Capítulo Quarenta e Quatro

17 8 0
                                    

Depois de explicar o que queríamos fazer o delegado concordou com a cabeça.

— Eu e meus homens vamos entrar, nossa unidade é especializada nesse tipo de situação, vocês vão servir de distração.

Quase pude sentir Ashido torcer o nariz atrás de mim, Dias deve ter espelhado o movimento uma vez que pude sentir a tensão irradiar pela sala.

— São poucos homens para fazer uma batida desse nível. – O capitão rebateu.

— Sua unidade está comprometida, você só tem cinco oficiais prontos para entrar em conflito, e aquele senhor ali está a um passo de se aposentar. Quer mesmo colocar ele no meio de um tiroteio? – O delegado perguntou com escarnio apontando para Moroe.

Nem mesmo os favores que o Ministro cobrou conseguiram um Delegado que respeitasse seus colegas de serviço.

— Vamos fazer o necessário para que a missão seja bem-sucedida, não podemos perder tempo com discussões agora. – Intercedi antes que a sala inundasse de tensão. — Eu, Ashido e Dias vamos servir de distração, vou levar bruno também, ele vai poder nos ajudar, Moroe fica com o capitão e nos informa e qualquer mudança que possa ocorrer durante a invasão.

— Até que enfim alguém sensato. Agora movam-se, não temos muito tempo – O delegado falou e se retirou da sala levando seus homens consigo.

— Porque aceitou isso? Sabe que nós podemos muito bem ajudar mais do que isso. – Dias falou irritada assim que o delegado fechou a porta.

— Eu sei, mas precisamos de ajuda agora e se batermos de frente com eles nós não vamos conseguir. – Expliquei. — Agora vamos, prender LaFontana de vez é mais importante que qualquer rixa por poder.

Quando todos saíram Moroe foi o único que ficou, ele exalava irritação.

– Não podia por você em campo Moroe, vai ser perigoso e sua esposa iria querer torcer meu pescoço se você se machucasse. – Falei antes mesmo que ele abrisse a boca.

— Eu sei que você não se tornou tenente atoa garoto, mesmo que não pareça eu respeito suas escolhas. Mostre para eles que nós não servimos só para a distração. – Ele falou e simplesmente saiu andando.

Não consegui conter a risada que me escapou, todos eles mesmo que não admitam queriam cumprir a missão do melhor jeito possível e deixar o orgulho de lado para poder seguir minhas ordens era um grande sinal disso.

Separamos duas viaturas, eu e Dias iriamos em uma e Ashido e Bruno em outra, o plano era chegar pela porta da frente, fazer com que todos os atiradores estivessem concentrados em nos quatro enquanto os outros cinco entravam por trás e impediam LaFontana de fugir e efetuavam a prisão.

— Pronta? – Perguntei guiando o carro.

— Pronta – Dias respondeu de forma firme se ajeitando no banco.

Estacionei o carro de lado e sai do veículo vendo dois curiosos se aproximarem, Dias desceu logo depois, o Heliporto tinha dez homens patrulhando do lado de fora, não tinha nenhum carro civil por perto, eles provavelmente evacuaram todo o local ates da negociação para caso as coisas ficassem perigosas de mais.

— Posso saber o que a polícia está fazendo aqui? – Um deles perguntou levando as mãos às costas, meu corpo tencionou em resposta. 

— Vai começar então. – Murmurei pra mim mesmo.

O carro guiado por Ashido parou em minha frente impedindo que a arma que o homem puxou ficasse diretamente apontada pra mim.

— Polícia, pro chão agora. – Dias ordenou ao meu lado.

O som de tiros foi o que realmente fez ir pro chão.

Ashido e Bruno saíram do carro e correram até nós buscando proteção.

— Sem tiros letais, precisamos enrolar aqui –Orientei e todos concordaram.

Puxei minha arma do coldre e disparei em um alvo perto de um dos homens, os disparos seguidos começaram a atrair atenção de lá de dentro, mais pessoas saíram do Heliporto para dar reforço aos que já estavam lá.

— Estamos entrando. – Ouvi um dos homens da Polícia Civil falar no rádio.

Me levantei um pouco procurando mira, um dos homens vacilou atrás de uma das pilastras, ajustei o ângulo e atirei, a bala se enfiou dentro de sua perna esquerda, o grito foi abafado pelo eco do tiroteio. Ao meu lado pude ver Bruno se encolher.

— Foco garoto, se ficar distraído aqui vai acabar matando um de nós. – Quase rosnei ao falar e Bruno obedeceu mesmo se encolhendo um pouco.

O Revés Do Seu AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora