18.

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  Shuhua foi a primeira a acordar. Observava e acariciava o cabelo bagunçado e sedoso da mulher deitada ao seu lado, simplesmente encantada com seu rosto sereno e a respiração calma.

  Não poderia imaginar que havia se entregado para alguém daquela forma tão íntima e profunda, mais do que nunca agora estavam ligadas de corpo e alma e Shuhua não poderia estar mais feliz. Não tinham o por quê temer aquela mulher, as duas iriam resolver isso e ficariam juntas para sempre.

— O dia parece bonito. — A voz rouca e os olhos inchados e sonolento a fitava com um sorriso pequeno no rosto. A morena não pode conter o suspiro apaixonado por vê-la dessa maneira tão natural.

— Está realmente. — Shuhua sorriu levando sua mão até o rosto rosado de Seo, que percebeu somente agora que estava apenas com o lençol branco cobrindo seu corpo nu. — Está tudo bem? — Perguntou ao ver ela desviar o olhar envergonhada.

— Sim! E-Eu só não esperava acordar desta forma..

— Você se arrepende? — Pode sentir uma pontada de tristeza na voz da taiwanesa.

— Claro que não! — Se desesperou, agarrando o lençol e se sentando para olhar nos olhos tristonhos da morena. — Foi incrível.. sinto que nunca poderia me entregar desta forma para alguém sem ser você. Admitiu com um sorriso tímido nos lábios, agarrando a mão de Shuhua e acariciando seus dedos.

Eu também me sinto desta mesma maneira.

Se encaravam de uma forma tão intensa e repleta de carinho que poderia ser notada de longe. Shuhua a admirava como se a garota fosse algum tipo de deusa. A luz que batia sobre seus ombros nus que parecia refletir pela pele macia, juntamente com seus cabelos desengrenhados e os olhinhos brilhantes pelos raios de sol que atravessavam a janela.

Por que me olha dessa maneira? Se sentia tímida pelo olhar tão intenso da mais nova a analisando seriamente, desde seu rosto até seu corpo coberto pelo lençol branco.

Não ganhou uma resposta de sua pergunta de imediato, mas sim, um sorriso envergonhado antes da taiwanesa se aproximar e segurar seu rosto com as duas mãos, acariciando suas bochechas e olhando nos fundos dos seus olhos. A mistura do marrom cintilante e o amor e ternura era lindo, e Shuhua poderia ficar ali apenas a olhando até que o mundo se acabasse.

— Tenho que aproveitar o máximo que posso, então te observar e gravar cada detalhe seu na minha mente é a melhor maneira de te ter sempre por perto.

— Isso me soa como se fosse uma despedida. — Brincou dando um leve sorriso.

Soojin sabia bem do que aquelas palavras tão doces poderiam se tratar. Ambas — mesmo tendo tido uma noite perfeita juntas —, o medo da separação e a possível morte as aterrorizavam.

Um amor que era para ser tão puro e ingênuo agora se tratava de quase uma perseguição, onde o pavor da morte e de ficarem longe uma da outra era o que as perseguiam.

— Não é. Não irá ser. — Shuhua rapidamente negou, pegando uma mecha que caia sobre os olhos de Soojin e colocando atrás da orelha. — Nós iremos sair daqui juntas! Vamos morar em uma casa distante, ter nossas próprias galinhas e uma horta inteira para termos muito do que comer e vender na cidade mais próxima. Seremos felizes  e iremos nos casar, e assim vou poder dizer todo dia que te amo sem medo algum! 

Um sorriso enorme rasgou os lábios de Seo, fazendo com que seus olhos se fechassem em meio ao processo. E em vez de responder a morena, simplesmente se aproximou e a beijou apaixonadamente, tentando mostrar todo seu afeto, gratidão e amor por a ter ao seu lado.

Love In 1850Onde histórias criam vida. Descubra agora