𝟏𝟗

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Annabeth pov


Por quê raios eu pensei que seria uma boa pedir ao Percy que me ensinasse a surfar? Sério, entre tantas outras condições e eu fui pensar logo no que parece mais como um absurdo completo. Eu estou parada nesse exato momento no meio da escada tentando criar coragem para dizer ao meu pai a desculpa em que pensei, pois é claro que eu jamais diria a ele onde estou indo de verdade, prefiro evitar uma guerra civil em casa.
O vejo sentado no sofá junto de April, os dois parecem bem entretidos no que se passa na televisão, acho que essa é uma hora boa. Preciso de todo o meu autocontrole para manter minha respiração normal, assim como meu tom de voz, eles não precisam saber do meu nervosismo. Vou caminhando até eles e torcendo para parecer o mais normal.

– Pai – o chamo em um tom baixo.

Percebo que ele não me escuta e tenho que chamá-lo mais alto até ele finalmente desviar os olhos do programa e notar a minha presença e então arqueia as sobrancelhas.

– Eu marquei com uma colega de estudarmos para o teste de conhecimento que logo teremos na escola.

– Quando?

– As 14:30, ou seja, daqui exatos... 5 minutos – digo olhando para o relógio da sala de estar.

– Por que não me disse antes? – ele franze a testa – Sobre o teste, eu me refiro.

Volto meu olhar para ele, para ser sincera não há teste nenhum e mesmo se tivesse eu não marcaria de estudar com alguém tão em cima da hora, mas é claro que ele não sabe disso e isso, pelo menos uma vez na vida, é a minha vantagem agora. O encaro e logo dou de ombros.

– Pensei que já tivesse dito no jantar anterior, desculpe.

Ele balança as mãos e me olha.

– Está tudo bem, só preciso que me diga onde é para que eu possa levar você até lá.

– Não precisa pai, sei como chegar lá – vou indo em direção a porta afim de encerrar a conversa – É na biblioteca central.

Vejo seu rosto se suavizar quando digo o lugar, eu só realmente espero que ele não deseje ir me buscar já que a biblioteca e a praia ficam um pouco longe uma da outra.

– Certo, só não volte muito tarde – ele diz e eu assinto e logo me viro e saio pela porta, soltando o ar que eu nem sabia que prendia. Brigthon Beach, aí vou eu.

[...]

– Vamos logo Annabeth, não é como se o mar fosse te queimar não – diz Percy revirando os olhos.

– Mas me matar afogada é uma grande probabilidade.

Percy solta um suspiro e passa a mão esquerda na testa, já que a outra ele segurava a prancha. Bom, o que basicamente aconteceu foi que assim que cheguei na praia dei de cara com Percy já com duas pranchas nas mãos, uma eu sabia que era dele, mas a outra eu não tenho ideia de onde ele conseguiu arranjar. Ficamos por um bom tempo na areia, onde ele me ensinou como fazer certas posições de equilíbrio que me ajudariam na hora de me levantar na prancha e os movimentos para conduzi-la.

A parte na areia foi fácil e aprender os movimentos também, eu tinha essa obsessão pelo surf há alguns anos e ver vídeos de campeonatos ou de pessoas ensinando os movimentos tinha virado rotina para mim, eu queria ser uma daquelas pessoas. Eu não queria o surf como trabalho pois minha carreira como arquiteta já estava sendo trabalhada desde sempre, mas seria incrível ter aquilo como hobbie algo com o qual eu possa me divertir, fazer algo que eu realmente goste. Mas esse “hobbie” se tornou apenas um desejo distante depois que eu percebi que contar para os meus pais seria a mesma coisa que declarar a terceira guerra mundial, já que surf é algo que tanto minha mãe e até o meu pai odeiam, e por incrível que pareça querer controlar a minha vida e odiar surf são as únicas coisas que eles têm em comum.

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