Capítulo Vinte e Três

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Mako continuava com a mão enfiada dentro da bolsa segurando alguma coisa, o homem logo atrás parecia se incomodar com isso mas não impediu que ele se aproximasse mais a cada minutos, conforme ele diminuía o espaço entre ela eu também me aproximava.

Ele acelerou o passo o começou a correr, iria pegar a bolsa e ir embora.

Acelerei meu passo ficando pouca coisa atrás dele, mesmo que corresse eu conseguiria pegar antes que se afastasse muito.

Ele avançou sobre Mako puxando a bolsa de seu braço, ela não lutou bem resistiu quando ele pegou mas algo saiu de dentro da bolsa na mão dela, ele vasculhou a bolsa pegando o telefone, seu maior erro foi ter se virado para ela erguendo o punho.

Em segundo o spray de pimenta que Mako conseguiu pegar da bolsa foi borrifado em seus olhos, antes que ele avançasse mais acertei um soco em seu rosto derrubando-o no chão e puxando as algemas presar em meu cinto. Imobilizei-o sem dificuldades graças a Mako.

— Você está preso por furto e tentativa de agressão. Tem direito a permanecer em silêncio tudo o que disser poderá e será usado contra você no tribunal. Tem direito a um advogado, se não puder pagar por um o estado vai lhe fornecer um. Levanta, vamos pra delegacia.

Ela parecia tremer se agarrando ao spray. Ela estava com medo mas foi mais corajosa que muitas pessoas.

— Está tudo bem agora. – Falei vendo-a começar a se recompor.

Ao olhar para o chão ao lado dos pés do homem o celular de Mako estava destruído no chão, deve ter caído durante a confusão e ele pisou em cima.

Com uma ligação minha Ashido chegou com uma viatura.

Ao me ver ela desceu rapidamente do veículo.

— Preso por furto e tentativa de agressão, tentou levar a bolsa e o telefone, a vítima usou um spray de pimenta pra se defender, fixa ele e devolve os pertences da Mako depois. –  Esclareci e Ashido prontamente enfiando o homem dentro da viatura.

Mankanshoku

O pico de adrenalina começou a se dissipar no meu corpo fazendo minhas pernas fraquejarem levemente, depois que a viatura se afastou me apoiei na parede.

Quando ele puxou a bolsa de mim eu pude ver seu punho se aproximar de mim, mas antes de eu sentisse a pancada Ira me salvou, garantiu que eu não me machucasse, se eu não tivesse dito nada sobre minhas suspeitas aquele homem teria me assaltado naquele beco, teria me batido e feito Deus sabe o que comigo, o spray de pimenta em minhas mãos apenas o retardaria por um pedaço do caminho.

Pulei quando uma mão suave tocou meu ombro.

— Temos que ir até a delegacia Mako, pra você prestar queixa e fazer um boletim de ocorrência. – Ira falou baixo.

Concordei com a cabeça sentindo meu corpo fraquejar, queria ir para casa, precisava me sentar.

Ao olhar para Ira vi que ele estava sério e firme ao meu lado, esperando-me para começar a andar, ele estava esperando meu tempo para começar a se mexer. Balancei a cabeça espantando todo aquele medo e o sentimento de impotência.

Não pode ser tão fácil me desestruturar.

Estou segura e estou bem.

No caminho até a delegacia me mantive firme, mesmo que o homem não fosse preso por muito tempo Ira poderia usa-lo para descobrir se ele tinha alguma coisa relacionada com Souza, se foi ela quem mandou ele me seguir e pegar meu celular. Eu só precisava me manter firme.

Ira pareceu pensar a mesma coisa pois ficou em silêncio durante todo o caminho, me dando espaço, o máximo que fazia era apoiar a mão nas minhas costas quando percebi que eu tropeçaram em algum lugar.

Ashido levou meu celular destroçado para a delegacia, se ele tinha alguma coisa haver com Souza ela provavelmente ficaria feliz ao ver a situação do aparelho.

Depois que registrar minha queixa e fazer um boletim de ocorrência esbarrei com Souza.

— Fiquei sabendo do que aconteceu, graças ao Ira nada de ruim aconteceu. – Ela apoiou a mão no meu ombro. — Que bom que está tudo bem.

—Sim, apenas meu celular foi perdido, por sorte Ira viu ele me seguindo. – Falei forçando um sorriso.

Ela me deu um sorriso sutil.

—Se precisar de alguma coisa pode me dizer. Eu ajudo você.

— Vamos Mankanshoku, vou te levar até sua casa. – Ouvi a voz de Ira logo atrás de mim.

Me afastei de Souza mais que depressa e quase corri até Gamagoori.

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Capítulo novo, vou tentar postar um por dia pra adiantar a história, deixa seu voto e seu comentário que me incentiva bastante.

O Revés Do Seu AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora