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O olhar sério e vazio encarava fixamente a janela daquela grande sala. Conseguia observar o trio próximo a árvore do jardim junto com os dois Marqueses e um outro homem.

— Sua postura está impecável, Senhorita Yeh. — A ajudante elogiou com um sorriso enorme no rosto. O desempenho de Shuhua cresceu muito durante a última semana e o início dessa.

A taiwanesa apenas respirou fundo, sentindo algo doer dentro do seu peito ao observar o rapaz deixar um leve selar nos lábios da morena.

Desde a conversa que teve junto com a Senhora, Soojin e Shuhua se afastaram drasticamente. Nesse meio tempo longe, o mais perto que conseguiram estar uma da outra era no mesmo ambiente quando a Ajudante Park tinha algum comunicado, ou quando se encaravam por cerca de cinco segundos no corredor.

A taiwanesa até mesmo tentou algumas vezes durante a semana se aproximar de Seo de alguma maneira, mas era sempre impedida pela Ajudante Park ou a própria Senhora

A respiração estava ofegante a medida em que corria desajeitadamente pelo corredor. Seu olhar se intercalava com o que havia a sua frente e atrás, com um pavor de ser pega de novo crescendo a cada instante. Suas mãos tremiam e sua visão ficava cada vez mais embaçada, ao mesmo tempo que ficava ainda mais difícil de se respirar.

Corria rápido para ver se conseguia alcançar Soojin na biblioteca, ela precisava vê-la de perto, sentir seu cheiro por um breve instante. Ela necessitava abraçar fortemente a garota e senti de novo o calor do seu corpo se chocar com o dela. Estava desesperada.

— Soojin.. — Murmurou enquanto puxava o ar para seus pulmões com toda a sua força. — Por favor.. — Naquele momento as lágrimas já caiam como cachoeiras.

— Aonde pensa que vai? — A voz grave e firme disse atrás de si. Shuhua se assustou e quase se desequilibrou. — Olhe o estado em que você se encontra, Senhorita Yeh. — Apontou para suas vestimentas.

O vestido da mais nova se encontrava todo amassado, seus cabelos totalmente bagunçados e com o coque frouxo. Seu rosto molhado pelas lágrimas e as bochechas e olhos avermelhados.

— Você não vê que isso é uma perda de tempo? — A Senhora disse já irritada, a pegando pelo braço com força olhando nos fundos dos seus olhos. — Se é assim que quer, Yeh Shuhua, assim será! — Dito isso ela a puxou para dentro da grande porta que dava a biblioteca.

Shuhua até tentava se debater, mas a mulher usava ainda mais força em suas mãos e continuava arrasta-la pela biblioteca, para enfim chegar aonde queria.

— Olhe agora. — Um sorriso arrogante se apossou de seus lábios, ao que ela sinalizava com sua mão esquerda para aonde Yeh deveria olhar.

Quando a taiwanesa finalmente fitou, seu coração se comprimiu dentro do peito em uma dor horrível. O ar faltou e seus olhos se encheram de água de novo.

Soojin tinha um pincel em mãos, repleto de tinta azul enquanto sua outra mão se ocupava no ombro do Marquês. Ele tinha um sorriso no rosto e olhava com intensidade para a boca da coreana. Era possível ver também o grande e brilhante anel em uma de suas mãos.

O homem segurou com vontade sua cintura, a puxando com força e fazendo com que seus lábios se chocassem em um encostar de boca demorado

— Você não consegue enxergar que eles dois foram feitos um para o outro? — A mulher colocou suas duas mãos sobre o ombro de Shuhua. — Deus fez uma família linda para ser unida entre esse casal, dessa forma milhares de riquezas e um futuro próspero os aguardam.

Foi naquela última tentativa que ela pensou em desistir das duas, pensou seriamente que se esquecesse aquele amor poderia deixar Soojin ter uma chance de viver, assim como a Senhora deu. Porém toda essa ideia maluca foi substituída por uma dez vezes mais.

Bem naquela noite — depois de passar horas na tortura de manter a compostura e com o olhar fixo em Soojin no jardim —, Soyeon e Yuqi deram um jeito de trazer Minnie para o dormitório de Shuhua.

— Isso estava óbvio desde que eu vi vocês duas juntas na estufa. — Jeon tinha o rosto indiferente, ao contrario do da taiwanesa que se encontrava vermelho em pura vergonha e constrangimento. — Além que a Soojin não sabe nem um pouco fingir. Ela te olhava como se você fosse um céu estrelado.

— Eu não tinha ideia..

— Vocês deveriam ter tomado mais cuidado. — Jeon disse em um leve suspiro. Havia percebido a mudança drástica de rotina daquelas duas, assim como o desanimo e tristeza evidente de Shuhua.

— Eu conversei com Miyeon. — Minnie chamou a atenção das três dentro do quarto, sabendo que logo teria que voltar para o seu dormitório tinha que passar a informação que sabia rapidamente. — O baile esta cada vez mais perto, e como sabemos, quando ele for finalizado todas as mulheres que já tem um noivo poderão sair do reformatório. — Seu olhar era fixo no de Shuhua. Conseguia ver a angústia da menina e a dor em seu rosto do de ouvir aquelas suas palavras. — Nós... — Engoliu em seco. — Nós vamos fugir..

Um silêncio se instalou brevemente pelo quarto. O clima que já estava pesado ficou ainda mais, enquanto a tailandesa sentia os olhares todos sobre si.

— Você só pode estar louca. — Yuqi murmurou em negação. Para ela era uma ideia estúpida e perigosa, e muito difícil de ser alcançada.

— Yuqi!

— O que! Estou falando a verdade! — Se levantou da cama irritada. — É algo impossível, totalmente maluco de se pensar que pode conseguir passar por tudo isso sem ser pega e ainda conseguir um abrigo próximo da cidade para se esconder.

— É possível sim! — Soyeon se levantou a respondendo a altura. — Basta arquitetar um plano para encaixar tudo da melhor forma, pense Yuqi, se essa ideia da Minnie e Miyeon dar certo nós finalmente vamos poder viver nossas próprias vidas em paz!

— Minnie.. — A taiwanesa a chamou baixinho, segurando sua mão esquerde a olhando com esperança. Já ignorando a pequena briga das duas jovens. — Você esta falando serio? Acha mesmo que podemos conseguir?

— Sinceramente eu não sei.. — Mordeu o lábio inferior, respirando fundo. — A ideia foi da Soojin.. ela não quer continuar mais aqui, não quer mais ficar longe de você, Shuhua.

— Eu pensei que e-ela e o marquê..

— Você sabe que ela esta sendo obrigada a ficar junto a ele.

Instantaneamente a lembrança do ultimo momento em que passaram juntas veio a sua mente e um pequeno sorriso cresceu em seus lábios.

O cheiro gostoso do cabelo da morena atingiu suas narinas assim que ela se jogou em seus braços. A pele quente em contato com a sua e a sua risada fazia seu coração se disparar — Eu amo você, não se esqueça disso nunca! — Ela disse em meio ao um sorriso gigante, se aconchegando sobre o peito alheio e ouvindo as batidas eufóricas do coração da taiwanesa.





Ouviu o barulho do sapato batendo contra o chão de madeira e a porta se fechar. Pela silhueta já conseguia distinguir quem era, mas como não sabia se estava somente ela naquele cómodo, fingiu não estar surpresa com sua presença.

— Shuhua..?








Será que essa fuga vai dar certo ou todo mundo vai fazer cosplay de round 6 e morrer?

Love In 1850Onde histórias criam vida. Descubra agora