta, coturnos e camiseta canelada. Tudo preto, claro, mas à medida que se aproxima, fico procurando o item colorido, sua marca registrada — e o vejo assim que se aproxima, olho para sua cabeça dele ao cumprimentar Tae. Uma touca enorme amarela com pequenas estrelas azuis sobre os fios escuros. Uma parte do cabelo ainda está visível e emoldura sua nuca corada.

“Oi”, diz. “Tá sufocante aqui dentro. Ainda bem que não trouxe casaco.”

“Oi.” Eu me inclino e beijo sua bochecha. Teria preferido que fossem os lábios deliciosos, mas, embora considere isso um encontro, tenho certeza de que Jin não pensa da mesma forma. 

“Como foi o ensaio?”

“O de sempre.” Ele me oferece um olhar triste. “A mesma merda de sempre.”

“O que Nayeon, a Babaca, fez dessa vez?”

“Nada demais. Só continua agindo como a idiota que é.” Jin suspira. “Ganhei a discussão sobre onde colocar a ponte no arranjo, mas ela venceu na questão do segundo refrão. Sabe, a hora em que o coral entra.”

Solto um gemido alto.

 “Ah, pelo amor de Deus, Kimmy-san. Você cedeu nisso?”

“Foi dois contra um”, responde ele, sombriamente. 

"Cha decidiu que sua canção precisava de um coral para alcançar o efeito máximo. Vamos começar a ensaiar com eles na quarta-feira.”

Ele está obviamente muito chateado, então aperto seu braço e digo: “Quer uma bebida?”.

Vejo seu pescoço se mover à medida que engole em seco. Demora um pouco a responder. Só me olha nos olhos, como se estivesse tentando penetrar meu cérebro. Acabo prendendo o fôlego, porque sei que algo importante está para acontecer. Ou ele vai colocar sua confiança em minhas mãos, ou vai trancá-la a sete chaves, o que seria o equivalente a um soco de sacudir o esqueleto, porque, caramba, como quero que Jin confie em mim.

Quando finalmente responde, sua voz é tão baixa que não posso ouvi-lo por causa da música.

“O quê?”

Ele expira e levanta a voz.

 “Eu disse ‘com certeza’.”

Com essas duas palavrinhas, meu coração infla feito um maldito balão de hélio. A confiança de Jin chega às mãos de Namjoon.

O AcordoOnde histórias criam vida. Descubra agora