Fotografia

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Sempre é bom preparar o colete...

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— Onde que a Sarah está? — Juliette parou na escadaria, com suas mãos na cintura — Eu já procurei em todo lugar.

— Ela saiu bem cedo, Ju.

Juliette bufou, colocando a chupeta em Ian. Pegou o celular em seu bolso e discou novamente o mesmo número. Sempre caindo na caixa postal.

Ela e seus amigos estavam em uma casa alugada na Bahia. A despedida de Campina Grande foi bastante emotiva, já que todos tinham se apegado o suficiente aos avós e amigos da morena. Ian quase não parou de chorar desde que saiu do colo de sua bisavó, que o acalentou por tantos minutos.

— Olha a mamadeira, Ian — Washington apareceu subitamente — Vem pro titio?

Ele sequer contestou, indo diretamente para seus braços com um sorriso sapeca. A intrínseca ligação que Ian tinha com seu tio e os amigos de sua mãe era algo inegociável. Sorria e ficava no colo de todos, brincando, dando e recebendo atenção.

Foi audível o barulho de chaves na maçaneta da porta e a figura alta de Sarah com sua filha nos braços apareceu. A menina estava debruçada em seus braços, dormindo serenamente com uma mochila de abelha nas costas. Ela logo pediu silêncio com o dedo indicador assim que entrou. Subiu a curta escadaria, deixando a menina em sua cama.

— Explique-me isso. — A morena apareceu atrás dela de braços cruzados.

— Fui buscar minha filha.

Ela arregaçou suas mangas, deixando a chave do carro na cômoda ao lado, sendo impedida de passar pela porta.

— Você não me avisou.

— Avisei, amor. Eu deixei um bilhete aqui e mandei mensagem no whatsapp.

— E cadê o bilhete?

Sarah se virou, olhando a mesma cômoda. O bilhete não estava lá.

— Eu deixei aqui, juro a você que deixei.

— Hum. E a mensagem?

A loira tirou o celular do bolso, abrindo na conversa fixada e notando que a mesma mensagem não tinha sido enviada.

— Desculpa, não enviou. E eu não quis acordar você também.

— Fiquei doida atrás de você, amor. — Finalmente a abraçou, inalando seu cheiro adocicado.

— Chamei um jatinho particular. Não sei o porquê deixei Clara lá, é minha filha.

— Eu sei exatamente o porquê. — Se afastou, olhando em seus olhos — Mas não vamos falar disso agora.

Sarah beijou seus lábios de modo singelo.

— Sua sogra mandou um beijo pra você, Sr. Alfredo também.

— Eu falei com eles ontem. Fiquei com saudades.

Sarah sorriu, ela agradecia aos céus por essa intimidade que sua namorada tinha com os seus pais. Assim como a própria tinha com a mãe e irmãos de Juliette.

— Vamos até a sala? Só pra deixar ela dormir um pouquinho.

— Comprei pudim hoje. Quer?

— Nunca que eu iria rejeitar pudim, garota. — Segurou firme em seu pulso, descendo rapidamente a escadaria.

— Calma que ele não sai de lá.

— Cadê?

A ansiedade era notório em sua voz. Não porque estava passando fome, mas porque queria fazer valer a pena toda atenção da sua namorada em guardar comida pra ela.

Reinício | SarietteOnde histórias criam vida. Descubra agora