Mais um dia chuvoso em Chicago

53 5 43
                                    

O dia estava quente, Charlotte permanecia deitada no chão sem a menor força para levantar, sua consciência havia voltado mas ela ainda não havia aberto os olhos. Barulhos de passos aguçou a curiosidade da loura, e os sapatos de couro preto foi a primeira coisa que seu olhar focou quando despertou.

— Você está bem? — O homem ruivo perguntou  — Você é uma idiota de deixar ele lhe tratar assim. 

Nunca estive melhor — Ironizou a jovem.

— Se você soubesse que iria morrer, quais seriam suas últimas palavras? — Edgar perguntou encarando o estado da loura sentada no chão.

— Sem flores no meu funeral. Está mais para um pedido que uma frase clara. — Respondeu brevemente.

São péssimas últimas palavras. — Respondeu em tom leve — Mas se você não largar ele podem se tornar um pedido real em breve.

— Eu não posso largar ele agora. Eu estou grávida, esse foi o modo dele de comemora. — Charlotte falou — Eu agradeceria se você me ajudasse a levantar do chão.

O homem ajudou-a a se levantar, encarando os hematomas que começavam a sumir.

— Você está grávida? — Ele perguntou parecendo surpreso e irritado.

— Sim. E eu estou assustada pra caralho.

— Merda Charlotte! Você sabe como isso complica tudo? — O homem se sentou encarando a loura quase desnutrida pela falta de alimentação e frágil a sua frente.

— Tudo o que?

— Eu matar você.

Charlotte se afastou do homem encarando-o de modo assustado, em um movimento rápido ela levantou a mão puxando uma lâmina do ar

— Por que você me mataria? — Falou apontando na direção do homem

— Eu lhe falei que  William quem vai lhe matar, não eu. Eu só vou colher seu corpo e me alimentar da sua alma. Na verdade o contrário, mas você sabe como é me viu fazendo.

Na cabeça da jovem a cena de Edgar se alimentando do seu corpo parecia algo bem claro, ele em sua forma real arrancando a carne de seus ossos usando os dentes afiados.

Charlotte encarou o homem sentindo seu estômago revirar e subir pela garganta, ela correu em direção ao vaso vomitando o resto do almoço do dia anterior.

— Edgar Allan Scott Blake. — Edgar falou enquanto segurava o cabelo da loura para que não caísse no rosto dela enquanto vomitava.

— O que isso significa? — Ela perguntou fechando a tampa do vaso enquanto dava descarga.

— Meu nome. Meu nome de batismo caso você queira homenagear o homem que poupou sua vida, novamente.

— Será uma menina. Eu sei disso.

— Amber. Eu tinha uma irmã chamada Amber."

O corpo de Charlotte se projetou para frente enquanto um grito escapava de seus lábios, a loura permaneceu sentada tentando compreender se a memória que havia invadido seu sono era um aviso ou apenas sua mente pregando uma peça sem graça. Quando em situações de estresse, seu cérebro gostava de a atormentar com memorias do passado, colocando sal em feridas abertas propositalmente.

Fragmentadas - A Cor Da MagiaOnde histórias criam vida. Descubra agora