Com muita culpa para Chicago e muito sóbria para Londres

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Não seria difícil para Charlotte encontrar um bar aberto em Chicago, a cidade era por sua grande maioria composta de bares e pequenas boates, mas naquele momento parecia que todos estavam fechados como uma piada divina. O celular de Charlotte acusavam que ainda eram três horas da tarde, se estivesse em sua triste e sombria Londres seriam onze da noite, e com toda certeza não estaria vagando sem rumo, desligou o pequeno aparelho colocando-o de volta no bolso sem o menor interesse.

Caminhava tentando clarear seus pensamentos, a briga com Daniel havia sido desnecessária, mas alguém deveria jogar a verdade na cara dele, e por mais que ela odiasse aquela que deveria traze-lo para a realidade era ela. Estava tão afundada em seus pensamentos que nem sentiu quando alguém a puxou pelo braço, a fazendo voltar alguns passos, no mesmo momento que um caminhão freiou a um passo de onde ela estaria se não tivessem a puxado.

Ela primeiro encarou o motorista do caminhão, os olhos dele se acenderam em violeta, depois voltaram ao normal, o homem adotou um semblante assustado.

Charlotte olhou para a mão que ainda segurava seu braço, seu salvador era um homem alto, vestia um terno azul, um cigarro nos lábios entreabertos e parecia confuso encarando a loura.

— Acho que eu deveria agradecer por ter salvo minha vida.— Charlotte comentou encarando a mão do rapaz segurando seu braço — Mas eu agradeceria ainda mais se soltasse meu braço e me recomenda-se um bom bar.

— Me desculpe — Falou soltando o braço dela — Tem um ótimo bar naquela esquina, ele é aberto o dia todo diferente da maioria dos bares daqui, eu estou indo para lá se quiser posso à acompanhar.

— Obrigada — Agradeceu enquanto esperava o sinal fechar para poderem atravessar.

— Desculpe, mais eu acho que te conheço de algum lugar — O homem comentou enquanto acompanhava o andar da loura.

— Acho que não.— Discordou levantando o olhar para o céu azul escuro.

— Parece que amanhã o dia será de chuva e tormento.— o rapaz comentou bem humorado, acendendo outro cigarro.

— Ótimo, me sinto na Inglaterra novamente.— Charlotte brincou com o rapaz que salvou sua vida que riu em resposta — Merda! — Praguejou amassando o maço de cigarro vazio.

— Aqui um presente — O rapaz entregou o maço dele para a Loura — Vou encontra-me com um amigo e ele detesta que eu fume na casa dele. — O homem enfiou a mão no bolso da calça parando de caminhar — Aqui estamos nós, esse é o bar.

— Obrigada novamente — Charlotte agradeceu.

— Você poderia me dar seu telefone, sabe, para você me pagar um novo maço e umas cervejas qualquer dia.— O homem sugeriu com o celular em mãos, arrancando um sorriso de Charlotte.

Charlotte pegou o pequeno aparelho e digitou seu número, mesmo sabendo da tamanha inconsequencia que era fazer aquilo, possivelmente levar o rapaz a morte.

— Posso pelo menos saber seu nome? — Charlotte perguntou ao rapaz que entrava no carro que havia parado a pouco ao lado deles.

— Thompson. John Thompson — O rapaz falou antes de entrar no carro deixando a loura encarando o vazio e a nuvem de poeira que se formou quando acelerou.

Charlotte abriu a porta do bar, ameaçou colocar um dos cigarros que John havia dado-lhe na boca, mas o rapaz louro detrás do balcão forçou uma tosse apontando para o cartaz de "proibido fumar" que se encontrava detrás dele.

— Merda — Charlotte praguejou baixo indo até uma das cadeiras próximas ao balcão e se sentando.

— Eu sou Gael, dono do Rotfop e irei lhe servir está noite — O rapaz detrás do balcão se apresentou sorrindo — Então o que posso fazer por você hoje, querida?

Fragmentadas - A Cor Da MagiaOnde histórias criam vida. Descubra agora