Capítulo 20 - Livre

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Camila Cabello  |  Point of View





As sessões das minhas tatuagens eram demoradas, Austin na segunda sessão desistiu de me acompanhar e eu ia sozinha. Duas semanas com uma bela desculpa para não ficar muito tempo com ele.

Em uma tarde, falei para Troy me seguir, parei em uma cafeteria e pedi sonhos. Troy pediu um café e sentou atrás de mim. Sussurrando.

— Você está bem?

— Estou. Sabe da Lauren?

— Está com saudades e mandou dizer que te ama.

— Diga para ela que estou morrendo de saudades e que também a amo muito. Alguma coisa naqueles arquivos?

— Muitas coisas, agora eles precisam pegar ele em flagrante.

— Como?

— Precisa descobrir quando chegará um novo carregamento. Vai ter que começar a ir com ele e ver como funciona.

— Tudo bem.

— O capanga dele está vindo. – Comi meu sonho e pedi um café. Shawn chegou e parou ao meu lado.

— Oi Camila.

— Oi... Quer sentar?

— Não. Austin pediu para ver onde você estava. Tem um chip no seu carro.

— Bom saber... Vamos então?

— Vou pegar um café.

— Já vou. – Peguei meu café e fui para casa de Austin.

Quando cheguei ele estava fumando na frente do prédio.

— Como foi a sessão de hoje?

— Dolorida. Parei para pegar um café. Shawn foi até lá.

— Amanhã vou passar o dia fora, você vai ficar bem sozinha?

— Na verdade não.

— Ãm... – Ele ficou confuso e só gaguejava.

— Podia me levar com você...

— Não é ambiente para você...

— Seu ambiente é meu ambiente agora, Aus. – Ele pensou e depois de um tempo, sorriu.

— Está certa. Amanhã sairemos às 7h.

— Tudo bem. Vou dormir, estou exausta e dolorida.

— Faltam quantas sessões?

— Se eu ficar a tarde inteira amanhã novamente, ficará tudo pronto.

— Você fica linda com elas... Olha sei que vamos esperar, mas hoje podíamos dormir juntos? Só dormir!

— Tudo bem... Vamos entrar? – Ele assentiu, largando o cigarro e pisando sobre ele. Nós deitamos. — Só não me encosta muito, as tatuagens... Sabe?

— Claro. Vou cuidar, boa noite.

— Boa noite.

Na manhã seguinte, acompanhei Austin, fiz um monte de perguntas e ele achava um máximo me contar sobre o como ele era poderoso ali. Descobri que no domingo, ele receberia uma carga enorme e que todos seus capangas o ajudariam. Oportunidade perfeita.

Fui até a última sessão de minhas tatuagens. As completei e na saída falei para Troy sobre o carregamento, fomos a um café diferente desta vez. Ele disse que seria arriscado ir com ele, mas eu já havia aceitado. Ele ficou apreensivo.

— Muito perigoso, Cabello.

— Já aceitei, se eu mudar de ideia ele vai desconfiar.

— Como é o lugar?

— Quatro saídas e o barco com as drogas fica parado dentro do galpão. Se vocês cercarem, só nadando para fugir.

— Vamos ganhar uma recompensa gorda do governo.

— Minha recompensa é a Lauren.

— Fala isso depois que eu pegar a recompensa, deixar meu possante mais turbinado e te fazer comer poeira nos rachas.

— Há há! Troy admiro seu senso de humor.

— Quer apostar?

— Sabe que não corro se não valer dinheiro.

Ficamos conversando um pouco, mas daquele jeito, um de costas para o outro. Voltei para casa. Austin estava jogando.

Semana faz um mês que você está aqui.

— Eu sei. Essa semana as visitas ao meu pai estão libertadas.

— Você vai ir?

— Vou semana que vem!

— Tudo bem. Vamos jantar?

— Sim.

Austin estava muito diferente, antes me travava como objeto e agora como princesa, mas nunca vou esquecer o que ele me fez. Nunca!

×××

No domingo, estava sentada em uma caixa, já no galpão. Austin estava entre minhas pernas, dando coordenadas para todos que chegavam. Perto do meio dia, o barco chegou e todos começaram a recolher as caixas de dentro dele. Quando mandei uma mensagem para Troy, sussurrei no ouvido de Austin.

— Obrigada! – Ele se virou e me fitou confuso.

— Por?

— Não ter me forçado a nada.

— Não me agradeça. Não mereço isso depois de tudo que fiz. Eu só tenho que agradecer por você estar ao meu lado agora. Você é a melhor coisa nesta minha vida imunda. – Falou e colou nossos lábios, aprofundou o beijo e antes de qualquer coisa, a porta é aberta e vários policiais entram. Austin pegou uma arma na cintura e apontou para um deles.

— Nem adianta Austin... O galpão todo está cercado e até na água estão nossos barcos. Acabou para você! – Ele puxou o gatilho e o policial se virou, acertando um soco nele. Assim começou uma pancadaria, até que todos os capangas estavam rendidos. Um policial veio até mim e me algemou.

— NÃO! Ela não tem nada com isso, ela é minha namorada, não tem nada com isso, a solte, por favor. – Austin gritava.

— Ela se defende na delegacia como todo mundo. – Me levou até uma viatura. Troy era o motorista. Ele deu partida no carro e me levou até a delegacia.

— Acharam que ficaria melhor se Austin não soubesse que você o denunciou.

— É um bom raciocínio.

— Suas tatuagens ficaram muito foda.

— Não é? Tudo bancado pelo Austin. Meu carro foi reformado.

— Vou fingir que gosto dele também. – Sorri e neguei. — Agora vamos pegar o cheque e nossos carros. Peguei suas coisas no prédio dele, foi tudo revirado.

— Obrigada Troy. Obrigada por tudo mesmo, nunca vou poder te agradecer.

— Seja feliz e estará me agradecendo. – Entramos no prédio e pegamos a recompensa gorda do governo. Acho que minha casa receberá uma reforma. Peguei meu carro e voltamos para nossa cidade, apostando corrida e brincando entre os carros. Fazia tempo que eu não me sentia tão leve. Cheguei a minha casa e ele chegou logo depois. — Então... O quê vai fazer agora?

— Vou tomar um banho, colocar uma roupa mais ou menos e vou à casa da Lauren, pedir ela em namoro para os pais dela.

— É assim que se fala Cabello. Vou ver minha baixinha e não vou desgrudar dela por muito tempo.

É assim que se fala Troy! – Ele gargalhou e partiu.

Fast And CoreographedOnde histórias criam vida. Descubra agora