Capítulo Três

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Cabo Bruno Gomez, era o primeiro da lista, caminhei até a sala de entrega segurando a prancheta com as informações de cada um, seus nomes e a ordem que o Capitão os queria.

Assim que entrei na sala Bruno levantou a cabeça por de trás do monte de papeis que diminuía cada vez mais.

— Como eu posso te ajudar Mankanshoku?

— O Capitão pediu para falar com você na sala dele, não se preocupe ele vai conversar com todo mundo não e nada para se alarmar. – Tentei soar calma Bruno se levantou e me acompanhou.

O diálogo dos dois foi rápido e calmo, assim que saiu Bruno tinha um sorriso torto no rosto.

— Capitão Donavan é um dos homens mais calmos que eu conheço, fez de um interrogatório uma conversa trivial.

Alex Moroe era o próximo da lista.

Assim que entrei na sala dos detetives Souza me olhou com cautela.

— Olá, O Capitão Donavan está pedindo para que cada um de vocês compareça em sua sala para uma conversa, não se preocupem não vai ser nada para se alarmarem. – O mesmo discurso que fiz com Bruno pareceu não funcionar aqui pois Moroe se irritou.

— Eu espero que ele também esteja planejando dar um esporro no Gamagoori, aquele merda nem vem trabalhar e quando vem se acha o rei da cocada preta.

— Mais respeito com seus superiores Moroe. – Ashido falou sem nem levantar o olhar. —Não se preocupe com nada Detetive Moroe, por ser o primeiro da lista o senhor vai poder perguntar isso para o Capitão em primeira mão.

Depois de Moroe foi Ashido, Dias e Souza, quando os detetives terminaram eu fui até Max na recepção. Até ele foi incluído na lista.

— Oi Max, tem um minuto?. – Perguntei parando ao lado do balcão.

— Sim, pode falar.

— O Capitão quer conversar com você, não se preocupe não é nada para se alarmar apenas uma conversa de rotina, todos os outros funcionários já foram.

Max arregalou os olhos e me seguiu sem questionar. Assim como todos os outros eu não escutei nada da conversa, calmos e pacíficos o suficiente para que no fim Max saísse menos pálido do que entrou.

— Me assustei quando você me pediu para vir, mas era só uma instrução de segurança. – Max falou e saiu andando tremulo pelo corredor.

Depois de alguns minutos ouvi meu nome ser chamado.

— Sabe me dizer se os telefones estão com algum tipo de problema?.

— Estão normais. – Respondi

— Ira veio trabalhar hoje?

— Não sei senhor, não vi.

— Vá até a sala dele e se ele estiver lá peca para que venha até minha sala...se por acaso ele recusar apenas volte e me informe.

— Está bem senhor.

Caminhei até a sala que estava com a porta fechada, ao bater escutei um "entre" abafado vindo de dentro. Quando abri a porta Ira me encarava. A camisa preta se destacava na pele morena, os olhos cor de carvão estavam vidrados em mim sem nem se desviarem.

— Posso ajudar? – A pergunta veio acompanhada de escárnio.

— O Capitão está tentando te contatar já faz algumas horas, pode me dizer o que está acontecendo com seu telefone? – Falei ainda segurando a maçaneta da porta, toda a sala era diferente da do Capitão, os arquivos espalhados sobre a mesa organizados e bagunçados ao mesmo tempo.

— Ah sim – ele pegou o celular na mão e encarou a tela. — Descarregou, eu não tinha visto.

Mentiroso descarado, nem treme.

— Pode por favor me acompanhar até a sala do Capitão? Ele requer a sua presença.

— Vai me deixar entrar na sala desta vez? Digo, sem que eu precise esmurrar alguém ou fazer barraco. – Ele nem se moveu na cadeira os olhos ainda pesavam sobre os meus.

— Eu estava fazendo meu trabalho, Capitão Donavan estava em reunião sua entrada repentina só iria atrapalhar.–  Respondi

— Você sempre fala de maneira tão certinha? Parece que está lendo de algum lugar –  Ira inclinou a cabeça para falar como se assim pudesse me ver melhor.

— Pode me acompanhar? Se não puder eu posso avisar ao Capitão que você está muito ocupado agora. – Assim que terminei de falar comecei a virar as costas e fechar a porta.

— Espera aí Mankanshoku, eu vou com você. – Ele se levantou da cadeira rápido para me acompanhar.

O Revés Do Seu AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora