Capítulo Trinta

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— Já está ficando tarde, vamos embora? – Ira perguntou olhando para o relógio

Já passavam das duas da manhã, o bolo já havia sido partido e algumas pessoas já tinham ido embora deixando apenas nossa mesa completa.

— Vamos sim. – Respondi me apoiando nele para levantar.

Mina dormia sentada no colo da mãe que sorria boba olhando para ela, Dias bocejou se alongando e levantando da cadeira.

— Bem eu já vou indo também.

Depois de me despedir de todos segui Ira até o carro me enfiando lá dentro o mais rápido possível já que vento frio estava fazendo meu corpo todo tremer.

O ar quente e a música baixa me relaxaram durante o trajeto, não quis conversar muito enquanto Ira dirigia para não tomar sua atenção. Quando o carro estacionou do lado de fora do meu apartamento Ira me encarou com um meio sorriso.

— É aqui que te deixo, senhorita.

— Obrigada, senhor. –  Sorri de volta.

Dentro do carro por estarmos próximos de mais eu podia sentir o cheiro do perfume de Ira, o amadeirado suave inundava meu nariz e me fazia querer chegar um pouco mais perto dele, por alguns segundo seus olhos desceram até meus lábios e depois subiram para meus olhos, algo profundo em mim quis que ele se aproximasse um pouco mais, não queria um selinho como da última vez, não, eu queria aquele beijo que tivemos dentro da sala dele, queria o calor dele grudado em mim outra vez. Quase que por vontade própria meu corpo se inclinou para ele.

Umedeci os lábios conforme me aproximei dele, Ira se inclinou e por fim juntou nossos lábios, as mãos grandes escorregaram até meu rosto segurando-me perto, deslizei minha língua para dentro de sua boca sentindo por fim seu gosto, o beijo começou lento e calmo, como se quisesse explorar cada parte da minha boca, mas logo em seguida todo aquele calor se fez presente e aumentou o ritmo do beijo, meu corpo insanamente respondeu a ele, apoiei minhas mãos em seus ombros puxando-o para mais perto.

Quando o ar por fim faltou nos afastamos um pouco, apoiei minha testa na dele e fechei os olhos respirando aquele perfume que emanava dele.

— Achei que não tinha como melhorar – Ele murmurou tão baixo que eu quase não escutei, antes que eu pudesse responder Ira inclinou a cabeça e deu beijos rápidos em meus lábios, uma, duas e três vezes. — Acho que já está na hora de você entrar.

Apenas senti-lo murmurar enquanto roçava os lábios nos meus fez o calor aumentar em mim.

— É uma boa ideia. – Murmurei tentando organizar meus pensamentos. — Vamos nos ver amanhã?

— Não vejo a hora.

Me afastar de todo aquele calor e abrir a porta do carro foi dificil e levemente cruel, queria continuar ali, agarrada com Ira até o dia amanhecer. Consegui me despedir e correr para dentro do predio. 

Mesmo afastada dele ainda podia sentir o calor do corpo junto do meu, levei as mãos até meus lábios sentindo o gosto e o cheiro que ainda estavam grudados em mim, não consegui evitar o sorriso que brotou. Aquela sensação de estar nas nuvens me acompanhou mesmo enquanto eu trocava de roupa e me deitava na cama.

Não demorou muito eu dormi, já era de madrugada quando meu celular começou a tocar, ignorei as duas primeiras vezes, mas fui obrigada a atender a terceira.

— Alô?!

Olá, até que enfim me atendeu, você fica linda de jeans, sabia? – A voz masculina veio do outro lado da linha.

Forcei um dos meus olhos a abrirem suportando a claridade. No visor um número desconhecido brilhava. Não era Ira a voz era diferente, mais aguda e ao mesmo tempo a fala era mansa de mais.

— Você está falando com a pessoa errada. Vou desligar e não me ligue outra vez. – Falei de forma firme.

Estou falando com a pessoa certa Mako. Aliás, como está o Tenente? Uma tremenda força de vontade ele teve que ter para deixar você em casa sozinha e ir embora tão rápido. Não tirou nem uma casquinha de você e do seu lindo jeans azul. – Desliguei o telefone antes que ele continuasse a falar.

Bloqueei o número e disquei para Ira ouvindo a ligação chamar.

Alô? O que foi Mako? Tudo bem?

— Eu não sei se é uma brincadeira, mas não estou gostando Ira. – Chiei irritada.

Do que está falando?

— Um número estranho acabou de me ligar e me falou sobre minhas roupas, sobre nosso encontro e nos dois. Se for uma brincadeira eu não gosto desse tipo de coisa.

— Não brincaria com esse tipo de coisa. Tranque as portas eu estou indo aí, não abra para ninguém além de mim. – Ira falou e eu pude ouvir ele se levantando.

Meu celular vibrou alguns minutos depois, uma mensagem de um numero desconhecido.

Você já ligou pra ele? Poxa, não me deu nem tempo para poder brincar com você.

Meu sangue gelou.

Me levantei rápido checando cada janela e porta, verificando as trancas e travas. Tudo estava trancado e bem protegido, me enfiei dentro do meu quarto e tranquei a porta.

Se não era brincadeira quem era?

Tremendo digitei no celular.

Quem está falando?

Assim que enviei a mensagem escutei uma batida alta na porta da frente.

O nome de Ira iluminou a tela do meu celular.

— Cheguei, pode abrir pra mim?

Corri até a porta do quarto destrancando rápido e logo em seguida abrindo para ira. Ele entrou rápido, suas mãos me envolveram procurando algum machucado, podia sentir o suor frio em minhas mãos e pés, meus estômago embrulhava.

— Estou bem, não aconteceu nada. – Apenas o medo sufocante.

Meu celular vibrou na minha mão.

Sou um velho conhecido do seu querido namorado.

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Bem, como vocês devem ter notado é agora que tudo vai ficar intenso, deixa sua estrelinha e seu comentário que me incentiva muito a continuar.

O Revés Do Seu AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora