Prólogo

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Bárbara

Eu lembro daquele dia como se fosse ontem, era nosso primeiro dia de aula no primário, tínhamos seis anos mais ou menos e eu estava de mãos dadas com meu melhor amigo, Victor Marrin, por que sinceramente, eu estava morrendo de medo.

— Calma Babi, vou te proteger, eu prometo. – Victor disse e afagou minha mão carinhosamente.

— Tchau crianças, e se comportem hein. – Minha mãe falou ao lado da mãe do Victor.

— Pode deixar tia, eu vou cuidar direitinho da Bárbara. – Ele disse todo feliz, Victor tinha acabado de descobrir os super heróis e tudo que ele mais queria era ser um.

— Ok Victor, obrigada!

— Tchau meus amores! – As duas acenaram e pareciam que iam chorar, coisa de mãe.

Acenamos de volta, pegamos nossas mochilas e entramos, não sem antes elas nos obrigarem a tirar algumas milhões de fotos juntos.

— Vamos procurar as meninas? – Eu perguntei assim que entramos no pátio cheio, ainda estava um pouco nervosa mas a vontade de ver minhas amigas era maior.

— Sim e os meninos também, quero contar da capa de super-herói que ganhei de aniversário!

Estávamos procurando nossos outros amigos, a Milena, a Tainá, o Marcos e o Adam. Todos os nossos pais eram amigos, assim era natural que também fossemos.

Procuramos por vários minutos, já pensando em desistir e entrar na sala, uma menina veio e abraçou o Victor do nada, me empurrando para o lado e me fazendo cair de bunda no chão.

— Ei! – Disse me levantando, aquilo machucou.

— Olá, me chamo Crystal Moore Williams, como é o seu nome? – Ela me ignorou completamente e ficou piscando os olhos muitas vezes para o Victor e mexendo no cabelo.

— Eu sou Victor e essa é Bárbara, minha melhor amiga. – Ele me puxou para o lado dele. – Alguma coisa caiu no seu olho? Quer que eu chame a tia?

— O que? Não. – Ela me olhou de cima a baixo e revirou os olhos. – Tudo bem? – Ela perguntou, mesmo que não parecesse muito interessada.

— Não você me derrubou...

— Victor, você não quer brincar comigo? Eu trouxe vários brinquedos legais. – Ela me interrompeu e voltou a falar só com o Victor, como se eu não estivesse ali.

— Claro, vamos Bárbara? – Ele sorriu para mim voltando a segurar minha mão.

— É, eu... – Tentei responder que não queria por que não gostei nada da garota, mas ela me interrompeu, de novo.

— Na verdade, eu chamei só você Vitinho. – Ela me olhou com cara feia e eu dei um passo para trás, nunca fui muito corajosa mesmo.

— Então não, se a Babi não for eu não vou. – Disse me puxando para o lado dele, novamente. E eu não consegui segurar um sorriso, era bom saber que ele ficou do meu lado por que várias crianças admiravam os brinquedos daquela tal de Crystal.

— Mas eu não quero brincar com essa menina esquisita! Quero brincar só com você! – Ela bateu o pé me assustando.

— Ei! Ela não é esquisita!

— É sim, olha só para ela, de calça e óculos, parece um menino! Meninas de verdade usam vestido e sapatilha assim como EU. – Ela usava um vestido rosa parecido com as princesas dos filmes e até uma tiara brilhante. – A irmã da minha amiga diz que quem usa óculos é nerd. Sua nerd!

— Mas eu gosto das minhas roupas. – Eu estava com a minha calça Jeans favorita, cheia de adesivos que o Victor pôs e flores desenhadas e com uma camiseta do Batman preta que o Victor me deu, como eu disse ele ama super heróis. – E eu uso óculos por que não enxergo muito bem, tá bom?

— Não me interessa, você nunca vai arranjar um namorado assim.

— Namorado? – Para que raios eu ia querer um namorado? Eu nem sabia o que era um namorado.

— É, os meninos não gostam de meninas feias como você e sim de meninas bonitas como EU. Mamãe diz que homens só gostam de mulheres lindas, ricas e de classe. – Ela jogou o cabelo para trás e pôs a mão na cintura. – Você não tem classe.

— A gente é da mesma classe que você!

— Não foi isso que eu quis dizer sua feiosa!

— Ela não é feia tá? E quer saber mais? EU sou o namorado da Bárbara! – Victor disse e me deu um beijo na boca, ali no meio do pátio, eu fiquei morrendo de vergonha e meu coração acelerou, ninguém nunca tinha me beijado na boca.

— O que? Não Victor! Você não pode namorar uma nerd!

— Posso fazer o que eu quiser Crystal, agora licença, que eu vou brincar sozinho com a MINHA NAMORADA! – Ele pegou minha mão e entrelaçou nossos dedos, me puxando dali.

— Não! Eu não aceito isso! – Ela deu um gritinho raivoso e saiu batendo os pés. Eu olhei para ele que me encarava sorrindo.

— Por que você disse aquilo? – Perguntei baixinho quando ele sentou num banco e me puxou para o lado dele.

— Aquilo o que?

— Que v-você era meu na-namorado. – Gaguejei de vergonha.

— Por que ela maltratou você e eu sou seu melhor amigo no mundo inteiro e nunca vou deixar que ninguém te machuque, eu prometi que te protegeria, não prometi? – Ele me abraçou. – E ela era muito chata.

— Victor? – Ele olhou para mim. – Você me acha nerd e esquisita?

— Não, para mim você é a menina mais linda do mundo e qualquer um que disser o contrário vai se ver comigo. – Ele fez uma cara de raiva que me fez rir e apertou minha mão com força. – Eu te amo Bárbara.

— Eu também te amo Victor. – Olhei para nossas mãos entrelaçadas e sorri.

E foi exatamente naquele momento que a minha vida começou a virar de cabeça para baixo.

Foi bem ali, vendo o jeito que ele sorria para mim, que eu comecei a me apaixonar por Victor Marrin, meu melhor amigo...

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𝐖𝐇𝐄𝐍 𝐖𝐄 𝐅𝐄𝐋𝐋 𝐈𝐍 𝐋𝐎𝐕𝐄... || 𝑩𝒂𝒃𝒊𝒄𝒕𝒐𝒓.Onde histórias criam vida. Descubra agora