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   Viu a mulher se afastar rapidamente, em passos rápidos seguindo para o final daquele corredor gigante.

  Deixando suas malas no chão, soltou um longo suspiro e ajeitou algum dos fio bagunçados que caiam sobre seu rosto.

  Tomou coragem e olhou para o número do seu — agora novo quarto — e o abriu com calma não sabendo se iria dividir-lo com alguém. E que talvez pela sua sorte e sua intuição realmente estava certa.

  O quarto era pequeno porém ao seu ver confortável, havia duas camas encostada na parede, uma janela e outra porta que daria para provavelmente o banheiro. Andou com calma se sentando na cama macia e suspirou olhando para a janela onde o tempo nublado começava a dar indícios de um chuva forte iria chegar. 

    Deitou-se na cama colocando um dos seus pés sobre o joelho e o outro sobre o lençol não se importando se iria ficar sujo depois, balançando a perna sutilmente observava o teto branco cheio de leves rachaduras. Não estava ligando pelas coisas que havia deixado para trás naquela cidade minúscula, a não ser da sua gatinha Luna e seu pai.

  O homem era o ser mais doce que já havia conhecido, a tratava como sua princesa e primeira prioridade, não se importando como os outros a chamando de rebelde e mal educada. Sempre lhe deu a educação que desejava, mesmo sabendo que aquilo era um ultraje para todos, visto uma mulher querer ter o mesmo conhecimento que um homem.

Apesar dele fazer qualquer coisa pela sua filha, — mover montanhas e até mesmo secaria o oceano se ela desejasse — não poderia contrariar sua esposa daquela vez. A mulher era ranzinza e mandona, sempre reclamando de Shuhua e do seu gato do mato. Sendo a mulher que cuidava da casa e filha de um grande comerciante que era o seu avô, logo começaria a usar esse poder ao seu favor para mandar sua filha puritana mal educada para o reformatório mais longe daquela cidade. Visto que aquilo poderia trazer problemas para o seu pai, Shuhua não hesitou em aceitar o pequeno contrato que sua progenitora havia lhe oferecido.

O contrato consistia em que Shuhua passasse no reformatório por cinco anos e assim que voltasse para casa poderia pegar sua parte da herança e sua terra e usar da forma que desejar. A Senhora Yeh era inteligente o suficiente para saber que mesmo que passasse esse tempo, a pequena cabecinha de Shuhua não iria mudar em absolutamente nada, a garota era uma ótima atriz, poderia muito bem se fingir de boa moça e sair lá em alguns anos. Mas suas ideias "rebeldes" não iriam mudar de forma alguma.

Revirando seus olhos ao se lembrar de sua mãe, tirou seus sapatos levemente sujos de terra enquanto soltava alguns resmungos partindo para o banheiro do pequeno quarto.


Andava em passos rápidos até a tal sala central onde todas as alunas estavam.

Com o rosto inchado de tanto dormir tentando inutilmente arrumar o coque enquanto corria pelo grande corredor.

Talvez tivesse acordado um pouco tarde em seu primeiro dia. Tão tarde que havia perdido o horário do café da manhã e possivelmente dormiria mais se não fosse pelo passarinho irritante que batia seu bico no vidro da janela.

Quando finalmente chegou na sala central andou de fininho para as últimas fileiras de alunas para que não fosse reconhecida ou que percebesse que tinha se atrasado demais.

Se posicionou ao lado de uma garota alta que cochichava com outras duas mulheres a sua frente que se quer disfarçavam seus olhares no vestido preto amarrotado de Shuhua.

— Atenção todas. — Um voz firme foi ouvida, fazendo com que todas da sala se calassem e apenas o som do sapato batendo contra a madeira fosse ouvido. — Como todas as Senhoritas sabem daqui algumas semanas irá ter o grande baile de máscara, onde as alunas mais antigas de nossa escola poderão finalmente serem aprovadas e ter a chance de se casar e encontrar um belo homem de boa familia durante a festa. Sendo assim; fazendo parte do nosso evento tais alunas que ainda iram ser citadas estarão temporariamente sem aulas até que seus vestidos estejam prontos antes dos de mais. — Limpou sua garganta levemente antes de pegar o papel de uma de suas ajudantes e o ler em voz alta. — Cho-Miyeon, Nicha Yontararak e por último Seo-Soojin. Peço que vocês, minhas jovens, acompanhe a Senhora Park até a sala onde a costureira já as esperam. — Dito isso três jovens da primeira fila logo andaram calmamente até o corredor onde as levaria para a sala, porém antes mesmo de adentrarem no corredor grande uma garota com o vestido sujo de farinha e seu coque todo torto acompanhada de outra jovem com uma espécie de massa no rosto e o vestido com algumas manchas em vermelho, apareceram sendo guiadas pela mesma mulher que tinha levado Shuhua até seu quarto.

— Peço perdão por interrompê-las, Senhora. — Se curvou e deu dois tapas sutis nas costas das duas garotas para que elas fizessem o mesmo.

— Song-Yuqi e Jeon-Soyeon. — Disse praticamente em um suspiro levando a mão até o meio de suas sobrancelhas e respirando fundo . — Por favor Jihyo, leve-as para tomar um banho e trocarem de roupa. Assim que terminarem tragam elas para a minha sala, creio que iremos precisar de outra conversa.

Shuhua fazia o seu melhor para segurar a risada. A sala estava todo em silêncio enquanto viam a Senhora e Jihyo conversando baixo, e logo a trás as duas garotas sujas de farinha e massa, que mesmo sabendo que levariam uma grande bronca continuavam a se cutucar e brigarem de modo "sutil"




Lembrem-se de votar no capítulo, quanto mais votos e comentários tiver mais rápido eu vou att a história.

Aproveitando o momento venho aqui panfletar uma fanfic incrível das sooshu que merece muito reconhecimento. Entrem no perfil BiaZorEl  e deem uma olhada, tenho ctz que vocês não iriam se arrepender

Love In 1850Onde histórias criam vida. Descubra agora