δεκαεννέα

957 123 18
                                    

Oi pessoinhas ><

Chrysa bateu 1k de visualizações lá no spirit e eu quis vir com essa att como forma de agradecer ao carinho e atenção que ela tem recebido :3

Queria que fosse um cap mais legalzinho, mas td bem kk espero que aproveitem a leitura msm assim ^^

Boa leitura e não deixem de votar e comentar! É isso que faz essa bebezinha crescer ~

Alguns meses sem adentrar a densidade verde da floresta não tinham sido o suficiente para que Jimin se esquecesse as trilhas quase invisíveis que deveria seguir para achar a vila dos lobos. Era quase impossível que mortais perdidos ou desavisados a encontrassem e não era apenas culpa da cortina de folhas fechadas que a floresta apresentava como uma barreira natural, Sejun havia contado sobre marcas antigas e uma magia além do entendimento que confundia o sentido dos homens que se aproximavam demais dos lobisomens, sendo sempre guiados para outra direção. Era trabalho de uma maga, ele havia dito, mesmo que Jimin duvidasse da existência de tal mito.

Riu sozinho da própria hipocrisia, afinal estava indo na direção de uma alcateia de lobisomens para fazer o que já deveria ter feito há muito tempo, em partes por causa de um vampiro que ainda não tinha aceitado suas desculpas.

Jimin recostou o corpo contra uma árvore de casca úmida e macia, fechando os olhos enquanto recuperava o fôlego. O tempo em repouso e o cuidado diligente de Hoseok em alimentá-lo havia devolvido um pouco da cor às bochechas e a força aos músculos, mas seu corpo ainda reclamava de uma fraqueza desgastante que o impedia de realizar esforços demais. A caminhada até a vila, além de uma necessidade, também era um teste de resistência e pensar que talvez a condição atual de seu corpo o impedisse de fazer o que mais amava...

Os dedos apertaram a trouxinha de seda rosa quando ele respirou fundo e voltou a caminhar, prometendo a si mesmo que não sofreria em antecedência. Carregava na mão o amuleto que o impedia de se perder do caminho que precisava seguir, um presente de Sejun quando imprudentemente o procurara depois de ser resgatado, atraído pela descoberta de um mundo novo, atraído pelo perigo. Jimin ainda se estapeava por ser tão fútil, por se atrair pelos clichês, mas não conseguia se odiar completamente pelas curvas do passado: de um jeito ou outro, foram elas que o levaram a Jungkook e não conseguia se ver abrindo mão da presença dele em sua vida.

Pensar no vampiro ainda enviava uma estranha onda de dor que começava em seu peito, rachava seu coração e precipitava, densa e espinhosa, em suas veias. Era saudade e remorso, um medo que o consumia com a possibilidade de ele não aceitá-lo de volta que só era superado por sua determinação em fazê-lo. Sentiu a seda deslizar quando escorregou os dedos pelas pedrinhas que haviam dentro e limpou o suor que formava gotas em seu queixo, afastando galhos baixos e grossos de folhas que serviam como última defesa à entrada da vila.

O frescor do vento correndo livre pelo vale abaixo fez Jimin sentir que flutuava, os pés dando um passo trôpego para trás quando se deixou levar pela brisa e o cheiro marcante da terra molhada.

O cheiro dos lobos.

Uma trilha arejada de terra fina o guiava na direção das construções que já conseguia ver no horizonte, pequenas casas de madeira pontuadas com suas próprias personalidades: uma rede pendurada na varanda, uma janela pintada de laranja, um violão sendo tocado por dedos jovens. Havia beleza na simplicidade que eles escolhiam viver, harmonia no senso de família tão forte que parecia pulsar e brilhar como o coração de uma estrela. Jimin fingiu não ver os olhares que recebeu ao passar pelas casas, mas quase conseguia escutar os pensamentos.

O humano, o intruso.

A puta de Sejun.

Fechou os olhos e trincou o maxilar quase com tanta força quanto apertou a mão num punho severo ao redor da bolsinha rosa, lembrando-se de colocá-la no bolso antes de chegar à mansão. Reconheceu os lobisomens grandes que guardavam a porta e foi reconhecido quando eles o deixaram passar. A mansão ainda cheirava exatamente como se lembrava: terra molhada e madeira, o cheiro de Sejun. Nenhum outro se destacava tanto quanto o do líder e Jimin caminhou sem pressa pelos corredores, analisando cada quadro e móvel, lembrando de quando associava aquele cheiro e aquela visão a segurança, a um refúgio.

CHRYSA: Além do Sangue | taeyoonseokOnde histórias criam vida. Descubra agora