Capítulo 56 — Sociedade.
Quarta-feira, 26 de outubro.
Carlos se levantava de manhã e vestia o robe do hotel. Encontrou-se com o seu artista saindo do banheiro e recebeu um beijo, ouvindo-o dizer:
— Bom dia, dormiu bem?
— Como um bebê. — O instrutor riu baixinho e retribuiu o beijo. — E você?
— Melhor impossível. Quer ir tomar café?
— Vou só me arrumar e aí já vamos.
Carlos terminou de ficar pronto, vestindo as roupas que Fernando tinha escolhido para ele. Nem sabia como o namorado poderia lhe conhecer tão bem, fazendo suas malas com tudo o que ele realmente usava e precisava.
— Tô pronto. — O instrutor afirmou, pegando seu celular no mesmo momento em que ele começava a tocar. — Espera um pouco, Nando. O Edu tá me ligando.
— Tudo bem, pode atender. — O artista sentou-se no sofá do quarto para esperá-lo.
— Alô? — Carlos aceitou a chamada, colocando-a no viva-voz.
— E aí, cara? Quer ouvir a novidade? — Eduardo falou, empolgado.
— É claro que sim! Você falou com o Samuel? — O instrutor falava ao celular enquanto andava, agora parando para se sentar ao lado do namorado.
— Ele aceitou nossas condições. É isso, a academia é nossa. — Eduardo falou, fazendo o coração do amigo acelerar.
— É sério?! — Carlos se empolgou, vendo que o namorado abria um sorriso ao ouvir aquilo.
— Ele vai segurar o primeiro aluguel pra gente poder dar entrada nos equipamentos e deixar as coisas prontas pra gente poder abrir. — O amigo explicou pela chamada, curioso para saber qual seria a expressão do outro agora.
— Eu nem acredito, nossa... — Carlos passou a mão pelos cabelos.
— Eu tô indo pegar a chave com ele e mais tarde a gente pode ir pra lá, o que acha?
— Já tá combinado. — O instrutor riu de animação.
— Parabéns, sócio. — Eduardo falou, em tom brincalhão. — Manda um abraço pro Fernando por mim.
— Ele tá aqui do lado. Fala "oi", Nando. — Carlos estendeu o celular para o namorado.
— Oi! — O artista disse. — Meus parabéns!
— Valeu! — Eduardo riu baixinho. — Te vejo mais tarde, hein!
— Até mais! — Fernando falou, feliz pelos dois.
Carlos terminou a chamada após alguns segundos e ainda olhava para o celular, completamente surpreso.
— É, agora não tem mais volta! — Riu empolgado.
— Eu tenho muito orgulho de você. — Fernando aproximou-se do instrutor, beijando-o na testa. — Parabéns, amor.
Carlos sentiu seus lábios tremerem ao abrir um sorriso emocionado e o abraçou com força, desengonçado por estar no sofá.
— E eu queria te falar uma coisa. — O artista interrompeu o abraço para olhar para ele.
— O que, Nando?
— Você se lembra de que te disse ontem que eu paguei todas as nossas contas?
— Sim. Mesmo você não precisando, porque eu já te disse que ia fazer isso quando recebesse a rescisão do contrato. — Carlos torceu o canto do lábio.
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Indigente [COMPLETA]
RomansaEm meio à olhares tortos de reprovação vindo dos clientes, apenas um olhar era de compaixão quando um andarilho adentrou uma lanchonete no centro da cidade. Carlos parou de comer ao ver o pobre homem chegando, sentindo seu peito apertar ao vê-lo lar...