Aceito

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— E então, você aceita ou não?

Essa foi a pergunta que fez lhe pausar no meio de todos.

Flashback: Momentos antes...

O barulho do salto fino ecoava no décimo quinto andar. Um frio passou por seu ventre e no mesmo instante, ela respirou fundo.

Antes mesmo de entrar na sala, arrumou pela última vez seus cabelos ondulados que caía perfeitamente por seus ombros. Limpou o que não estava sujo e passou a mão por cima do seu terno branco.

Outra vez, ela tentou conter sua respiração acelerada e ofegante. Aquela ansiedade não estava lhe fazendo nada bem.

— Senhorita Juliette Freire? — A secretária Thais Braz pronunciou solenemente o seu nome.

— Aqui! — Respondeu com seu último resquício de coragem.

— Sua vez. Me acompanhe, por favor.

— O.k.

Braz, abrindo uma enorme porta de vidro, deixou que a morena vislumbrasse janelas enormes que iam do teto até o chão, completamente transparentes.

O espaço no meio estava sendo ocupado apenas por uma cadeira preta, até mesmo a enorme mesa amadeirada havia sido afastada.

Havia quatro cadeiras giratórias.

Três delas estavam sendo ocupadas. A primeira, por Carla Andrade, que vestia um terno branco, assim como Juliette.

A segunda, por Arthur Andrade, que trajava um terno social preto.

A terceira, pelo todo poderoso, Alfredo Andrade, que nunca saíra de seus padrões sociais de classe.

A quarta, completamente vazia.

— Sente-se, por favor. — A voz de Alfredo saiu pacificadora — Nervosa?

— Um pouco. — Sorriu envergonhada.

— Não precisa, ok? — Carla a olhou dos pés a cabeça — Só seja sincera e direta em todas suas respostas.

Juliette assentiu.

— Antes de tudo, me permita que nos apresentamos. Eu me chamo Arthur Andrade, esse é o meu pai, fundador da empresa, o Sr. José Alfredo Andrade e a minha irmã, senhorita Carla Andrade.

— Prazer conhecê-los.

Nesse momento, Carla anotou algo em sua agenda. E isso foi motivo para que Juliette temesse. Pois, mesmo sem saber, sua entrevista já havia começado.

— Qual é o seu nome?

— Juliette Freire.

— Hum, ok. Então podemos começar? — Carla indagou precisamente.

Antes que Alfredo pronunciasse alguma palavra em concordância, a porta foi aberta. Nela, não adentrava somente uma figura alta e loira. Mas principalmente, um pequeno serzinho com uma mochila de abelhinha e o seu urso na mão.

— Vovô! — A voz infantil ecoou por toda a sala.

Ela correu para o seu encontro, parando na metade do caminho.

— Titia Carla! — Correu outra vez, pausando novamente — Titio Thur...

Parada, ali no meio de todos que a olhavam com um sorriso largo no rosto e o coração derretido, ela não soube quem cumprimentar primeiro.

Reinício | SarietteOnde histórias criam vida. Descubra agora