Lauren Jauregui | Point of View
Quando fomos a clínica, fomos informadas de como o procedimento acontecia. Teria que tomar um remédio, durante 15 dias e depois faríamos a inseminação.
Camila quase desmaiou quando o médico disse que, por eu ser nova e nós estarmos usando deste método, as chances de termos gêmeos ou mais era grande. Não estou sendo exagerada, uma enfermeira teve que checar a pressão dela, ela passou mal mesmo. Queria mudar de ideia e adotar. Agora estamos com um catálogo de doadores em casa, com altura, peso, religião, tipo sanguíneo, cor da pele, cor dos olhos, raça, origem étnica e mais coisa, inclusive profissão e hobbies.
— Lo... Não dá. Sou machista demais pra isso. Vamos adotar.
— Camila... Você não facilita, fica só reclamando. Estou vendo que farei tudo sozinha.
— Não é isso. Você não me entende.
— Você não fala. Como vou entender?
— Esquece. Vamos ficar com esse arquiteto que tem como hobbie tocar violino.
— Ele tem olhos verdes, Camila.
— Qual o problema? Você também, mais chances dele nascer com olhos claros.
— Ele tem que ser parecido com você também.
— Não. Ele tem que ser parecido com você e está de bom tamanho. – Me levantei. — Aonde você vai?
— Tomar uma água, Camila.
— Eu pego pra você.
— Não. Pode deixar que eu me viro. – Caminhei até a cozinha e me escorei na pia. Fiquei olhando para a janela e senti minha cintura ser rodeada. Camila beijou minha nuca.
— Você fica mais linda quando está pensativa... – Ela me virou e selou nossos lábios. — Porque não aproveitamos a folga e subimos até nosso quarto. – Ela disse descendo a alça do vestido florido que eu usava.
— Não estou com vontade. Estou com dor de cabeça. – Ela me olhou incrédula e arrisco dizer que assustada. Assentiu e se afastou, voltando para sala. O que está acontecendo comigo?
Subi até nosso quarto e arrumei a cama. Me deitei e comecei a repensar tudo que estava acontecendo.
Na manhã seguinte, desci para tomar café. Já estava atrasada para ir até a empresa, pelo jeito arrumado do lado de Camila, ela não tinha dormido nela. Sobre a mesa de centro da sala, estava o catálogo aberto, com um perfil circulado com lápis. Dentre as informações, constava que ele era moreno, olhos castanhos e era latino. Era professor e era escritor por hobbie.
Acho que Camila entendeu o recado, mas ela deve estar muito irritada comigo, pois nunca neguei nada a ela. Decidi fazer uma surpresa a ela, vou visita-la na oficina. Quando cheguei, liguei para meu pai e disse que iria me atrasar.
Entrei e encontrei Troy mexendo em um carro.
— Oi Troy.
— Oi Laur. Como está? – Ele me abraçou.
— Estou bem. E Camila?
— Camila está fechando os gastos do mês e não está de bom humor. – Revirei os olhos. — Se bem que ela está com um humor terrível ultimamente.
— Ela é assim. Quero ver quando ela chegar nos 60 anos. Vai ser daquelas velhas bem ranzinzas e que ninguém chega perto.
— Ela já é assim. – Dei um tapa no braço dele. — Ai. Desculpe. – O deixei ali e caminhei até a sala de Camila. Batendo
na porta.— QUE SACO! JÁ DISSE PRA NÃO ME ENCHEREM A PORRA DO SACO! – Abri a porta do escritório e Camila arregalou os olhos. — Lauren? O que faz aqui?
— Pelo jeito estou enchendo a porra do seu saco.
— Achei que fossem os meninos. Desculpe. – Ela tirou umas coisas da cadeira ao lado dela e passou um pano. — Sente aqui. – Fui até lá e me sentei. — Aconteceu alguma coisa?
— Não. Por quê?
— Você não vem muito aqui. – Ela disse me encarando.
— O que você esta fazendo?
— Fechando o orçamento deste mês, o que é muito difícil, porque Troy e Normani não são muito organizados.
— Isso é o que mais me impressiona em você. Os meninos vivem elogiando sua organização e em casa não consegue estender a toalha molhada. – Ela corou.
— A... ér... Diferente.
— Sei. – Ela abaixou a cabeça e continuou a fazer os cálculos dela. Aproximei minha cadeira dela e escorei minha cabeça em seu ombro. Ela pegou minha mão com a mão esquerda dela e continuou escrevendo.
Depois de um tempo, já estava sentada no colo dela, enquanto ela ligava para todos os devedores deles. Já estava na hora do almoço, então fomos a um restaurante perto dali.
— Viu o que marquei no catálogo? O que achou?
— Perfeito. Podemos ir a clínica quando você quiser.
— Vamos amanhã pela manhã. Tenho que sair pelas lojas para escolher uma barata. A oficina não está dando muito lucro, precisamos cortar gastos.
— Sério? Por quê?
— Muita gente não está pagando os serviços que ficam para virada do mês. – Ela fez uma careta. — Normani e Troy levam muitos “amigos” para arrumar os carros lá e não cobram deles.
— Você tem que falar com eles sobre isso.
— Eles já acham que eu pego muito no pé deles, não quero estragar nossa amizade. Hoje vou mostrar o balanço para eles e espero que eles entendam.
— Eles vão. Vai para casa cedo hoje?
— Vou às 18h. Por quê?
— Só pra saber. Vamos sair hoje?
— Vamos. Cinema?
— Estava pensando em uma balada. O que você acha?
— Pode ser. Agora vamos, tenho um monte de coisas para organizar.
Depois nos despedimos e fui para o escritório, onde ouvi um sermão enorme, por ter dito que iria me atrasar e não ter nem chegado.
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Fast And Coreographed
FanfictionLauren Jauregui é uma animadora de torcida que nutre um amor platônico por sua colega Camila Cabello. Não parece tão complicado, o problema é que Camila vem a ser uma pessoa fechada, não conversa, não tem nenhum amigo e vive se arriscando em rachas...