Capítulo 19 - Tentando

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Camila Cabello  |  Point of View




Na manhã seguinte liguei para Austin e avisei que estava chegando. Normani e Troy me acompanharam, eles tinham um esquema de escolta que não deixaria a quadra da casa de Austin. Quando cheguei a frente ao prédio dele, sim, o prédio todo era dele, fiquei encarando a porta por um bom tempo, até que ela se abriu e ele saiu acompanhado do seu capanga Shawn.

— Oi! – Falei sorrindo.

— Oi Mila. Posso te abraçar? – Chegava ser engraçado, é a primeira vez que ele pergunta se eu quero alguma coisa, quando vim para cá, pagar a divida do meu pai, estava sozinha e assustada, ele pouco se fodeu em perguntar algo.

— Claro! – Ele me abraçou e eu retribui. Ficamos um tempo assim.

— Entregue sua chave para o Shawn.

— Por quê?

— Surpresa! Tem alguma mala ou algo parecido? – Assenti, abri a porta do carro e ele pegou meu mochilão. — Vamos almoçar e sair. Quero te levar a um lugar.

— Tudo bem. – Almoçamos, Austin estava realmente empolgado com nossa tentativa, enquanto a única coisa que eu estava tentando, era não matar ele com a faquinha de serra que estava na minha mão. — Aonde vamos? Esta roupa combina?

— Sim e você vai amar. – Fomos até seu carro e partimos para o tal lugar. Chegamos depois de duas horas, em um estádio na cidade vizinha. — Foi difícil, mas consegui dois ingressos na área vip para nós!

— Show de quem?

— Já já você vai ver! – Ele saiu e eu o acompanhei, ele entrelaçou nossos dedos e uma sensação de náusea me corroeu por dentro. O que eu não faço por ela?

Ficamos na fila por um tempo, depois que Austin entregou os ingressos, entramos e fomos dirigidos até a frente do palco. Tinha muita gente, a única certeza que eu tinha, é que o show era de rock. Depois de um tempo esperando, Austin trouxe água para nós e a introdução começou a tocar. Meu coração acelerou, não... Não quero ver esse show com ele, esse momento eu queria dividir com ela. Suspirei derrotada...

— Não me diz que essa música é XIX e quando essa cortina abaixar eu vou ficar de cara com Slipknot.

— O que achou da minha surpresa?

— Incrível, Austin. Surpresa mesmo! – Ele me puxou pela cintura e repousou a cabeça no meu ombro. Sério?

Quando as cortina caíram, comecei a gritar e pular, o que fez ele me soltar e rir da euforia do meu ser. Depois de rouca cantando as músicas, começou Vermilion e eu quase enfartei. Aquilo é muito louco, eles são loucos. Depois dela Killpop e depois... Sim, minha música e claro que a gritei com minha alma... Before I Forget. Quando o show acabou, minha voz tinha sumido, o que me deu uma boa desculpa para não conversar com o traste do Austin.

×××

Depois de uma semana, Austin realmente, só faltava lamber o chão onde eu pisava. Certas situações me renderam o desgosto de ter que beijá-lo para ele não desconfiar, o que me fazia rever se era o certo a se fazer, pois não havia nenhum movimento suspeito por parte dele. Agora estou indo a garagem, onde ele me chamou para ver algo.

— O meu bebê! – Era o meu carro.

— Abra o capô... – Eu o fiz e o meu motor havia sido trocado. — Tudo novo, inclusive com Smart Nitro e quatro tubos extras aqui. – Falou levantando o banco do carona. — Fora os pneus e os bancos que também são novos...

— Não sei o que dizer...

— Não precisa dizer, é só me beijar. – Sorri fraco para ele e rodeei seu pescoço com meus braços. Ele se inclinou e colou nossos lábios. O telefone tocou e ele foi atender.

Fui atrás dele e ele já havia encerrado a ligação, estava em frente do computador. Me sentei em seu colo e escondi meu rosto em seu pescoço, de forma que eu conseguisse ver a tela. Em um user bloqueado, ele digitou meu nome como
senha, patético! Pelo menos uma senha eu tenho. O telefone tocou novamente e ele disse que precisava sair.

— Vai aonde?

— Chegou um carregamento de cocaína e vou receber. Vai ficar bem aqui?

— Sim. – Ele saiu e quando seu carro sumiu na esquina, acessei seu computador.

Fui até minha bolsa e peguei um pendrive e copiei todas as pastas. Fui até o carro de Troy e entreguei os arquivos. Voltando rapidamente para casa. Austin chegou à noite e eu fingi estar dormindo para não conversar com ele. Ele beijou minha testa e me cobriu com o edredom.

No outro dia, ele havia preparado o café.

— Bom dia, Mila!

— Bom dia! Não te vi chegar ontem...

— Imprevistos. O carregamento só chegará semana que vem.

— Hum. – Fingi desinteresse. — Você conhece algum tatuador bom por aqui?

— Sim. Tenho um amigo muito bom, posso te levar lá.

— Eu adoraria.

— Vai tatuar onde?

— Vou esconder essas cicatrizes. – Falei mostrando os braços. — Acho que vou fechar meus dois braços e talvez tatuar  algumas nas pernas.

— Vai ficar muito legal. Olha... Eu sei que tenho culpa na maioria destes cortes, mas eu estou mudado, vou fazer dar certo. Eu amo você, Camila!

— Eu sei Aus! Só não estou pronta...

— Tudo bem. No seu tempo. Tudo no seu tempo desta vez!

Fast And CoreographedOnde histórias criam vida. Descubra agora