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Taehyung finalmente reunira coragem o suficiente para continuar sua missão de onde tinha parado, mas isso só depois de ver Yoongi subir as escadas do prédio de Hoseok e não sair de lá pelas horas seguintes.
Na solidão dos dias confinado à própria mente, pensou na forma como abordou Hoseok, como impôs uma obrigação que não lhe cabia, mesmo sendo seu chrysa. O jeito como o corpo dele recuou ao seu toque, mesmo que os olhos o chamassem, sempre fazia com que Taehyung se contorcesse com nojo de si mesmo. Havia se deixado levar pelos instintos e sabia que tinha desrespeitado o espaço dele. Queria apenas uma chance para demonstrar que se arrependia, que só queria ficar por perto e garantir sua segurança. E não era apenas porque ele carregava seu sangue de ouro.
Acompanhando-o nas sombras do trabalho para casa, de casa para a faculdade e, quando lá, entre os prédios, Taehyung notou centenas de pequenas manias que o faziam sorrir sozinho enquanto o observava. Porque Yoongi tinha razão, ele se manteve por perto. E de perto pôde ver como Hoseok era vivo.
Não era apenas uma característica que ele havia aceitado, Hoseok não passava pela vida como a maioria dos mortais, ele não parecia ter se conformado com a inevitabilidade do fim de sua finita existência. Ele tinha aquela energia em tudo que fazia que parecia transformar cada pequena atividade em um grande evento. Ele apreciava as pequenas coisas como alguém que já tinha entendido que elas eram as mais importantes. E Taehyung presenciou cada detalhe que o fazia ter essas certezas.
Hoseok tinha mania de andar de fone quase constantemente, mas sempre que sentava em algum dos jardins da faculdade, ele os tirava dos ouvidos por um momento, fechava os olhos e inclinava a cabeça para trás até que o sol deslizasse seus raios por toda a linha de seu rosto e pescoço. Então sorria, como se agradecesse ao sol por tocá-lo tão gentilmente. O vento parecia bem-vindo ao bagunçar seus cabelos e ele suspirava, colocava os fones de volta e puxava um livro ou um caderno de dentro da mochila para continuar os estudos, ainda com o sorriso preso no canto dos lábios.
Quando conversava com alguém, especialmente com Jimin, Hoseok não parecia capaz de se distrair. Ele tinha olhos concentrados em cada palavra e gesto do amigo, concordando ou negando com a cabeça, as sobrancelhas e os lábios franzindo e arqueando ao expressar suas reações mais genuínas. Ele tocava Jimin sempre que ia começar a falar, como se pedisse permissão para interrompê-lo, e não parecia ter ressalvas em ser tocado de volta.
E tinha aquele jeito dele gargalhar.
Era como se Hoseok prendesse todos os raios de sol que o haviam tocado nos jardins e então os liberasse de uma só vez ao repuxar os lábios para cima, empurrando a maçã marcada do rosto na direção dos olhos, que se fechavam quase completamente para mostrar o sorriso tão grande quanto a fraqueza de Taehyung ao observá-lo daquele jeito. Se pudesse, engarrafaria o som da risada de Hoseok e tomaria do conteúdo sempre que se sentisse desesperançoso, pois era isso que ela emanava: esperança. Hoseok era cheio de vida como se fosse a própria vida, e de fato ele era. Havia abraçado a bênção de estar no mundo, vivendo exatamente como vivia, e amando cada segundo. Até mesmo os difíceis.
Se isso não fosse o suficiente para conquistar alguém, Taehyung não sabia o que mais seria. Ele era a pessoa mais genuína que já tinha visto, uma alma pura e um coração bondoso que não pensava existirem no mundo, pelo menos não combinados na mesma pessoa. Sentia que se ele o permitisse se aproximar, Taehyung nunca mais deixaria de cair. Hoseok era infinito e quanto mais perto Taehyung chegava, mais longe o fundo ficava e menos Taehyung se importava. Cairia eternamente por ele.
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CHRYSA: Além do Sangue | taeyoonseok
FanfictionEm uma sociedade onde a existência de lobisomens e vampiros é conhecida e temida, dois clãs abertamente declarados arqui-inimigos se veem às portas de uma guerra quando desaparecimentos e assassinatos começam a vir à tona. No meio tempo, romances pr...