Capítulo 51 - Soco na Boca do Estômago

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Camila Cabello  |  Point of View





Quando cheguei a nossa casa, Lauren estava na cozinha, escorada na pia.

— Oi gatinha.

— Oi bad girl. – Falou sorrindo e me aproximei para abraçá-la. — E sua roupa?

— Deixei na casa da Mani. Vamos nos vestir lá. Vocês aqui?

— Sim. – Escondi o rosto na curva do pescoço dela. — Soube da novidade? – Ela perguntou enquanto alisava minhas costas.

— Ally? – Ela assentiu. — Sim.

— O que você achou? – Lauren está empenhada nesse assunto de filhos.

— Achei que eles são muitos novos, ela vai ter que interromper a faculdade e criar uma criança não é simples do jeito que ele fala. Ele não vai poder correr mais, ele vai ter que pensar sempre nesse moleque e ela vai demorar a entrar no ritmo depois que ele nascer. Tudo vai mudar, até o relacionamento deles. Eles não têm maturidade para isso. Ele falou que os pais dele vão ajudar... Vão ajudar no possível, não é muita coisa. – Ela revirou os olhos.

— Deixe-me ver se meu bolo está pronto. – Me afastei e cruzei os braços, acompanhando os movimentos dela. Ela é tão graciosa, mesmo emburrada. Ela está fazendo uma tempestade por algo... Não sou do tipo que leva jeito com crianças. Sinto que não devo mais falar isso para ela. A abracei por trás.

— Você é complicada, gatinha.

— Sou mulher... Todas nós sonhamos com isso.

— Quase todas.

— Depois eu que sou a complicada.

— Ok. Vamos combinar o seguinte, um dia... Depois que você se formar e termos uma estabilidade boa, vamos pensar na idéia de filhos, mas agora, essa birra é desnecessária. Somos jovens, ok.

— Está falando sério?

— Sim. Mas bem mais pra frente, ok? – Ela me abraçou forte.

— Que alívio, Camz.

— Agora vamos comer esse bolo. Estou com fome.

— Como se isso fosse uma novidade. – Cerrei os olhos e ela gargalhou.

— Muito birrenta você.

— Camz... – Ela suavizou a expressão. — Essa é uma questão muito importante pra mim. A pessoa que amo não se importar com isso, me machucou muito.

— Desculpe, gatinha. Mas esse assunto me dá arrepios por enquanto. Não acho que serei um exemplo. Não quero mais falar sobre isso. Ok? É cedo ainda.

— Tudo bem. Esse avanço já me deixou mais calma. – Continuamos comendo. — Mas como é seu terno? – Sorri.

— Surpresa.

— A Camz. Tenho que saber se vai combinar com meu vestido.

— Ele é preto!

— Meu vestido é verde.

— Hum... Acho que combinam.

— Sim. – Eu comi o bolo quase inteiro, Lauren comeu dois pedaços.

— Minha nos convidou para almoçar, mas depois...

— Vamos lá. Preciso comer algo salgado. – Ela arregalou os olhos.

— Camz... Você precisa ser estudada. Come por dez e continua com esse tanquinho.

— Genética, mas se eu perder o tanquinho... Você vai continuar me amando? – Falei sorrindo.

— Quem disse que eu te amo? – Fiz um bico enorme.

— Own... Claro que te amo e vou te amar até se você virar uma baleia. Como você consegue ser tão fofa?

— Eu não sou fofa! – Falei irritada e ela gargalhou.

— Ficou mais fofa falando assim. – Desisti de birra e a abracei. Minha gatinha... Eu a amo tanto, vou fazer todas as concessões forem necessárias para vê-la feliz.




Lauren Jauregui  |  Point of View




Na tarde do baile, estávamos na minha casa, nos arrumando. Dinah havia escolhido um vestido vermelho, Ally um azul e eu um verde, todos devidamente colados em nossos corpos. Ally estava com o cabelo liso e Dinah e eu ressaltamos nossas ondas. Quando me olhei no espelho, realmente me senti linda, não que eu seja dessas egocêntricas que se acham, mas hoje eu mato minha latina do coração. Não só eu, as meninas estão magníficas.

— A Mani está pirando com esse assunto de filhos... Ela quer adotar um.

— Isso é um problema? – Ally perguntou.

— Eu não me sinto pronta pra isso. Não estou julgando você, porque vocês querem isso, mas eu acabei de me formar e vou para uma faculdade foda... Quero ter filhos, mas mais pra frente... Sabe?

— Pior sou eu, Camila é totalmente avessa a idéia de ter filhos, só cedeu um pouco, mas temos que esperar muito para começar a falar do assunto.

— Logo você que sempre foi louca por crianças. – Ally falou e eu assenti.

— Bom... Hoje é uma noite feliz, nada de assunto para baixo. Espero que o terno da Camila realce aquela bunda maravilhosa.

— Ela vai de terno mesmo?

— Acho que vai. Por quê?

— Isso é bom. Pelo menos não vai ser só a Normani. Perguntei a cor e ela disse branco. Terno branco? Eu a amo muito para reclamar.

— A Camila disse que o dela é preto.

— O do Troy também é. Meu namorido venera demais a Cabello.

— Só o seu? Mani só fala nela. “Ai a Cabello faz isso”. “Ai ela me ensinou aquilo”.

— Igual ao Troy. Ela já tem um instinto inspirador e não quer ter filhos. Vai entender.

— Camila é um ser complexo, mas eu vou a domar com o tempo.

— É assim que se fala branquela. Agora vamos, meu pai está chegando.

— Será que os meninos já chegaram lá?

— Não entendi o porquê de nos encontrarmos lá. – Ally falou.

— Nem eu. Eu estou à reencarnação da rainha Beyonce, Normani tem que me exibir na chegada. – Dinah falou e nós gargalhamos.

— Vamos, Beyonce. Seu pai chegou.


×××


Quando entramos na boate, estava lotada. Havia outras escolas comemorando ali.

— Os marginais não chegaram!

— Dinah! – Ally e eu falamos juntas.

— O que? Essa é a vantagem de namorar eles... Eles são rebeldes.

— A vantagem é que eles são incríveis. – Ally falou.

— Vocês me entenderam. – Ally estava de frente para a porta. Ela arregalou os olhos e depois sorriu, fazendo sinal para nos virarmos.

Quando nos viramos, eu quase caio com o baque. Normani estava sim vestindo branco, mas era um vestido. Assim como Camila, que usava um vestido preto colado, com a barriga sem exibida, devido à transparência nesta região do vestido. No fim, achei que mataria minha latina e ela que me acertou um soco na boca do estômago.

Fast And CoreographedOnde histórias criam vida. Descubra agora