Mestre Arnael

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Charlotte e Daniel caminharam até a estranha casa, por mais que Charlotte não admitisse estava com um pouco de medo do que poderia ser encontrado dentro da estranha construção. Ao chegarem a porta, a mulher sorriu para a dupla.

— Acho que seu chefe deve estar me esperando. — Charlotte foi a primeira a se pronunciar.

— Lorde William assim que adentrou pela entrada dos funcionários, avisou sobre a presença de vocês dois.— Ela pronunciou   — Vocês gostariam de beber algo? — Perguntou a mulher sorrindo — O mestre não recebe visitas, eu por outro lado sempre gostei de receber visitas quando está era minha casa.

Daniel tomou a frente e entrou rapidamente, Já Charlotte ainda demorou um pouco para entrar, mesmo tendo visto diversos seres e bichos exóticos, nunca havia posto seus olhos em um daquela forma. O estranhamento não se dava Pelas asas ou pelos trajes que a mulher possuía, o estranhamento se dava pelo fato dela sorrir mesmo possuindo marcas de corrente no braço.

— Bela decoração, não é mesmo? — Charlotte sussurrou para Daniel quando se aproximou dele já dentro da propriedade.

— Claro, estou saltitando. — Daniel respondeu ironicamente encarando a cabeça do que ele acreditava ser uma barata gigante decorando a parede.

A aparência do exterior da casa não se comparava em nada com a decoração assustadora de dentro. Cabeça de diversos bichos enfeitavam as paredes, alguns quadros assustadores de seres não imagináveis também a decoravam. Sob a laleira havia um quadro de diversos seres sem rosto devorando uma garota loura e um cara de cabelo preto, a pintura relatava os sonhos que charlotte estava tendo, isto a assustou um pouco.

— O mestre já vai recebe-los — A mulher sorridente falou — Eu agradeceria muito se pudessem o esperar aqui.— Voltou a falar antes de pegar uma mosca que estava próxima ao rosto de Daniel com a língua e a mastigar.

A mulher fez menção de se afastar, porém retornou novamente parando de frente para Daniel o encarando.

— Eu posso te fazer uma pergunta? — Os olhos azuis da mulher brilhavam de curiosidade — Você confia tanto na Charlotte ao ponto de entregar sua vida para ela salvar a alma da sua filha?

— Eu confiaria minha vida nas mãos da Charlotte. — Daniel respondeu tenso.

Um silêncio quase mortal se instalou pela sala enquanto a mulher de vestido longo e asas encarava Daniel.

— Ele pode confiar nela, mas eu, quando a conheci, contei meus dedos após a cumprimentar. Charlotte tem dedos tão leves quanto o próprio ar. — William falou surgindo na sala com uma maleta em mãos, quebrando o silencio.

— Não tínhamos um combinado de nunca mais nos encontrar? — Charlotte perguntou achando graça da reação assustada que Daniel adotou quando William surgiu.

Will se aproximou lentamente até estar próximo o suficiente de Charlotte para segura-la pelo queixo e sacudir o rosto dela.

— Não faço tratos com o diabo, querida. Apenas com comandantes menores. — Surrurou largando o rosto da loura — Wilbor, me acompanhe até lá fora que preciso lhe falar algo que o mestre Arnael falou.

A dupla encarou Wilbor e William sumir pela porta principal da casa.

Charlotte ainda ficou algum tempo encarando o vazio, ela sentia que havia algo errado no ar e não era apenas o cheiro de mofo da casa que a incomodavam. Havia algo mais, algo que ela sentia que estava errado mas não conseguia descobrir o que. Se sentia em uma grande armadilha mesmo não sabendo com quem estava se metendo. Assim que Wilbor e William sumiram de sua visão, ela caminhou até a porta por onde William apareceu até ser parada por Daniel que segurava seu pulso.

Fragmentadas - A Cor Da MagiaOnde histórias criam vida. Descubra agora