" Querido pai,Venho por meio dessa carta me desculpar pela minha atitude infame durante o tempo em que passei no reformatório.
Não peço que o Senhor me perdoe ou esqueça tamanha decepção que eu trouxe ao nome da nossa família, mas que tente me entender.
Desde a minha fuga surgiram os mais diversos boatos me difamando, de certa forma alguns estavam corretos. O fato de eu estar perdidamente apaixonado por alguém o qual supostamente nunca deveria ter criado este sentimento. Mas, sendo tão difícil ignorar acabei por me entregar de corpo e alma e isso nos levou aonde estamos agora.
Sei que o Senhor deve abominar esse tipo de situação e assim como deve estar decepcionado com minha conduta, já que havia me mandado para lá na esperança que eu me tornasse uma boa mulher, sendo assim eu peço perdão pela confusão que criei e espero que um dia você possa me perdoar.
Amo-te com meu coração
De sua filha, Yeh Shuhua"
Respirou fundo passando a mão pelo móvel empoeirado. O escritório do seu pai ainda continuava do mesmo jeito, com a pintura grande de sua família e a estante de livros qual já havia lido todos.Dando uma última olhada e vendo o carta que havia escrito à mão alinhada a alguns documentos ela fechou a porta e partiu para o último andar.
Havia se passado cerca de quase um mês desde sua fuga do reformatório, durante todo esse período ficaram escondidas em uma casa antiga próximo ao interior, aonde o movimento era apenas as vacas e o vento que balançava a grama alta. Aquela era a primeira vez em que saiam desde todos os acontecimentos, sabiam que agora tudo tinha se acalmado e chance de ter alguém ainda as procurando eram nulas.
Shuhua sorriu vendo a figura sentada em uma das cadeiras de maneira a sua espera. O rosto estava abaixado o que dificultava conseguir enxergar realmente quem era. A roupa masculina e a boina que cobria sua face também não ajudava muito, mas a taiwanesa de longe conseguiria identificar quem era.
— Vamos, querido? — Tocou o ombro alheio o fazendo se levantar em um pulo e estender seu braço para que Shuhua segurasse.
A cidade estava cheia por conta da pequena festa que haveria aquela noite, diversos homens vendiam instrumentos e roupas.
— Senhores! — Um vendedor os parou com um belo sorriso no rosto. Tinha um vestido florido em uma mão e um perfume na outra. — Não estão interessados? Se me permite dizer, rapaz, tenho certeza que sua mulher ficará magnífica vestindo isso. — Franziu o cenho quando se abaixou para tentar ver a face do homem e encontrou algo mais delicado que o normal. — Você..
— Estamos com um pouco de pressa. — Sorriu forçado puxando o braço do seu noivo para que voltassem a andar.
Seus passos apressados chegaram por trás de um pequeno bar aonde um cavalo estava amarrado e escondido. Shuhua olhou para ver se tinha alguém seguindo ou observando, suspirou quando não havia ninguém.
Observou o coque que escondia seus cabelos ser desmanchado quando tirou a boina e o seu rosto estar finalmente a mostra.
Tão linda.
— Ficará aí apenas me olhando ou iremos partir, Senhorita Yeh? — O sorriso travesso tomou posse dos seus lábios enquanto a encarava de cima do cavalo.
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Love In 1850
FanfictionEm 1850 mulheres denominadas rebeldes e mal educadas pela sociedade são obrigadas e irem para um reformatório de reeducação, onde terão que passar por cinco logos anos para aprender a serem Damas dignas de conseguir um futuro prospero com seus marid...