έντεκα

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Boa leitura! O votinho e comentário de vcs conta mt ~

Apesar de temida, a floresta de Bruma escondia encantos que olhos humanos quase nunca se aventuravam em encontrar. Existiam colônias esporádicas de vaga-lumes que faziam parecer que as estrelas haviam descido à Terra, girando inocentemente entre os corpos dos transeuntes noturnos como em uma dança coreografada. Flores cujas cores beiravam ao neon e só desabrochavam após o pôr-do-sol eram vistas ao sopé das árvores e seus aromas frescos e silvestres traziam leveza à brisa marítima.

Namjoon conhecia cada um desses detalhes, já havia colhido flores roxas e amarelas em gestos genuínos e românticos para presentear alguém e levado um homem em especial para uma caminhada noturna entre os vaga-lumes. Era impossível não sorrir quando lembrava do semblante encantado de Seokjin, da forma como ele esticou os dedos na direção dos insetos e riu quando conseguiu tocá-los e sentiu nervoso. Impossível não sentir saudade quando o peito falhava em reprimir a lembrança de um lençol estendido entre as flores e dois pares de olhos admirando o céu puro de Aima, antes de admirarem um ao outro até que o unir dos corpos fosse inevitável.

A caverna onde precisava entrar ficava no ponto exato onde, eras atrás, a faixa de terra que ligava Skoteinos à Grécia havia se rompido. Era uma elevação branda de terreno rochoso e amarelado que brilhava lindamente sob o sol das tardes veranis, uma visão da qual Namjoon quase nunca desfrutou. Seus pés não mostravam sinais do cansaço de uma viagem feita por quase vinte e quatro horas corridas, apenas o guiavam em movimentos automáticos até a abertura suave e irregular onde a mais antiga das criaturas daquela ilha morava.

Quando Namjoon deu o primeiro passo para dentro, pôde sentir o cheiro doce de flor impregnar o ar, assim como foi banhado pela luz calorosa de tochas acesas por toda a extensão das paredes rochosas. Ele sorriu quando ouviu um cantarolar baixinho seguido do som abafado de passos descalços que saltitavam de um lado para o outro. O maior poder daquela mulher, Namjoon pensava, era sempre conseguir manter o bom humor.

- Eu estou ouvindo certo? É o meu Namu que finalmente decidiu me visitar?

Vestida numa túnica vinho e gasta, reformulda para lhe tampar os seios e descer como uma saia, os cabelos pretos sempre parcialmente trançados e a pele no suave tom acobreado mesmo que não pegasse sol, a mulher girou o corpo delicado e esbelto na direção do vampiro. Era de uma beleza mística e incomum, os olhos leitosos e opacos não conseguiam amedrontar uma reles mosca quando os lábios cheios se abriam no sorriso doce.

Os outros a chamavam de Velha Maga. Já Namjoon preferia dizer:

- Oi, Mãe.

Ela sorriu e com movimentos deslizantes que sempre remeteriam Namjoon à contos de fadas, ela se aproximou com os pulsos lotados de pulseiras de ouro, tocando ambos os lados de seu rosto com carinho.

- Meu menino - murmurou, mas antes que o sorriso de Namjoon se propagasse, ele franziu o cenho ao senti-la beliscar suas bochechas - Por que demorou tanto para voltar, Kim Namjoon?

Resmungando, ele afastou o rosto da repreensão dos dedos afiados e quase riu quando a viu colocar as mãos na cintura.

- Sinto muito. As coisas têm andado meio complicadas em Aima.

Ela suspirou, girando o corpo de volta aos panos e almofadas espalhadas pelo chão cavernoso. Sentada, ela serviu duas canecas de barro com um chá de aroma delicado e calmante, esperando que Namjoon se servisse primeiro antes de pegar a própria caneca, erguê-la em uma saudação simplória e experimentar o conteúdo. Fora o álcool, aquela era a única bebida que descia prazerosamente pela garganta do vampiro, à exceção do sangue.

CHRYSA: Além do Sangue | taeyoonseokOnde histórias criam vida. Descubra agora