Baby Blues

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- Amor, desculpa acordar você. É que ele não para de chorar.

Fui acordada por um choro de criança e assim que abri meus olhos, vi a minha mulher com nosso filho nos braços. Tudo era muito novo pra mim. Eu me sentia exausta e confesso que meus seios doíam.

Se eu pudesse, me trancafiava em um quarto com a minha namorada, apenas para sentir seus afagos. No entanto, eu não podia. Porque um ser pequenininho, minha cópia fiel, dependia muito de mim.

Sentir meu filho comigo era uma das coisas mais preciosas. O calor do seu corpo, sua dependência, o nosso elo que criamos juntos.

- Parece até que está passando fome. - Confessei rindo - Ai!

- Vou comprar algumas pomadas pra você. Na verdade, tenho que comprar muitas coisas ainda.

- Não precisa gastar dinheiro conosco, amor. Pode deixar que eu pago.

- Pedido negativado! Você é minha mulher. Faço questão de arcar com tudo.

- Bom dia? - Escutei a voz alegre da minha sogra.

Ela estava com uma bandeja nas mãos e um sorriso caloroso no rosto.

- Vejo que alguém amanheceu esfomeado!

Nós três rimos juntas e ela se aconchegou perto de nós, observando-nos como uma verdadeira mãe.

- Se importa se eu e a sua mãe ficarmos cuidando de você enquanto a cabeça dura aqui vai comprar algumas coisas?

- Não me importo, não. Mandou foto para o Alfredo?

- Eu mandei. - Sarah calçou seus coturnos - Ele comemorou tanto quanto se fosse um filho dele nascendo. Disse que vai vir visitar hoje, se você permitir.

- Permito, claro.

- Seu pai é uma peça rara... - Abadia riu - Washington não veio ainda?

- Virá hoje também. Disse que não quis vir ontem porque não ia aguentar.

- Não duvido nada que de hoje para amanhã essa casa fique cheia. - Sarah comentou distante - Mas acho que não seria uma boa ideia. A Ju precisa descansar um pouco.

- Você já vai? - Ela assentiu - Ok...

- Quer alguma coisa da rua, mãe?

- Já basta o que eu escrevi na folha que está na geladeira.

- E você? Quer algo?

Neguei com a cabeça.
Sarah partiu e eu fiquei com saudades assim que ela atravessou a porta. Talvez eu estivesse muito carente.

- Ela mal dormiu ontem, acredita?

- Sério?

Minha sogra assentiu.

- Ficou preocupada, não queria deixar você dormindo sem nenhuma pessoa cuidando de você.

- Ela é um amor comigo e com o Ian... - Sorri involuntariamente. Era embaraçoso falar do que eu sentia com a minha sogra. - Você criou uma mulher de verdade.

- Também me orgulho muito dela. Apesar de ser cabeça dura, é uma boa pessoa. Responsável e cuidadosa. Sabe, antes eu não aprovava muito a relação de vocês.

A olhei meio desconcertado, desviando a atenção em seguida.

- Não fique mal por saber disso. Era algo difícil para lidar! - Sorriu, massageando meus pés visivelmente inchados - Mas quando eu vi você e ela juntas, vi o brilho no olhar da minha menina e o quanto ela estava se dedicando a isso... Eu aceitei na hora.

Reinício | SarietteOnde histórias criam vida. Descubra agora