CHRYSA: Além do Sangue | taeyoonseok

πέντε

Oi pessoinhas ><
Alguém aí animado pra quinta parte dessa história?
Ainda nao tem taeyoonseok, mas espero que o momento sope deixe vcs alimentades até o próximo ONDE EU PROMETO QUE O TAE CHEGA DE VEZ - na vida do hobito pelo menos rs
Boa leitura e deixa um votinho e um comentário se puderem, é o maior incentivo pruma autora :3

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Apesar dos costumes quase arcaicos e do isolamento parcial do restante da sociedade, a alcateia não tinha nenhuma tradição quanto à partida de um de seus lobos em missão. Era algo rotineiro e necessário, como um dia a mais de serviço. Ainda assim, Subin sempre estava lá quando Taehyung precisava deixar a segurança da vila, assim como Taehyung estava para ele nos raríssimos momentos em que o contrário acontecia. Sob o sol ainda fraco da manhã, Taehyung se despia em frente ao melhor amigo, que o observava em silêncio numa familiaridade confortável.

Já tinham visto muito além da nudez um do outro, não era nada para se fazer grande caso sobre.

Taehyung sabia que alguns lobos viajavam com as roupas amarradas nos calcanhares ou em trouxas que transpassavam o peito – a imagem de um lobo correndo por aí de mochila sempre o fazia rir. Mas ele preferia correr livre, sem nada que restringisse seus movimentos ou velocidade. Por isso tinha pontos estratégicos espalhados por todas as cidades da ilha onde enterrara pertences que acreditava serem necessários para suas estadias longe da vila: mudas de roupas limpas, algum dinheiro e telefones descartáveis. Não era nenhum amante da tecnologia, de qualquer forma.

Despia-se da cueca quando notou o olhar preocupado de Subin por seu corpo, erguendo-se para dobrar a última peça de roupa, as quais ele levaria de volta para casa quando se fosse.

– Estou tão fora de forma assim para me olhar desse jeito? – alfinetou e Subin suspirou, sem clima para entrar nas brincadeiras tão rotineiras entre eles.

A verdade era que tinha sentido o mesmo que Taehyung, que aquela jornada era apenas o primeiro passo em direção a uma catástrofe inevitável. Estava aterrorizado, mas o medo não era por ele. Segurou o olhar de Taehyung com o seu antes de falar.

– Me prometa que não vai tomar nenhuma decisão imprudente – pediu e Taehyung sorriu ladino, quase cafajeste.

– Sabe que não posso prometer isso.

– Taehyung – a repreensão foi feita na voz séria de Subin, aquela que ele quase nunca usava e fazia Taehyung se recompor em um instante, como um cachorrinho com o rabo entre as pernas – Prometa para mim que não vai tomar nenhuma decisão imprudente e que vai voltar para a alcateia se o problema for grande demais para resolver.

Taehyung viu a apreensão nos olhos que conhecia tão bem quanto os próprios e seu coração se apertou. De todas as coisas, detestava especialmente ficar longe de Subin. Sabia que ele mataria uma ameaça com uma pata amarrada nas costas se fosse preciso, mas odiava o olhar de desamparo que adquiria depois, uma culpa pesada de quem não tinha nascido para ser um assassino. Preferia lutar suas batalhas e as dele, acostumado a protegê-lo como se ele carregasse não apenas o próprio coração, mas o seu também. Se aproximou um passo, os olhos de Subin ainda nos seus, mesmo que o lábio inferior tremesse ligeiramente.

– Eu prometo não tomar nenhuma decisão imprudente – falou e Subin assentiu antes de desviar o olhar, o bolor na garganta quase impossível de suportar. Taehyung sorriu pequeno – Ei – chamou, ganhando os olhos nos seus mais uma vez – Eu vou ficar bem.

Subin soltou o ar, Taehyung não tinha certeza se realmente aliviado, mas pareceu escolher acreditar em suas palavras. A despedida chegou de forma inevitável e se aproximaram um passo em mais uma tradição só deles: a mão de Subin o agarrou pela nuca e eles se tocaram com as testas. De olhos fechados, podiam jurar que trocavam e compartilhavam energia entre os corpos tão próximos e era isso que dava forças para que Taehyung corresse milhares de quilômetros se preciso fosse e voltasse no mesmo passo para Subin.