Capítulo 45 — Reivindicando.
Monique avisou o namorado de que iria ao banheiro, deixando seu copo com ele e seguindo o caminho até o fundo do corredor, entrando pela porta do banheiro feminino e passando pelo pequeno hall com sofás de espera.
Ao chegar nas cabines, avistou quem menos queria entrar em contato; Marcela lavava as mãos e ao percebê-la ali, lançou um sorriso tendencioso em sua direção, como se estivesse pensando no que falar para perturbá-la mais uma vez.
Monique pensou então que não sairia dali, não fugiria e enfrentaria aquela mulher caso ela lhe provocasse. Deu alguns passos e ficou em frente ao espelho, colocando sua bolsa sobre a pia, abrindo-a e tirando dela o seu batom, iria retocá-lo.
— Oi, fofa. — Marcela cumprimentou-a, enquanto caminhava, prestes a sair do banheiro. — Toma cuidado, viu? Beber e se entupir de remédio pode ser fatal.
Antes que Monique pudesse dizer algo, a professora de zumba fechou a porta, sem olhar para trás, fazendo-a ranger os dentes pelo ódio. Mesmo assim, ela não queria que Marcela tirasse-a do sério como já havia feito outras vezes, sabia que essa era a intenção dela e não deixaria que ela saísse vitoriosa.
Era difícil vencer os próprios sentimentos mesmo agora tomando os remédios corretamente. E ouvir aquele tipo de comentário, vindo de alguém completamente sem bom senso, era de causar o pior tipo de desejo possível, seus pensamentos em relação à professora de zumba não eram nada bonitos.
Monique respirou fundo e tentou esvaziar sua mente, como se nada tivesse acontecido ali. Por mais que aquele único comentário de Marcela fosse o suficiente para os seus olhos lacrimejarem de nervosismo, queria agir com elegância, como a dama que era.
Então assim, antes de retirar-se, usou uma das cabines livres e lavou as mãos; colocou a alça da bolsa no ombro e saiu do banheiro. Já podia ouvir a música alta ao passar pela porta, voltando para onde Eduardo estava.
Caminhou conforme as pessoas davam-lhe espaço, andando devagar no meio da multidão, recebendo um beijo do namorado ao chegar, com ele logo anunciando:
— Mô, tomei a liberdade e pedi mais uma bebida pra gente, uma batida de morango sem álcool.
— Parece uma delícia. — Ela abriu um sorriso.
— Ah, sabe quem veio falar comigo agora mesmo? — Eduardo deixou-a curiosa, antes de revelar. — A Marcela.
— O que ela queria? — Ergueu uma das sobrancelhas, desfazendo o sorriso.
— Ela falou que trombou com você no banheiro e te elogiou, também disse coisas que eu apenas concordo... Como eu ter sorte de ter um mulherão desses ao meu lado. — Ele falou, aparentemente orgulhoso dos elogios dados pela amiga de trabalho, não sabendo o quanto eles deixavam a namorada enfurecida.
— Ela disse isso mesmo? — Interrogou, ainda duvidosa.
— Sim, achei bem gentil da parte dela, principalmente depois daquele mal entendido que vocês tiveram, isso mostra que ela realmente melhorou e pensou sobre o que fez.
— Que falsa... — Murmurou, apertando os punhos.
— Oi, Mô? Não ouvi. — Ele afirmou, aproximando-se dela, por conta do som alto.
— Eu só disse "nossa", porque isso me surpreendeu. — Ela respondeu, tentando disfarçar a indignação.
Entendeu no mesmo momento o que Marcela estava planejando. Por mais que a professora de zumba poderia não estar compactuando para que Eduardo alegasse que a namorada estava ficando histérica em relação a doce pessoa que ela era, Monique não poderia descartar essa possibilidade.
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Indigente [COMPLETA]
RomanceEm meio à olhares tortos de reprovação vindo dos clientes, apenas um olhar era de compaixão quando um andarilho adentrou uma lanchonete no centro da cidade. Carlos parou de comer ao ver o pobre homem chegando, sentindo seu peito apertar ao vê-lo lar...