"Eu estou indo ai." Foi o que o Dimitri me mandou quando eu encaminhei uma foto do teste de gravidez positivo para o casal e para a clínica. No dia certo, um positivo era uma boa notícia. E melhor ainda saber que eu poderia ir a clínica que eles tem parceria em Missoula para fazer o teste de sangue para confirmar a gravidez ao invés de ir até lá na segunda-feira. Isso significa que não temos problemas suficientes para me fazer viajar por duas horas até a cidade deles. Eu só precisaria continuar usando o remédio pós-inseminação que a doutora Olendzki tinha me passado até o dia do primeiro ultrassom, daqui três semanas.
"A sua irmã está aqui." Foi tudo o que eu respondi para ele entender o que encontraria caso decidisse vir mesmo. Não que eu me importasse, mas eu queria vê-lo tentar explicar para ela por que viera na minha casa sem contar a verdade. Mais difícil ainda seriam eles – Adrian, Vika e Mason – acreditarem nessa mentira. Obviamente que o contrato de confidencialidade não era uma via de mão dupla. Ele servia apenas para mim. O casal poderia contar quando eles quisessem para quem eles quisessem.
"De novo?" Ele enviou. Mal sabia ele que esses dois não conseguem ficar uma semana sem vir até aqui. Quando não vinham, a maluca da Victoria até mandava mensagem perguntando se podia tomar um vinho conosco via chamada de vídeo. Essa garota é carente, só isso para explicar. Respondi com um emoji sorrindo. O que eu poderia falar? Sim, de novo? Pois é, como sempre?
A minha maior curiosidade foi em relação à Tasha. Eu tinha enviado o resultado do teste há mais de vinte minutos e apenas o Dimitri tinha comentado sobre. A clínica foi avisada à parte. O silêncio da mulher me deixou tentada a perguntar a Vika se ela sabia algo sobre a cunhada, mas eu não teria uma desculpa plausível do por que eu estava perguntando. Vi no Whatsapp que, na verdade, as minhas mensagens nem tinham sido recebidas no celular dela. Provavelmente, ele estaria desligado ou em modo avião. Tarde da noite assim, eu acho que ela devia estar no avião ou dormindo. Avião fazia muito mais sentido ou Dimitri teria dito um "estamos indo ai". Balancei a cabeça. Não adiantava nada eu pensar sobre qualquer coisa relacionada a eles. Não é problema meu. Não muito, contanto que eles não desistam dessa criança.
— Está no mundo da lua, Rose? – Adrian riu. Eu pisquei perdida no que eles estavam falando sobre.
— Estou perdida no mundo da minha cama. – Brinquei. Jamais poderia dizer a verdade a eles, mas espero que o casal o faça logo. Fica difícil mentir para esses dois quando eu os via semanalmente. Imagine como era mentir para o Mason, com quem eu morava junto? Mentir não, omitir. Nunca me perguntaram se eu estava grávida, se eu seria a barriga de aluguel dos Belikov. Não existe mentira para uma pergunta não feita. — Sobre o que vocês estavam falando?
— Sobre o almoço de um ano do casamento da Lissa. – Mason comentou mais gentil do que aqueles dois seriam capazes de ser. Eu estava exausta e ele sabia disso. Mas eu também sentia que ele sabia de algo mais.
— Ah, isso... – Sorri. — Ela estava me falando sobre esse almoço na semana passada, mas não deu muitos detalhes. Só disse que faria depois da segunda lua de mel deles. – Principalmente, porque eu praticamente dormi durante a ligação, enquanto ela me dizia que estava preparando a mala para passar um mês ou algo assim, na França.
Eu me lembro dela ter falado algo sobre eles aproveitarem uma última viagem juntos antes de começarem a, realmente, tentarem ser pais. Os planos deles tinham atrasado quase um mês porque nem o Christian e nem ela conseguiram encontrar alguém confiável o suficiente para estarem no comando do restaurante e da clínica enquanto eles estivessem fora. Honestamente, eu não sei como eles estavam se organizando para isso, mas parecia que estava funcionando já que eles embarcaram ainda ontem para o aeroporto Charles de Gaulle, em Paris.
Na data certa, para não ficarem sem comemorar, eles passaram o final de semana em Vancouver e voltaram. Ela tinha me contado sobre como tinha sido incrível, mas eu tinha acabado de começar o tratamento com os hormônios e estava tão irritada comigo mesma por ter concordado com aquela loucura de ser a barriga de aluguel do casal e irritada com eles, o casal, também por terem me feito tomar aqueles venenos chamados hormônios, que eu assumo que não prestei atenção em quase nada do que ela dissera. Duas semanas depois, eu grávida e falando sobre a comemoração em família logo após eles voltarem de Paris. E não duvido nada que, com a segunda lua de mel, ela também não esteja grávida.
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Per te, mi amore
FanfictionA vida é difícil. Incrivelmente difícil e pode ser ainda pior quando você está presa a uma promessa de cuidar da sua melhor amiga. Eu não me lembro bem do acidente e muito menos de como eu acabei, no leito de morte dos pais da minha melhor amiga - e...