Almas gêmeas

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Liam Evans nunca achou que iria se autodenominar empata-foda, mas cá estava ele. parado na porta do dormitório que dividia com seus amigos e o destinado dos seus amigos, pensando na melhor forma de obrigar aqueles quatro a virarem celibatários até o casamento deles porque sim, eles vão se casar e sim, Liam vai ser o bendito padrinho.

Merlin só podia odia-lo.

Estupefaça Duo! — as palavras saem de sua boca altas e bem pronunciadas, faíscas vermelhas atigem seus três melhores amigos em cheio, fazendo com que ambos caiam desmaiados ao mesmo tempo no chão. Liam guarda a varinha nas vestes e olha envergonhado para Severus. os feromônios de seus amigos fizeram com que o garoto se perdesse numa nuvem de prazer. o olhar nublado do menor e as bochechas coradas são indícios disso.

O ruivo espera. aos poucos Severus vai voltando ao normal, e então, o olhar do mais baixo se volta para Liam e para os três alfas desmaiados aos seus pés.

— caramba! — o rosto de Severus se tinge de um vermelho escarlate e ele sai de perto dos três alfas caidos no chão. quando para perto de Liam, o ruivo estende a própria capa e cobre o corpo do menor, que se encolhe.

— santo Deus, que vergonha. eu não sei o que deu em mim para simplesmente me agarrar com esses três. — O ruivo pondera por uns minutos, mas por fim, decidi que ser claro e objetivo, é o melhor caminho.

— você passou o dia todo com eles, cercado pelo cheiro deles. alma-gêmeas que recém se descobriram, sentem tudo… em dobro, isso inclui desejos "carnais". mas, é um perigo deixar que… bem, você sabe. — merda, Severus não sabia do que Liam estava falando. como assim "alma-gêmeas?" do que aquele ruivo raivoso estava falando? ao ver o rosto pálido de Severus ficar ainda mais pálido, Liam se dá conta de que Severus não sabia. não sabia que era alma-gêmea dos seus amigos. o moreno sente seu corpo despencar no chão, a palavra alma gêmea retumbante em seus ouvidos.

Liam se ajoelha, e estende a mão para Severus que a pega. o moreno olha para para ele, e mesmo não querendo, acaba por ver Lilian ali. o que sua ex amiga diria numa situação dessas? provavelmente mandaria ele se levantar e enfrentar ela com coragem, mas a questão é que Severus nunca foi corajoso. por Deus, ele é um sonserino de alma, mente e corpo. não um grifinorio com sede de se provar e se mostrar bondoso. puta merda, ele chutaria as bolas de Lucius se pudesse. Lucius, seu melhor amigo que provavelmente teria um infarto se soubesse da confusão que a nova vida Severus estava. logo eles!?  Deus, pobres! Sev, pobres e grifinorios! ok, técnicamente James e Sirius não eram pobres mas Lucius é 5× mais rico do que esses dois. balançando a cabeça, o garoto se levanta e pega sua varinha em cima do criado-mudo. recita um encantamento de limpeza, entrega a capa para Liam. resolvido a buscar orientação na única pessoa que sabia que podia confiar. quando está perto da porta, Liam diz para o ômega:

— sei que isso parece assustador, mas esses três morreriam por você. deveria tentar dar uma chance para eles. — Severus o encara e sorri, o ruivo sorri de volta. cruzando os braços, Liam se senta em cima de uma das camas. com a capa do seu lado.

— obrigado por ter estuporado esses três, sei que se tivesse continuado, teria tomado uma decisão da qual sei que iria me arrepender. sou jovem demais para isso, e acho que que eles também.. eles também. — então, decidido, Severus desce as escadas e sai em rumo ao escritório de Dumbledore. mas parte do seu coração, estava ficando ali, com aqueles quatro. pois Liam também era importante, afinal de contas, era seu amigo, mesmo que doesse admitir, Liam é uma versão melhorada do que Lilian foi para ele como amiga, ou, como gosta de pensar, o tipo de amiga que ela deveria ter sido para ele. 

alguns estudantes olham estranho para ele durante o trajeto até a sala do diretor. merda. e ele sabe o motivo, como sabe. 

— quando vi você pela primeira vez, achei que você iria acabar caiando na sonserina. — por instinto, acaba por sacar a varinha das vestes e a aponta na direção da pessoa que disse isso. mas ao ver quem era, a abaixa. a versão de Lucius o observa com curiosidade e surpresa, não parece irritado pelo gesto que Severus fez. 

— viu? é disso que eu estou falando, um grifinorio jamais agiria assim. — revirando os olhos, o moreno volta a caminhar com Lucius em seu encalço. 

— não sei o que sou. — diz por fim, e realmente, não fazia ideia se era grifinorio, sonserino, lufano ou corvino. havia mudado da água para o vinho nesses últimos dias e sua cabeça estava confusa, mas uma coisa era clara: ele gostava dos marotos daqui. isso o assusta, saber que as pessoas que o traumatizaram... se tornaram de repente uma espécie de parceiros amorosos para ele, mas ele queria aquilo? queria tentar? queria? 

— ah, tudo bem. mas eu queria que você tivesse caido na sonserina, algo me diz que teríamos nos tornado grandes amigos. — é impossível não sorrir com essa fala, Lucius percebe o sorriso do ômega e acaba sorrindo também. aquele garoto despertou sua atenção, ele sempre foi uma pessoa prática e nunca teve um amigo além de sua ciça, que era bem mais que sua amiga. mas ao ver o ômega pela primeira vez, ele desejou que aquele baixinho se tornasse seu amigo. 

— talvez em outra vida, eu seja seu melhor amigo, e é por isso que você está tão obcecado com a ideia de me tornar seu amigo, o que acha? — Severus esperava que Lucius zombasse disso, mas o loiro apenas assente pensativo. uau, existiam certas diferenças desse Lucius para o Lucius de Severus. porém, era calmante ter um rosto amigo naquele momento, alguém que o permitia colocar os pensamentos em ordem. 

— não sei. eu nunca quis ter um amigo, mas com você, simplesmente parece correto. Ciça, minha noiva, está louca para te conhecer. — diz. 

— quer saber? que tal a gente se encontrar nos jardins depois das aulas? — um sorriso contente desabrocha nas faces pálidas de Lucius que estende a mão para o mais baixo, que a aperta em um comprimento. 

— Por favor, não traga os seus alfas, acho que eles matariam a mim e a Ciça. — o rosto do pequeno se tinge de vermelho. seus alfas, aqueles três eram mesmo de Severus, pertenciam a Severus, ah, aquilo superava todas as situações estranhas nas quais ele já se meteu, almas gêmeas, amores, céus... o mais baixo assente, e fica observando a cabeça loira de Lucius desaparecer no corredor. Dumbledore teria as respostas para essa confusão? esperava que sim. 

Alma gêmea? porque àquela palavra não soava tão errada aos seus ouvidos?

parte sua queria fugir dos marotos e outra queria voltar correndo para os braços quentes deles, para a segurança do que agora ele sabia que era o amor deles, suspeitava que em uma briga, a segunda parte ganharia. 

Um ômega no universo errado ( SENDO REVISADA!)Onde histórias criam vida. Descubra agora