Capítulo 52 — Convite. [RETA FINAL]
— Olha só, eu não sei o que te disseram... — Marcela afirmou, aparentemente preocupada com todas as caretas que recebia.
— E eu não quero ter que te explicar. Eu só espero que você possa respeitar a mim e ao meu namorado, mesmo que você seja essa tremenda homofóbica. — Carlos falou, soando determinado e hostil, o que definitivamente chocou os amigos.
— Mas o que você tá... Eu não entendo... — A professora gaguejava preocupada e os olhares tortos não ajudavam a se acalmar.
— Eu quero poder entender! — Marcela insistiu, fazendo menção para se sentar em uma das cadeiras livres.
— Nem pensa em fazer isso. — Monique impediu a mulher de se sentar.
— Ninguém te quer aqui. — Eduardo reforçou, também olhando firmemente para a professora.
— Mas eu quero falar com o Carlos! Não quero ninguém o envenenando contra mim! — Ela continuou, colocando a mão no peito para realmente demonstrar que era inocente.
— Você ouviu Marcela. — Carlos permaneceu irredutível. — Você não é bem-vinda aqui.
♢♦♢
Sexta-feira, 21 de outubro.
Carlos conversava com Eduardo sobre os mais novos assuntos da academia, todos estavam cochichando pela notícia circulando sobre Marcela. A professora de zumba havia se demitido e nesse momento estava no escritório de Luís e Átila finalizando as formalidades.
Estavam curiosos para saber se ela cumpriria o aviso prévio, pois era como se finalmente todos soubessem dos escândalos relacionados a ela, pois os boatos espalharam-se rapidamente.
Eduardo comentava com Carlos do quão estranho era Marcela ter decidido sair, falando sobre sua atitude covarde, pois parecia que ela preferia ficar sem o emprego do que assumir seus erros e pedir desculpas.
Dessa maneira, levaram o expediente adiante, vendo que até alguns alunos estavam curiosos sobre o que todos os instrutores comentavam. A única pessoa que no momento parecia preocupar-se de verdade com a professora, era Roger.
Antes de saber que ela se demitiria, acreditava verdadeiramente que ela teria capacidade de se desculpar e assim se redimir, pois só depois de ver essa evolução poderia reatar a amizade que tinham. Mesmo assim, ainda sentia pena da situação em que ela se encontrava.
O professor de body combat aguardava ansiosamente a aparição de Marcela, esperando-a do lado de fora do escritório, sentado em um dos degraus da escada dali. Quando ouviu a porta se abrindo, levantou-se imediatamente, correndo até a amiga, que segurava pastas debaixo do braço.
— E então, Celita? — Roger colocou-se a caminhar ao seu lado, em ritmo acelerado como o dela.
Marcela continuava seu rumo com pressa, chegando nas escadas e descendo os degraus com a mesma velocidade, ignorando-o completamente, como se ele não estivesse ali.
— Ei, você tá brava comigo? — Ele insistiu, vendo-a encará-lo seriamente ao chegarem no andar inferior.
— O que você acha?! — Vociferou, olhando-o como se seus olhos pegassem fogo. — Você é um traíra!
— Ei, eu sei que posso ter tomado a frente em ter contado para eles, mas se eu não fizesse isso, você não faria.
— E agora, você tá feliz? O que você quer?!
— Poxa, Celita... Você sabe que eu estava bravo na hora, eu juro que eu não fiz por mal!
— Foda-se! Se você fez por bem ou por mal não importa, eu estou saindo daqui e hoje é a última vez que eu olho pra essa tua cara!
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Indigente [COMPLETA]
RomanceEm meio à olhares tortos de reprovação vindo dos clientes, apenas um olhar era de compaixão quando um andarilho adentrou uma lanchonete no centro da cidade. Carlos parou de comer ao ver o pobre homem chegando, sentindo seu peito apertar ao vê-lo lar...