Capítulo 9

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JIN

Em geral, orgulho-me de ter a cabeça no lugar e de tomar decisões sensatas, mas concordar em dar aulas para Namjoon? Mais idiota impossível.

Na noite seguinte, no caminho até a casa dele, ainda me crucifico por isso. Quando me encurralou na festa da Sigma, tinha total intenção de lhe dar um fora para ele parar de encher o meu saco, mas aí ele ficou exibindo Junmyeon bem diante do meu nariz como se fosse uma cenoura, e caí feito um patinho.

Perfeito. Agora estou misturando as metáforas.

Acho que está na hora de admitir a triste verdade: meu bom senso é zero quando se trata de Kim Junmyeon. Na noite passada, saí da festa com o propósito único de esquecê-lo, e, em vez disso, deixei Namjoon me alimentar da emoção mais destrutiva para a humanidade — a esperança.

Esperança de que Junmyeon possa prestar atenção em mim. Esperança de que possa me querer. Esperança de que talvez tenha finalmente encontrado alguém capaz de me fazer sentir alguma coisa.

É vergonhoso como estou caidinho pelo cara.

Paro o carro na entrada da casa, atrás do Jeep de Namjoon, ao lado de uma picape preta reluzente, mas deixo o motor ligado. Fico me perguntando o que minha antiga psicóloga acharia se soubesse do acordo que acabei de fechar com o capitão do time de hóquei. Acho que seria contra, mas Sunmi vive batendo na tecla do empoderamento. Sempre me encorajou a tomar as rédeas da minha vida e agarrar qualquer oportunidade que me permitisse deixar a agressão no passado.

E de uma coisa sei: saí com dois caras desde o estupro. Dormi com os dois. E nenhum deles me fez sentir tão excitada quanto Kim Junmyeon conseguiu com um único olhar.

Sunmi me diria que vale a pena explorar a oportunidade.

Namjoon mora numa casa geminada de dois andares, revestimento de estuque, uma varanda na entrada e um gramado supreendentemente bem cuidado. Apesar da relutância, forço-me a sair do carro e caminhar até a porta. As paredes reverberam um rock alto. Uma parte de mim torce para que ninguém escute a campainha, mas ouço o som abafado de passos atrás da porta, ela se abre, e me vejo diante de um cara alto, com cabelo louro liso e um rosto esculpido que parece saído de uma capa da Vogue.

“Ah, oi”, ele cumprimenta com a voz arrastada, me olhando de cima a baixo. “Meu aniversário é só semana que vem. Mas, se isso for um presente adiantado, quem sou eu para reclamar.” 

Claro. Eu deveria ter imaginado que os companheiros de república de Namjoon são tão detestáveis quanto ele.

Aperto os dedos ao redor do elástico da minha pasta enorme, me perguntando se sou capaz de voltar para o carro antes que Namjoon saiba que estou aqui, mas meu plano maligno vai por água abaixo quando ele aparece na porta. Está descalço, usando uma calça jeans desbotada e uma camiseta cinza surrada, e o cabelo está molhado como se tivesse acabado de sair do banho.

“Oi, Kimmy-san”, cumprimenta, descontraído. 

“Está atrasado.”

“Eu disse oito e quinze. São oito e quinze.” Encaro friamente o sr. Vogue. 

“E se você estava sugerindo que pareço com um prostituto, considere-me ofendido.”

“Você achou que ele fosse um prostituto?”

 Namjoon arregala os olhos para o amigo. “É o meu professor, cara. Mais respeito.”

“Não achei que fosse uma prostituto… Achei que fosse um stripper”, retruca o louro, como se isso melhorasse as coisas. “Tá até fantasiado, caramba.”

O AcordoOnde histórias criam vida. Descubra agora