CHRYSA: Além do Sangue | taeyoonseok

ένας

Oi pessoinhas ><

To animada em começar a postar essa nenê, tava ansiosa pra compartilhar :3

Chrysa (PASMEM) não tinha um ship central até o terceiro cap shuehsue então esses dois primeiros são bem introdutórios antes do caminho começar a criar forma. Espero que seja legal de ler msm assim ~

boa leitura, perdoem os errinhos e até lá embaixo!

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A grande praça central da cidade de Aima era iluminada por postes amarelados parcialmente encobertos pela névoa que se desprendia da noite, ofuscando suas projeções numa misteriosa junção de luz e fumaça. A fonte de pedra, orgulho dos cidadãos por sua beleza singular angariar turistas curiosos, jorrava água azul cristalina de jarros de pedra segurados por ninfas esbeltas. Algumas delas também choravam a água da fonte e Yoongi sorriu enviesado ao notar, não pela primeira vez, o apreço da humanidade pelo catastrófico. A melancolia, a tristeza e o desespero eram sentimentos com os quais todos poderiam se identificar e representar isso no maior marco da cidade era, de certa forma, um reflexo de seus moradores.

Deixando a fonte de pedra para trás, ele caminhou com os dedos escondidos pelos bolsos do sobretudo. Ouviu o ranger das janelas se fechando e notou a pressa de dedos jovens alcançando portões de ferro fundidos com prata para fechá-los e riu mais uma vez. O toque de recolher de Aima não era exatamente uma regra, mas uma tradição não dita para que as pessoas pudessem manter sua segurança. Para além dos limites da cidade, perdidos e escondidos pela densa floresta de Bruma, criaturas aterrorizantes saíam para caçar depois que o sol era engolido pelas colinas e qualquer um que se arriscasse para fora de suas casas depois do entardecer sabia que caminhava com um alvo nas costas.

Não havia políticas que assegurassem suas vidas, os demônios eram imprevisíveis e imparáveis. E mesmo que medidas de contenção fossem tomadas, eles só precisavam superá-las ou esperar até a próxima geração para voltar a atacar. Humanos não eram dotados da bênção da imortalidade e muitas vezes esqueciam os erros de seus próprios antepassados. Ainda assim, os moradores de Aima mantinham uma segura distância da floresta de Bruma e seguiam criteriosamente a regra não dita do toque de recolher ao final do dia.

Bom, quase todos seguiam.

Yoongi umedeceu os lábios ao olhar para o segurança do lado de fora do estabelecimento com o costumeiro aparelho digital em mãos, a fachada preta era fechada, escondendo o que quer que acontecesse do lado de dentro de olhos despreparados. O segurança não precisou olhar duas vezes para fazer uma mesura e pressionar para baixo a barra de segurança das portas duplas pesadas, empurrando uma delas com apenas uma mão enquanto Yoongi passava para o lado de dentro. Com o som da porta fechando às suas costas, ele fechou os olhos ao inspirar a atmosfera da Doce Pecado. Era doce, realmente. Uma mistura quase enjoativa de álcool, sexo e sangue. Vez ou outra ele era capaz de captar traços metálicos e quase amargos das drogas consumidas entre as paredes pintadas de vermelho, mas os ignorava assim como fazia com todos os ocupantes da casa noturna. Era abafado do lado de dentro, o tipo de calor característico de corpos humanos reunidos em um espaço fechado.

O sobretudo foi levado por uma mulher em poucas roupas, os olhos pintados em uma maquiagem elaborada de preto e prata, os lábios cobertos de batom marrom. Ela o olhou com desejo e ansiedade, mas Yoongi a dispensou com um simples gesto de mão, caminhando até o balcão do bar. As mesas já estavam parcialmente ocupadas, mesmo que o sol mal tivesse acabado de se pôr. Ele podia ouvir os murmúrios de conversas cheias de intenções entre as poltronas escuras, mãos que alcançavam peles expostas de homens e mulheres quase ensandecidos para serem tomados. Yoongi também os ignorou antes de cumprimentar o barman com um aceno curto de cabeça, recebendo o copo gordo de conhaque menos de um minuto depois. Ele encarou a bebida âmbar e a rodopiou uma vez pelas paredes de vidro antes de levar os lábios, sentindo a textura do álcool e a uva pontual do destilado. Soltou o ar e passou os olhos pelos ocupantes da bancada, sem encontrar quem procurava.