Capítulo Ⅰ.

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"O amor é construção. Quanto mais você se dedica a ele, com mais frutos ele te retribui."





Já nos conhecemos?

Lago Guarda, Itália

— Estarei em casa dentro de dois dias, amor.

Disse Elisa, carinhosamente ao celular, totalmente inconsciente do brilho do sol e da beleza do cenário do lago além das longas janelas do hotel muito cheio, enquanto caminhava, apressada, pelo corredor acarpetado em direção á sala de conferência no térreo.

— Mamãe, volta logo, por favor! — Ele parecia levemente emburrado. O que fez Elisa abrir um lindo sorriso diante tal constatação.

— A mamãe vai voltar assim que terminar aqui, tá bom?

— Sim, mamãe. — Elisa pode ouvir alguns resmungos insatisfeitos através da ligação. — Amo você, mamãe.

— Amo você também, Lucca... woou! — Elisa parou de repente e dolorosamente, ao colidir com um objeto duro e imovível.

Um objeto quente, levemente musculoso e muito masculino, reconheceu Elisa, enquanto a mão livre que a levantava para se firmar descansou num peito largo e ela sentiu o movimento daqueles músculos leves e poderosos sob os dedos.

— Lamento muito... — O sorridente pedido de desculpas de Elisa ficou preso na garganta e o rosto empalidou-se quando olhou para cima, para o rosto frio e taciturno e incrivelmente lindo. — Eu certamente não a vi, desculpe-me.

Não... Não podia ser Taehyung, podia?

Elisa se sentiu absolutamente atônita.

Poderia esse homem ser realmente o mesmo que conheceu a quatro anos e meio atrás?

Apesar de só ter visto o alto e bonito Kim Taehyung em roupas de esquiar ou em jeans e suéteres caro feito sob medida, com camisa branca de seda e uma gravata cor de prata, certamente se parecia demais com o homem que Elisa conheceu e com quem passou uma noite inteira fazendo sexo quente e selvagem.

Exceto que...

Aquele Kim usava o cabelo na metade do rosto, enquanto o deste aqui era curto. Mas os olhos dele, castanhos, num rosto arrogante e sério, eram iguais!

Um nariz alinhado aristocrático e a boca rosada acima de um queixo implacável.

Parecia idêntico e, ao mesmo tempo, tão diferente...

O Kim que Elisa conheceu na trilha de esqui do resort italiano quatro anos e meio atrás, tinha um brilho de irresponsabilidade nas profundezas escuras daqueles olhos.

Seu sorriso malicioso teve a mesma qualidade de imprudência que atraia para ele a quieta e até então completamente sensata Elisa, então com 20 anos, como uma chama atrai uma mariposa.

Elisa não foi capaz de resistir ao sorriso quadrado do Kim, foi totalmente incapaz de não retribuir aquele beijo devastador que ele a deu.

Não havia agora nem mesmo um indício das perigosas irresponsabilidades naqueles penetrantes olhos castanhos que devolviam o olhar de Elisa com tanta frieza.

Olhos que também pareciam não sentir o mesmo abalo de reconhecimento que ela sentia.

Elisa removeu a mão como se tivesse sido queimada pela espessura do peito e deu um passo para trás; ao mesmo tempo, se tornou consciente de que não havia respirado desde que olhou para cima e reconheceu imediatamente seu amante apaixonado do passado neste homem friamente controlado.

ʜᴇɪʀ ᴏғ ᴛʜᴇ sᴇᴄʀᴇᴛOnde histórias criam vida. Descubra agora