Maratona 4/4.
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Pov Juliette
Teve uma noite em que fiz um pedido mudo às estrelas de que você voltasse logo para casa.
Agora, eu estou em casa. Mas você não está aqui. Todo mundo está aqui. Mas todos, para mim, significa ninguém. Porque falta você!
Todos sorriem, me parabenizam, cantam alegremente. Mas tudo está mudo em minha mente. Não há música, não há sorriso, não há cor.
Toco minha barriga e sinto nosso filho.
Sim amor, o nosso filho. Ele sempre foi seu, tanto como é meu!Eu sei que ele se acostumou com a sua voz, porque nunca mais chutou na presença de ninguém.
Sei que ele ama suas histórias, sua risada, seus toques carinhosos. Ele ama você amor, sempre amou e crescerá te amando.
É chegada a hora!
Menino ou menina? Ian ou Cecilia?
Lembro-me de sua voz me dizendo que queria um menino. Eu sorri. Eu queria uma menina, amor! Mas eu sabia que, se eu pudesse, daria um menino a você. Apenas para vê-la sorrir!
Sua família está aqui. Mas você não... Eu queria tanto você aqui, amor.
Um, dois... Três!
O balão se estourou.Eu vi confetes. Mas amor, eram confetes azuis!
É um menino amor, o menino que você tanto queria. É o seu garotinho!
É o meu, o seu, o nosso Ian.
Sinto braços fortes me levantar do chão. Eu não queria essa barba, esse cheiro barato, esses braços musculosos. Eu queria sua pele macia, seu cheiro delicado e seus braços quentes.
Olho em direção a porta e a vejo lá.
Sorrindo, de braços cruzados e com lágrimas nos olhos."Nós conseguimos!"
É isso o que meu olhar diz.
"É o nosso filho, amor!"
Fecho meus olhos por um instante e não a vejo mais na porta. Por que você se foi, amor?
Me desvencilho rapidamente e corro até a saída. A vejo andar vagarosamente até o carro, com suas mãos afundadas nos bolsos do casaco.
— Sarah?
Minha voz sai embargada e ela para no meio do caminho, mas não se vira.
Corro em sua direção como posso, não é fácil carregar nosso filho em meu ventre.
— Você veio...
Veio. Sim! Ela veio.
Ela viria, você sabe que ela sempre viria.— Você viu? É um menino!
Ouço o seu soluço. Ela está chorando?
Ando até sua frente a vejo com olhos vermelhos e lágrimas quentes descendo por suas bochechas. Ela olha para cima, sentindo o vento levar tudo, exceto sua dor.— Você queria uma menina. — Riu sem humor — Eu torci para que fosse.
Eu a olho com compaixão.
Meus olhos não se aguentam, eu despenco em seus braços. Onde nós nos perdemos, amor?Ela me segura forte, como sempre me segurou. Sinto o calor de seu corpo outra vez, seu toque, seu cheiro, a sensação de estar protegida aqui com você. Merda! Eu sinto tanta falta disso.
— Você ainda me ama?
Ela perguntou, me olhando nos olhos.
Sim! Eu a amo.Mas por que não consigo dizer nada? Por que não saio do lugar?
A vejo assentir com a cabeça.
Desculpa amor, eu, eu...— Tome! — Ela me entrega uma caixa de papelão, com um laço rosa e azul — Eu... Fiz. Espero que goste.
Eu pego de suas mãos e a vejo abrir a porta do carro.
— Para onde vai?
— Embora. Eu vou embora. — Vira-se para mim e vejo a dor estampada em seus olhos — Seja feliz, amor.
Sua voz sai embargada. Ela me chamou de amor, outra vez. Você me quebrou! Mas por que eu ainda continuo te amando? Por que eu sigo desejando ser para sempre o seu amor? Foi como um soco no estômago, confesso.
— Vai mesmo me deixar?
É tudo o que eu pergunto, temendo amargamente a resposta.
— Foi você quem me deixou ir primeiro.
E então, ela entra, bate a porta e se vai. Não há mais nós dois.
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Que venha nosso Ian! 💙
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Reinício | Sariette
Fanfic"O tempo é rápido, a vida é breve e a morte é certeira. Agora, a última lágrima descia e o vazio fazia-se muito mais presente naquele lugar que um dia foi ocupado: o coração. Sim, agora era o fim de uma história. " Quando tudo estiver dando errado...