Capítulo 22 — Proteger.
Eduardo mal podia mensurar o alívio que sentia por ver a namorada sendo liberada. Os socorristas fizeram um ótimo trabalho ao receberem a moça, tranquilizando-a e cuidando de seus ferimentos com carinho.
Monique já havia tido experiências tensas demais em hospitais e agora o namorado tinha plena noção disso. Eduardo queria nunca mais ter que encarar os olhos arregalados e a expressão de pavor estampada no rosto dela.
Antes podia senti-la arrepiada e tomada de medo. E lembrava-se de que durante toda a ida, ela se encolhia e por vezes, voltava a chorar. Agora Monique não precisava mais temer, estaria ali por ela. E embora Eduardo quisesse que ela fosse capaz de enxergar a mulher forte que era, sabia que um dia ela recuperaria sua autonomia.
A blogueira entrelaçou seus dedos com os do namorado, sorrindo enquanto andavam para fora do pronto-socorro. E ao chegarem no carro, o instrutor não sabia bem se deveria focar no assunto do que havia acontecido. Então decidiu que, caso Monique quisesse, ela falaria sobre o ocorrido.
— Tá com fome, minha princesa? O que você quer fazer agora? — Eduardo afirmou, abrindo um sorriso tão doce que fez o coração da namorada amolecer.
— Me leva pra sua casa... Eu não quero voltar pra minha. Não hoje. — Murmurou, baixinho apenas o suficiente para que ele ouvisse.
Eduardo precisou de alguns segundos para entender o pedido. Monique parecia disposta a passar um tempo longe da bagunça que resultou de sua crise. E ele tentou não demonstrar a ansiedade que sentiu ao saber que ela provavelmente dormiria em sua casa pela primeira vez.
Atendendo ao pedido, foi para lá que foram. Naquele momento, enquanto abria a porta de entrada, Eduardo se pegou aliviado por ter conseguido ter tempo de arrumar a casa nos últimos dias, sabia que ela estava suficientemente limpa para receber visitas e torcia para que não tivesse esquecido nenhuma cueca fora do cesto de roupas sujas.
— A minha casa é a sua casa. Fica à vontade. — O namorado afirmou, se mantendo atrás dela, vendo-a andar pela sala de estar.
— Que organizado... Não tava esperando isso. — Ela brincou, entrando na casa com ele.
— Ai! Essa doeu! — Eduardo riu da brincadeira, vendo a expressão divertida dela. — E então, eu sei que você veio aqui um dia, mas nem parou pra ver a casa direito... Quer um tour?
— É claro! — Ela sorriu, mostrando suas covinhas charmosas.
Após andar pelos cômodos não muito espaçosos, Monique pareceu se lembrar de algo. Ela parecia procurar algo em seus bolsos enquanto tateava a própria roupa.
— Ai, eu precisava falar com a Mi! — Bufou, passando a mão pelos cabelos. — Cadê meu celular?
— Eu não lembrei de pegar ele. Mas tudo bem, eu já mandei uma mensagem pra ela.
— Ai, que bom! — Suspirou, aliviada.
— Mandei uma mensagem quando a gente tava no pronto-socorro e outra agora pouco, assim que chegamos. — Eduardo respondeu, aproximando-se, entregando seu celular nas mãos dela. — Mas caso queira, pode usar meu celular, pra ligar pra ela ou entrar nas suas redes sociais.
— Você é perfeito. — Ela segurou o aparelho, sentindo-se feliz pela confiança que ele depositava em si.
— Se precisar de qualquer coisa me fala, tá? — Eduardo declarou, agora segurando nas laterais do rosto da moça, apertando suas bochechas e a aproximando para um beijo.
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Indigente [COMPLETA]
RomanceEm meio à olhares tortos de reprovação vindo dos clientes, apenas um olhar era de compaixão quando um andarilho adentrou uma lanchonete no centro da cidade. Carlos parou de comer ao ver o pobre homem chegando, sentindo seu peito apertar ao vê-lo lar...