Capítulo 25 — Presente.Eduardo sentia o peso da cabeça de Monique sobre seu peito, caindo em um sono gracioso como uma criança cansada de tanto brincar. Inevitavelmente a namorada se mexeu ao ouvir a porta de entrada se abrindo, com Michele aparecendo e notando que a amiga estava cochilando.
— Desculpa. — A amiga cochichou pelo barulho feito.
Monique abria os olhos lentamente, se movendo e olhando para o namorado e quem chegava.
— Eu acho que já vou. — Eduardo declarou, esfregando os ombros da namorada de mansinho.
— Mas eu tenho que te acompanhar até o portão... — Monique murmurou, ainda sonolenta.
— Não, por favor. Fica aqui no sofá, ou vai pra sua cama quentinha, não quero que perca o sono por mim. — Ele beijou a testa da dorminhoca.
— Certeza? — Indagou, completamente dengosa de sono.
— É claro que sim, fica aqui. — Respondeu, lhe dando um selinho sobre os lábios parados. — Até depois, princesa.
— Eu te acompanho. — Michele informou, mantendo a porta aberta.
Eduardo acomodou Monique no sofá e se levantou, pegando suas chaves e conferindo se havia pego todas as suas coisas antes de sair da casa. A moça o guiou para fora e ele parecia inquieto enquanto andava ao portão, até demonstrar que estava precisando dizer algo:
— Michele. Posso te perguntar uma coisa?
— É claro que sim. — Ela parou de andar, com o chaveiro em mãos.
— O Murilo é um cara legal? Quer dizer... O que você pensa dele? Pode ser sincera, eu não vou falar pra Mô. Eu só preciso saber... — Eduardo indagou, fazendo tantas pausas que poderia ver todas as interrogações que surgiam no rosto da outra.
— Eu acho ele um cara bacana. Quer dizer, até hoje nunca me destratou e sempre foi educado... Mas por que você pergunta isso? — Ela encarou-o atentamente, curiosa.
— Eu só acho que ele realmente não gostou de mim. — Eduardo coçou a nuca, não querendo revelar tudo o que ouviu. — E isso me preocupa porque eu sei que é importante que a gente tenha uma boa relação, pela Monique.
— É verdade. Ele é tudo pra Mô. — Michele concordou. — Ela já terminou com vários caras antes pelo Murilo não ter ido com a cara deles.
— É isso que me preocupa... — O outro entortou o lábio, receoso. — Ele aparentemente tá fazendo a linha dura comigo.
— Mas não fica preocupado, com o tempo ele vai afrouxar mais as rédeas e vai parecer mais inofensivo. — Ela riu baixinho. — Fica tranquilo, vai dar tudo certo.
— É complicado. — O instrutor soltou o ar que prendia, suspirando.
— A gente poderia marcar um jantarzinho e chamar o Murilo. Meu namorado já conhece ele, então acho que seria legal reunir todo mundo. — Michele analisou a possibilidade. — O que acha? Pra todo mundo se conhecer melhor e as coisas ficarem mais leves...
— Cara, eu gosto dessa ideia. — Eduardo sorriu, começando a imaginar a situação. — Eu poderia fazer na minha casa.
— Caso precise de ajuda, pode contar comigo. — A outra sorriu, feliz por conseguir colaborar com ele.
— Valeu, Mi. Vou pensar em tudo e falo com você.
Eduardo despediu-se dela e manteve a ideia viva em sua mente. Não sabia bem como uma reunião poderia mudar tudo, mas se tivesse que insistir para que Murilo o conhecesse, assim o faria.
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Indigente [COMPLETA]
RomanceEm meio à olhares tortos de reprovação vindo dos clientes, apenas um olhar era de compaixão quando um andarilho adentrou uma lanchonete no centro da cidade. Carlos parou de comer ao ver o pobre homem chegando, sentindo seu peito apertar ao vê-lo lar...