Assim com o corsa deseja as águas do ribeirão, assim também eu quero estar na tua presença, ó Deus! Salmos 42;1
Olivia Mendez, uma jovem de 19 anos, que mora no estado de São Paulo. Ela tenta conciliar sua vida material, junto com a sua vida espirit...
Enquanto eu e a Thalia dançamos, no momento de adoração, através do louvor que a Tânia ministra. Meus olhos estão brevemente fechados e eu conseguia sentir meus passos em cada movimento. É como se a presença de Deus se movia por toda parte do meu corpo.
Por um instante, meu coração acelera, tanto que eu conseguia ouvir seus batimentos em alto-bom som. Ouve-se um sussurro suave em meu ouvido: "olhe ao redor". Paro de dançar e deixo apenas a Thalia, observo em volta, vejo pessoas com mãos levantadas adorando ao Senhor com todo o seu ser.
Começo a andar pelo corredor e sinto um aperto em meu peito quando passo por um determinado banco. Paro e me viro, vendo nele um menino ali.
Ele está sentado no banco com a cabeça baixa. Por um tempo, meu coração se contorce por dor e aflição.
Muitas das vezes somos levados para ir em pessoas, guiadas pelo próprio Auxiliador, o Espírito Santo. Quando isso acontece, somos administrados e orientados por ele. Por isso, devemos estar sempre ligados no culto e onde estivemos para sabermos se devemos ir ou não, ou se são apenas vozes da nossa cabeça. Mas reconheço essa voz que estou ouvindo.
Sinto que deveria abraçar esse garoto que está sentando no banco. Eu conheço? Não, e acredito que nunca o vi por aqui.
Talvez não o veja novamente, mas sinto que devo abraçar-lhe e suponho que o mesmo precise disso, mas não do meu abraço, mas do próprio acolhimento de Cristo.
Toco em seu ombro levemente e com receio. O rapaz levantou a cabeça e pode vê-lo, não tão bem, ao estar um pouco escuro o ambiente... mas consegui enxergar seus olhos verdes. Por que sinto que esses olhos são tão familiares para mim?
- Posso te dar um abraço? - minha voz saiu tão baixa, como sussurro.
Achei que o menino não tinha me ouvido e com certeza ia recusar por eu ser uma estranha, deve estar achando que sou uma louca, sei lá. Mas aconteceu algo completamente ao contrário da minha concepção... o jovem, o dono dos olhos verdes, concordou balançando a cabeça como um "sim" e se levantou logo em seguida.
No exato momento em que lhe dou o abraço, senti algo diferenciado que não consigo explicar. Sinto os seus braços envolvendo a minha coluna. Meu coração acelerou mais do que já estava acelerado.
Logo ouvi um choramingar e sabia que o rapaz está chorando, pois sinto suas lágrimas molhando minha camisa. Não me importei, apenas o abraço mais forte, e depois não consigo me segurar e começo a chorar também.
Eu não disse nada. O moço em silêncio está e não queria também ouvir algo de mim, apenas precisava de um abraço, e há muito tempo já.
Seu coração bate na mesma sintonia do que o meu...
E percebi que compartilhamos algo juntos: a presença do Senhor ali.
Logo depois de um tempinho, se afastamos, seus olhos verdes me observam em uma completa quietude. Ele abre o sorriso mais bonito que já vi em toda minha vida.
- Obrigado. - agradece baixo. Eu apenas sorri, sentindo meu coração quentinho.
Enquanto ando pelo corredor voltando para dançar, acabo olhando para trás e, por incrível que pareça... ele, o carinha dos olhos verdes. Me observava.
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