- Pipoca pronta!. - Falo me jogando no sofá ao lado da minha mãe. Estávamos tendo um dia nosso, era para ser junto com o Gustav também, mas ele tinha ido "conversar" com a minha melhor amiga.
- Como foi o trabalho hoje?. - Minha mãe pergunta enquanto um filme rolava na televisão.
- Foi tranquilo... - Falo olhando para televisão.
- Então, você e a Lilian...
- O que que tem?. - Interrompi ela antes de terminar e ela me olhou.
- Olivia você não é assim. - Ela diz me olhando e eu me viro olhando para frente.
- Eu não sei o que a senhora está falando mãe. - Falo comendo mais pipoca.
- Sua melhor amiga me ligou super chateada porque a senhorita tratou ela mal. - Minha mãe diz e eu apenas a ignoro. - Olivia, você e a Lilian são melhores amigas à anos, desde criança. Vocês cresceram juntas, acompanharam uma outra e passaram por muita coisa. Sabe como ela ficou mal sobre o que houve com o Gustav e não gostou de saber que seu irmão está querendo conversa com ela para resolver as coisas? Sendo que você sabe como a amizade deles era importante para ela. - Maria terminar de falar e mudo o semblante e me viro olhando para ela.
- Quando eu notei, já estava fazendo mãe. - Falo realmente arrependida. Eu fiquei brava por ela não ter me contado sobre essa conversa com meu irmão, sendo que ela nem toca nesse assunto comigo e também não gostei muito da aproximação deles dois, mas não tinha direito de falar com ela daquela forma. - Acho que é muita coisa acontecendo. A morte do papai, o fim do relacionamento do Gustav é muita coisa acontecendo ao mesmo tempo...- Digo olhando para ela.
- Eu entendo minha filha é muita coisa acontecendo na sua cabeça, mas não deve jogar sua dores em cima de pessoas que não tem a ver com isso. Eu e o seu pai sempre conversamos isso com você. - Ela diz e seu semblante fica triste.
- Eu sei mãe... É só que esse dois meses sem o papai tem sido muito difíceis. - Falo olhando para que ela me observava.
- Apenas isso?. - Ela pergunta me olhando e eu apenas olhei para minha mãos.
- Sei lá mãe.. está tudo confusa, eu acho que senti medo... - Continuou olhando para minhas mãos. - Medo da Lilian e Gustav virarem melhores amigos de novo e me deixaram para trás como faziam antes. - Olho para ela.
- Por que não contou o que sentia para eles?. - Minha pergunta me olhando e eu sorrio fraco.
- Lilian nunca me ouviu mãe, eu falava para ela as coisas que me machucavam que ela fazia, ela dizia que ia mudar mas nunca mudava, era como se ela não quisesse mudar. - Olho para minha mãe. - Ela mudou bastante com o tempo, acho que foi as orações que fiz por ela. Lilian já me machucou muito mãe, pelo menos a antiga Lilian. - Sorrio fraco e minha mãe sorri pra mim juntando nossas mãos.
- Lilian é outra pessoa agora minha filha, como você disse. Vocês se conhecem desde de criança, tinham mentalidades totalmente diferentes das que tem agora. - Ela diz me olhando e eu concordei. - Além do mais que ela te machucou muito, mas será que você não fez o mesmo também?. - Maria pergunta me olhando e eu olho pra ela. - Deveria dizer para Lilian como se sente, não guardar tudo para você. E pedir desculpas, sua dor não justifica a forma que você trata as pessoa Olivia, lembre disso. - Minha mãe diz apertando meu queixo, logo depois voltando prestar atenção na televisão enquanto eu olhava para ela pensativa.
[.....]
Toco a campainha de novo, até que uma morena de cabelos cacheados abre a porta me olhando, seu semblante estava cansado, mas quando me vê abre um grande sorriso.
- Olivia minha filha, quanto tempo!. - Suzana diz me olhando sorrindo. - Entra!. - Ela diz me dando passagem.
Suzana era uma mulher linda, tinha os olhos castanhos, uma pele incrível, seus cabelos eram grandes e cacheados. Mas agora ela parecia mais magra e seu rosto estava cansando.
- Obrigada. - Digo passando e entrando naquele pequeno apartamento.
Lilian morava em um prédio perto da minha casa, duas ruas atrás. Era um simples apartamento já que moravam somente ela e sua mãe Suzana, mas a decoração dele era perfeita.
Paredes claras azul bebê, tinha uma cozinha americana em um canto, em um corredor vinha o quarto dela e da mãe dela e tinha uma sala bem na entrada, um lugar aconchegante.
- Quanto tempo não vem aqui. - Ela diz quando nos sentamos no sofá.
- Verdade, o tempo tem corrido muito. E a Lilian vai mais lá em casa do que eu venho aqui. - Sorriu e ela concordou.
- Fiquei sabendo sobre seu pai, Lilian me contou. - Seu semblante mudou. - Sinto muito minha querida, imagino sua dor. Você sabe que quando Lilian perdeu o pai era um bebê que nem se lembra dele, mas eu lembro e carrego essa dor até hoje. - Ela sorri fraco.
Lilian perdeu o pai quando era um bebê. Ele sofreu um grave acidente de carro e não suportou. Suzana sofreu muito e chegou até sair da igreja, ela era cristão e hoje dia não é mais, alguns longos anos.
- Imagino.. - Falo olhando para ela. - Como a senhora está?. - Pergunto à olhando.
- Eu vou indo minha filha, um passo de cada vez. Eu tenho ido em uma clínica e ando tendo bons resultados, pelo menos é isso que o médico disse. - Ela sorri e eu sorri.
- Fico feliz tia, de verdade. - Sorriu para ela.
A mãe da Lilian ela era viciada em drogas. Depois que o pai dela morreu e mãe saiu da igreja ela começou a usar vários tipos de drogas e foi se acabando, Lilian sofreu muito, eu sei que porque estava lá.
Essa foi a mesma época que ela ficou tóxica. Imagina para uma adolescente ver sua mãe tendo convulsões fortes por ser uma viciada.
- É, eu também. - Ela diz me olhando. - Continue orando por mim filha...
- Sempre Suzana, nem precisa pedir. - Falo colocando minha mão em cima da sua e ela sorriu.
- Mãe a senhora... - Lilian para de falar e olha pra mim, ela estava com uma toalha na cabeça e de pijama, ela sempre ficava assim em casa e também por conta do horário já que estava tarde. - O que você está fazendo aqui?. - Ela pergunta me olhando erguendo a sobrancelha.
- Vou dormir aqui hoje. - Mostro minha mochila e ela cruza os braços.
- E quem te convidou?. - Ela pergunta ignorante, como se isso me afetasse. Tentando esconder a chateação.
- Preciso de convites agora?. - Pergunto olhando para ela. - Preciso Suzana?. - Pergunto olhando para a mãe dela que intercala o olhar entre eu e ela.
- O que está rolando entre você duas?. - Ela pergunta apontando com dedo entre nós duas.
- Nada... - Me faço de inocente e a Lilian me fuzila com o olhar dela.
- Nada... - Ela repeti e eu rio de lado, fazendo ela ficar com mais ódio.
- Seja lá o que acontecendo vocês se resolvam de uma vez! Andem logo!. - Suzana diz expulsando a gente dá sala.
- Estou indo, estou indo. - Levanto do sofá e indo pro quarto de Lily enquanto a mesma me olhava incrédula.
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For a Wait I (REVISÃO)
SpiritualAssim com o corsa deseja as águas do ribeirão, assim também eu quero estar na tua presença, ó Deus! Salmos 42;1 Olivia Mendez, uma jovem de 19 anos, que mora no estado de São Paulo. Ela tenta conciliar sua vida material, junto com a sua vida espirit...